A Taurus e o Jindal Group assinaram um acordo definitivo para criação de uma joint venture que permitirá a fabricação e comercialização de armas na Índia.
A assinatura da parceria aconteceu durante a missão comercial do governo brasileiro à Índia, em reunião entre empresários indianos e brasileiros, e contou com a presença de autoridades do Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Defesa.
O Jindal Group, maior fabricante de aço da Índia e um dos dez maiores do mundo, detentor de um faturamento superior a US$ 24 bilhões e com 200 mil funcionários no mundo, terá 51% do capital da joint venture e será responsável por implantar uma grande fábrica de armas no país indiano, onde serão produzidos fuzis, pistolas e revólveres. Existe uma expectativa do governo comprar em cinco anos meio milhão de fuzis.
A empresa indiana está apta a participar de processos licitatórios realizado pelo governo da Índia, oferecendo as pistolas, revólveres, carabinas, fuzis e submetralhadoras que a Taurus fabrica, abastecendo o imenso mercado militar, policial e de segurança privada.
Com o acordo, a empresa gaúcha conquistou um poderoso parceiro que abrirá o promissor mercado indiano aos produtos da Taurus. ‘A assinatura dessa joint venture é um marco importante para conquistar ainda mais espaço no cenário global, estratégia que faz parte dos planos da Taurus. Juntos com o Jindal Group podemos aumentar a capacidade das duas empresas e ampliar as vendas nesse grande e importante mercado’, afirma Salesio Nuhs, presidente da Taurus.
A fabricação de armas e munições na Índia é regulada por um sistema de licenciamento estabelecido pela Lei de Indústrias (Desenvolvimento e Regulamentação) de 1951 e pela Lei de Armas de 1959 / Regras de Armas de 2016, sob domínio completo do Governo. Até 2001, a fabricação de armas de pequeno porte para as forças armadas, paramilitares e policiais estava restrita à produção de empresas pertencentes ao Departamento de Defesa. Em 2001, o governo permitiu a participação de 100% do setor privado indiano na fabricação de armas, sujeita a licenciamento, mas foi só a partir de 2015, através do Arms Act Amendment Bill, que o setor privado começou efetivamente a poder participar da indústria de defesa indiana.
As negociações entre a Taurus e o Jindal Group duraram cerca de 11 meses. Nesse período, executivos do grupo indiano vieram à sede da companhia, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para conhecer e analisar minuciosamente a fabricante gaúcha, assim como executivos da Taurus foram à Índia conhecer o Jindal Group.
(MR – Agência Enfoque)