A SulAmérica divulgou seus resultados referentes ao 4T20. No release, a empresa ressaltou o avanço de suas estratégias digitais, com aumento crescente no número de interações, com o atendimento virtual se tornando cada vez mais parte da forma como seus beneficiários buscam acesso a saúde. Além de outras melhorias em termos de inovação e melhora da experiência do cliente. A empresa foi impactada principalmente pelo resultado financeiro, com a queda da Selic para uma baixa histórica. Entre outros pontos, destacamos:
• As receitas operacionais cresceram 6,6% no trimestre, totalizando R$ 5,3 bilhões, impulsionadas pelos segmentos de saúde e odonto; previdência e pela retomada de crescimento de receitas de vida e acidentes pessoais. No ano, as receitas somaram R$20,0 bilhões, aumento de 6,3% em relação ao ano anterior;
• A carteira total de planos coletivos encerrou o ano de 2020 com 4,1 milhões de beneficiários de saúde e odonto em planos coletivos, aumento de 3,5% ou 137 mil vidas em relação ao 4T19, considerando as cerca de 90 mil vidas incorporadas da Paraná Clínicas em setembro/2020;
• Crescimento orgânico de 48 mil beneficiários (+1,2%) em planos coletivos de saúde e odonto em relação ao 4T19, sendo 41 mil em saúde e 7 mil em odonto;
• Sinistralidade consolidada de 76,4% em 2020, ganho de 1,5 p.p. na comparação com 2019, explicado não só pela continuidade das iniciativas de gestão de sinistros, de saúde e bem-estar que tem trazido resultados de longo prazo e ficam evidentes na série histórica anual, mas, também, pela menor frequência de sinistros no 2T20 e 3T20 em função das orientações de distanciamento social e menor exposição da população a ambiente hospitalares, no contexto da pandemia da COVID-19;
• Margem bruta operacional de R$ 2,6 bilhões no ano, 18,2% superior em relação a 2019; acompanhando principalmente o crescimento de receitas e a performance da sinistralidade. O EBITDA ajustado apresentou a mesma tendência de crescimento, alcançando R$ 1,2 bilhão (+35,3% em relação a 2019);
• O índice de despesas administrativas (medido pela razão entre o total de despesas administrativas e as receitas operacionais totais) foi de 10,1% no 4T20; aumento de 1,9 p.p. na comparação com o 4T19, impactado por alguns fatores pontuais na comparação entre os períodos;
• Rentabilidade do portfólio de ativos próprios de 191,3% do CDI no 4T20, resultado da maior alocação em renda variável e recuperação relativa dos fundos pós-fixados, parcialmente compensando a menor taxa Selic média no período;
• O resultado financeiro totalizou R$ 33,0 milhões no trimestre e R$ 123,6 milhões em 2020, apresentando, respectivamente; reduções de 69,4% e 73,2% em relação aos mesmos períodos de 2019, acompanhando, principalmente, um menor resultado de investimentos. A pior performance dessa linha, assim como já vinha sendo observado nos últimos trimestres, é reflexo, principalmente, de uma menor taxa Selic média ao longo dos últimos 12 meses;
• Lucro líquido das operações continuadas de R$ 797,2 milhões no ano, queda de 23,0%, em função; principalmente, da menor contribuição do resultado financeiro, fortemente impactado pela queda da taxa Selic em 2020;
• Lucro líquido reportado de R$ 2,3 bilhões no ano, considerando ganho com a alienação do segmento de seguros de automóveis e massificados no 3T20;
Impacto: Marginalmente Negativo. A companhia teve seu resultado bastante impactado pelo resultado financeiro, especialmente devido a uma menor taxa Selic média ao longo dos 12 últimos meses. Apesar da recuperação operacional da companhia, o segmento financeiro tem impactado negativamente os ganhos no período. Gostamos do foco que a companhia está dando ao segmento de saúde e avaliamos como um dos principais segmentos de crescimento para os próximos anos. Contudo, seguimos com visão mais positiva para os players de saúde integrados, como Hapvida e Rede D’or.