📈 CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS

A surpresa do IPCA-15 ontem, fortemente concentrada na queda de quase 30% dos preços de passagens aéreas não deve alterar, por enquanto, nossa perspectiva de uma maior pressão inflacionária para o índice fechado do mês.

Itens como alimentação, o restante a impactar em habitação com a mudança de bandeira de energia elétrica e o peso de transporte com os aumentos recentes de combustíveis, em especial etanol devem continua a pesar para uma inflação mais forte em maio.

O mercado ontem, apesar da perspectiva mais positiva da abertura, fechou em queda puxada por ações de blue chips e acompanhando o mercado externo; estes atentos aos sinais de inflação e ao plano de Biden, em discussão no congresso americano.

Como citamos aqui anteriormente, o plano inicial republicano era de US$ 990 bi, contra os US$ 1,7 tri de Biden, porém, no melhor estilo “bode na sala”, a oposição ao plano democrata jogou para US$ 500 bi, para chegarem a um meio termo que se assemelha mais ao republicano.

Para eles, existem sim o interesse em avançar um plano de infraestrutura, com criação de postos de trabalho e incentivo às empresas, porém existe resistência na manutenção de programas que não incentivem a busca por recolocação, em vista à generosidade de auxílios como a cessão de seguro-desemprego com baixas contrapartidas em nível federal e estadual.

Além disso, um ponto em comum entre diversos democratas e republicanos era o exagero no aumento de impostos; em especial os de ganho de capital, saindo de 20% para mais de 43%, além do aumento de imposto de renda.

Isso uniu oposição e situação contra o executivo e começa a cair a resistência do núcleo duro democrata, que via o tema como “distribuição de renda” e uma versão de um imposto sob fortunas, apoiado pela ala de Bernie Sanders.

Com ou sem impostos, é certo que um plano deva entrar em ação e com as naturais consequências inflacionárias inerentes aos estímulos. Ainda assim, membros do Fed como Brainard vê tal pressão somente como temporária.

Ela segue a mesma linha de Powell e Yellen, no sentido de suportar uma inflação forte de curto prazo; observar se há desancoragem no longo para suportar a implantação do programa. Esta leniência não deixa de ser arriscada.

Na agenda macroeconômica destacam-se os custos de construção da FGV e nota do setor externo.

📊 ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com o Fed tendo maior leniência com a inflação.

Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, de olho na decisão de juros Neozelandesa.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro.

O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com temores do Irã.

O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,39%.

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