O termômetro, na boca do paciente, apresenta um risco vermelho subindo. Isso demonstra que a temperatura é quente e, por isso mesmo, preocupante. O alerta já foi dado e é preciso reverter o quadro, antes que seja tarde. No caso, o paciente é o planeta em que vivemos e, para não entrarmos em colapso de vez, a situação pede providências urgentes. 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) apresentou relatório, com a colaboração de outras agências, na semana em que o mundo dividiu as atenções entre o adeus à Rainha Elizabeth e a 77ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, sob o lema “Soluções por meio da solidariedade, sustentabilidade e ciência”.

De um lado, o diplomata húngaro Csaba Korosi, novo presidente da Assembleia, e seu colega António Guterres, secretário-geral da ONU, exortando à transformação urgente – para as pessoas e para o mundo –, diante dos complexos desafios originados pela pandemia de Covid 19, os novos conflitos e a crise de alimentos. De outro, a OMM advertindo que existem 48% de chances de que, durante pelo menos um ano nos próximos cinco, a temperatura média anual seja 1,5°C superior à média estabelecida pelo Acordo de Paris. 

O relatório United in Science mostra que os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados na história e que, mesmo diante das ameaças e crises climáticas verificadas, nós continuamos (firmes!) na direção errada. As taxas de emissão de gases, por combustíveis fósseis, encontram-se atualmente em níveis acima da pré-pandemia – após uma trégua no período de quarentena. A ambição das promessas de redução de emissões para 2030 “precisa ser sete vezes maior para estar alinhada com a meta de 1,5°C do Acordo de Paris”.

Isto posto, torna-se imperativo que as empresas coloquem a questão climática em suas estratégias. Se nada for feito agora, o PIB mundial pode perder 18% de “massa muscular” e, ainda que seja atingida a meta do Acordo de Paris, pelo menos 4% irão descer pelo ralo (como assinala a Revista RI, em sua edição de setembro, no texto sobre Mudanças Climáticas). O Brasil poderá perder R$ 8 BI / ano se os impactos financeiros forem negligenciados. 

A boa notícia é que ainda há tempo para se evitar a metástase. Mas é preciso decisão e rapidez. 

SUCATAS

As exportações de sucata ferrosa – insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas – alcançaram 30.864 toneladas, em agosto último, refletindo uma boa recuperação em relação a julho, quando o número foi de 5.614 toneladas. 

Em relação ao mesmo mês do ano passado, no entanto (47.012 ton), as vendas externas mostraram queda de 34,3%. 

Já no período de janeiro a agosto, as exportações se mantiveram em patamar semelhante a igual período do ano passado, com um total de 267.978 toneladas em 2022 contra  e 272.789 toneladas nos oito meses de 2021. Informação é do Ministério da Economia.

EMISSÕES

As emissões domésticas de títulos mobiliários em julho (R$ 80,8 BI) aumentaram 49,5% comparadas a junho e somam R$ 317,9 BI neste ano, de acordo com a Anbima.

Apenas uma operação de follow-on, da Eletrobrás, representou 38,2% do volume das emissões do mercado em julho. A oferta da empresa somou cerca de R$ 30,9 bilhões em ações – distribuição secundária (R$ 2,9 bilhões) e primária de ações (R$ 27,9 bilhões). Os fundos de investimento ficaram com mais da metade do volume dessa oferta (57,7%), seguidos de investidores estrangeiros (27,7%) e pessoas físicas (10,2%). Já os investidores institucionais e intermediários, bem como os demais participantes, subscreveram 3,7% e 0,7%, respectivamente.

LGPD
Importante marco para a regulamentação do uso e compartilhamento de informações foi a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020. Segundo levantamento da Legaltech, empresas brasileiras têm buscado se adequar e, por isso mesmo, as demandas de governança de dados no mercado corporativo cresceram 554% em 2021.  Mas… ainda existem organizações que precisam se adaptar, e raṕido.  Segundo a mesma fonte, 80% dos órgãos federais não estão dentro da lei – conforme auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontada pela Legaltech.“As empresas que não se adequarem em algum momento serão multadas e o valor pode chegar até 2% do faturamento, limitado a R$ 50 milhões”, alerta Irene Silva, CEO da desenvolvedora de softwares Ellevo.

CARBONO 
Suzano é reconhecida no prêmio ESG Model Enterprise. Em cerimônia realizada no Festival Internacional Verde Zero Carbono de 2022, em Beijing (China), o prêmio foi concedido à companhia brasileira e de outras nacionalidades também. O festival reúne mais de mil representantes que atuam em políticas, negócios, academia e mídia, além de várias companhias que apresentam seus objetivos e planos de sustentabilidade para uma economia de zero emissões líquidas.PERUA BRF acaba de habilitar mais uma de suas unidades para exportar carne de peru ao México.  A produtora autorizada fica no município catarinense de Chapecó. Ano passado, a primeira unidade credenciada foi a paranaense de Francisco Beltrão. A exemplo de seus vizinhos nos Estados Unidos, os mexicanos gostam muito de peru.  

PARQUE
O governo do Estado da Bahia promoveu a concessão de serviços do Parque Serra do Conduru, em leilão realizado na B3, sexta-feira última. O projeto foi modelado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tem validade de 30 anos. O certame foi vencido pela Farah Service, representada pela corretora Master. O valor da proposta foi de R$ 144.444,44, com critério de julgamento de maior valor de outorga fixa. O projeto contará com investimentos de R$ 8 milhões em infraestrutura, conservação da biodiversidade e melhorias no entorno do parque, além da aplicação de cerca de R$ 113 milhões na operação durante o período de concessão. A área do Parque Estadual Serra do Conduru é uma unidade integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

AGENDA ESG
De 19 a 22 deste mês acontece o webinar intitulado “Crédito de Carbono como Ativo Financeiro”.
O evento resulta da parceria entre Abrasca e Suzano, buscando fomentar o debate proposto com o encontro de visões, de um lado, da Suzano que é referência global no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras, de origem renovável, e que tem atuação consolidada na agenda ESG e, de outro, do mercado e demais participantes da Abrasca, tendo por base o Decreto 11.075/22. 
https://conteudo.abrasca.org.br/220905creditocarbono?utm_campaign=22-09-05_credito_carbono_adiamento&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

CANDIDATOS 
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) enviou sugestão a todos os candidatos à Presidência da República. O paper trata de transparência, equidade, prestação de contas, responsabilidade social e boas práticas de governança, assinalando que tais pontos devam permear as políticas públicas.

DIREITO
Programado para o dia 20 de outubro próximo, o 9º Encontro de Direito das Companhias Abertas volta com o formato presencial, na Arena B3 (centro de São Paulo). A “Abordagem Regulatória para Questões ESG” será um dos painéis do Encontro, que tem apoio do Portal Acionista e pode ser acessado pelo link https://encontrodedireito.com.br/

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