A Suzano reportou seus resultados referentes ao 3T20, nos quais a companhia teve um bom desempenho.
Entre os destaques do balanço consolidado:
• A receita líquida da Suzano no 3T20 foi de R$ 7.471 milhões, sendo 82% gerada no mercado externo. Em relação ao 3T19, o aumento de 13% da receita líquida ocorreu em função principalmente da valorização de 35% do USD médio vs. o BRL; parcialmente compensados pela queda de 14% do preço médio líquido da celulose em USD. A redução de 7% da receita líquida consolidada no 3T20 em relação ao 2T20 é explicada basicamente pela queda de 9% no volume de vendas de celulose;
• O CPV totalizou R$ 3.075 milhões ou R$ 1.081/ton. Na comparação com o 3T19, o CPV caixa apresentou redução de 17%, principalmente em função do menor custo de produção e da ausência do volume de vendas da celulose de Klabin, parcialmente compensado pela valorização do USD vs o BRL de 35%. Na análise por tonelada, a queda também de 17% é explicada pelos mesmos fatores;
• As despesas com vendas apresentaram aumento de 18% em relação ao 3T19; em função principalmente da valorização do USD médio vs o BRL de 35% e maiores despesas logísticas principalmente no segmento de papel. Na análise por tonelada, as despesas com vendas base caixa aumentaram 18% devido principalmente ao efeito câmbio sobre as despesas em moeda estrangeira;
• O aumento do EBITDA em relação ao 3T19 é explicado por: (i) valorização do USD médio frente ao BRL (+35%); (ii) redução do CPV base caixa, conforme discutido anteriormente e (iii) maior volume de vendas ex-Klabin. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor preço líquido da celulose em USD (-14%) e maior SG&A. A elevação do EBITDA por tonelada de 47% é explicada pelo fator câmbio e pela redução no custo de produção, parcialmente compensados pelo aumento no SG&A;
• O resultado com operações de hedge de fluxo de caixa no 3T20 foi negativo em R$ 459 milhões. A marcação a mercado (“MtM” ou “valor justo”) das operações de ZCC foi negativa em R$ 2.467 milhões e de NDF foi negativa em R$ 30 milhões no final do trimestre; sendo a diferença entre a variação do valor justo ocorrida no terceiro trimestre e o resultado financeiro referente a ajustes pagos no decorrer do 3T20;
• No 3T20, a Companhia registrou prejuízo de R$ 1.158 milhões, contra prejuízo de R$ 3.460 milhões no 3T19 e de R$ 2.053 milhões no 2T20. A variação em relação ao 3T19 é explicada pelo menor resultado financeiro negativo; por sua vez decorrente da variação cambial sobre a dívida e pelo resultado de operações com derivativos; bem como pelo aumento no resultado operacional. Em relação ao 2T20, a redução de R$ 859 milhões no prejuízo reflete principalmente a variação positiva no resultado financeiro (menor impacto de variação cambial sobre a dívida e derivativos); parcialmente compensada pela redução do resultado operacional, em função dos fatores já explicados anteriormente.
Impacto: Positivo. A companhia surpreendeu o mercado com seus números, que foram muito positivamente impactados pela desvalorização cambial e diminuição dos custos de produção da celulose. A empresa encerrou o trimestre novamente com prejuízo líquido, que foi justificado majoritariamente pela operação de proteção que a empresa realiza com derivativos, esta teve resultado negativo em R$ 459 milhões. O prejuízo reportado, no entanto, foi inferior ao dos últimos trimestres. Gostamos do setor e do papel, que possui atuação muito resiliente e altamente atrelada aos critérios ESG. No entanto, devido ao risco da operação com derivativos no momento, preferimos a Klabin.