Que semana! Muitas decisões econômicas. Começando com a Super Quarta amanhã (20), quando será divulgada lá pelo fim da tarde, a Taxa Selic, após dois dias de reuniões do Comitê de Política Monetária, Copom; e um pouco antes, o FED fará o anúncio de como ficam os juros nos EUA. O mercado pira. E nos próximos dias ainda tem outras novidades: a política deve ficar mais apertada no Reino Unido e na Suíça, e o Japão tendem a manter os juros nos patamares atuais.
De acordo com o mercado, é possível esperar um corte de 0,5 p.p. da Selic pelo Copom e o FED manter os juros dos EUA na faixa de 5,25% a 5,50%.
Nesse clima de expectativas, Ibovespa fechou em queda de 0,40% nesta segunda-feira (18), aos 118.288 pontos; dólar encerrou o pregão cotado a R$ 4,85, com queda de 0,29%.
O relatório Focus, do Banco Central, mostrou uma revisão para baixo nas expectativas para a inflação, pela quarta semana consecutiva. “Os economistas consultados pelo BC veem agora alta de 4,86% do IPCA este ano e 3,86% em 2024, ante projeções de 4,93% e 3,89%, respectivamente.”
O que esperar da Super Quarta
Sobre a Selic, Vitor Rocha, assessor na iHUB Investimentos, disse ao Acionista, que acredita que não se terá muitas novidades. “O mercado está bem convicto de um corte de 0,50 p.p. e não de 0,75 p.p. pois ainda temos muitas questões internas no Brasil e fora também que trazem impacto nesta decisão, tais como: inflação doméstica resiliente no seu núcleo e também em setores de serviço, o preço do petróleo em patamares elevados enquanto no cenário global persiste um momento de inflação alta, Estados Unidos com uma taxa de juros ainda elevada, o que deixa os ativos mais seguros do mundo mais atrativos aos investidores, dentre outros fatores”, comentou.
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Para ele, existe um espaço relevante para o corte de juros aqui no Brasil, “visto que ainda sim estamos em uma dinâmica positiva de arrefecimento da inflação”. De acordo com o assessor, o que causa mais expectativa é a discussão que o Copom deve trazer na Ata semana que vem, que é sobre o ritmo de corte, “se continuarão manter uma postura mais conservadora ou um pouco mais acelerada (embora não seja o nosso cenário)”.
No que diz respeito aos EUA, Vitor comenta que o país, com uma dinâmica um pouco diferente daqui do Brasil, com a taxa de juros historicamente elevada e com pouca, ou nenhuma, previsão de corte no curto prazo, tudo indica que será mantida a taxa de juros taxas de juros em um patamar estável, na casa dos 5,25% a 5,50%.
“Um dos principais motivos para tal posição é o preço elevado do barril do petróleo, que não é só uma questão de oferta, mas sim uma demanda relativamente firme no cenário global. Com isso, neste cenário dos EUA, ainda continua o questionamento se a “dose do remédio” foi necessária ou ainda precisa de mais juros para conter a inflação, que caiu, mas ainda continua alta”, enfatiza.
À reportagem do Acionista, o analista de investimentos Rodrigo Mariusso, disse que a situação atual do Brasil apresenta uma inflação estável, “porém sujeita a pressões externas, sobretudo devido ao aumento esperado nos preços das commodities, com destaque para o petróleo”.
Dessa forma, o analista tem a perspectiva que o Copom anunciará um novo corte de 0,50% na Selic. “Tal medida visa manter o equilíbrio econômico, a fim de evitar que o aumento nos preços das commodities exerça uma pressão significativa sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O objetivo é prosseguir com a trajetória de queda da taxa de juros de maneira constante, até atingir um nível saudável para nossa economia”, afirma Rodrigo.
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O CEO da Loara Crédito, Adilson Seixas, também segue na linha do mercado que o Banco Central vai manter o ritmo de cortes com mais uma redução de 0,50 p.p. Ele ressalta que o “afrouxamento monetário, tendência de juros menores, as empresas podem diminuir o seu nível de endividamento, impulsionando os lucros operacionais e consequentemente o crescimento”.
Para Seixas, “quem precisa buscar crédito, tem dificuldade em virtude das altas taxas de juros”. Além disso, o mercado financeiro recebeu com otimismo o IPCA de agosto que veio em 0,23%, abaixo das expectativas, enquanto a inflação acumulada de 12 meses avança para 4,61%. “O histórico de aceleração da inflação nos últimos meses já era esperado e não impedirá o Copom de continuar reduzindo a taxa básica de juros, a Selic.”
Outros eventos
O Banco da Inglaterra (BoE) segue com perrengue, porque o esfriamento da economia do Reino Unido pode levar a autoridade monetária ao anúncio de um último aumento da taxa no ciclo de aperto. As projeções indicam elevação de 0,25 p.p, com juros chegando a 5,5%. O Banco da Suíça segue na mesma linha, com expectativa de elevação da taxa interbancária de juros de 1,75% para 2%
Enquanto isso, os investidores esperam a manutenção da política “ultrafrouxa” do Banco do Japão (BoJ), contrariando a tendência, com projeção de continuidade em -0,10%, ainda que seja possível que surjam pistas sobre uma eventual alteração. (Investing.com)