As Indústrias Gráficas têm se preocupado em melhorar sua performance junto ao mercado, por meio da adoção de ferramentas de gestão que possam auxiliá-las nos processos de melhoria contínua.
Algumas considerações são necessárias acerca da postura a ser assumida na gestão dos negócios, principalmente porque um número significativo de empresas que atuam no mercado gráfico é de natureza familiar, além de possuírem uma administração conduzida por membros de uma mesma família.
Embora a cultura das organizações familiares seja forte e de grande impacto junto àqueles que atuam na empresa, ou mesmo diante da comunidade onde o empreendimento está inserido, há que se estabelecerem estratégias que possam manter os negócios sólidos para as gerações futuras.
O dilema das empresas familiares está calcado no processo sucessório.
A partir do momento em que um casal constitui uma família e tem um filho, cria-se a figura da herança e do herdeiro.
Um dos problemas da sucessão, independentemente do segmento de atuação, é que dificilmente uma empresa cresce no ritmo da família que a controla. Se dois irmãos fundadores de um negócio bem-sucedido tiverem cada um quatro filhos e seus descendentes mantiverem o ritmo de reprodução, a quarta geração contará com tantos integrantes, que ficará inviável mantê-los todos na empresa.
Para garantir a transparência das ações e, inserir os herdeiros nos processos empresariais, faz-se necessária a implantação de um Conselho de
Administração para que familiares tomem ciência da condução dos negócios e definam as estratégias organizacionais. Quando a família estiver grande demais para alocação de todos os herdeiros no Conselho de Administração, será necessário desenvolver um Conselho de Família, que periodicamente reunirá todos os parentes para informar questões vinculadas à empresa.
Há necessidade, durante o processo sucessório, de promoção do ajuste de papéis tendo como ponto central a transferência de experiência, de liderança e autoridade, além de poder para a tomada de decisão.
Especificamente, o fundador mover-se-ia do papel de ser o único membro da família trabalhando na empresa, para uma posição de membro com maior poder sobre os outros, tornando-se em seguida a pessoa que delega funções, para enfim tornar-se um “conselheiro”.
O Papel do Fundador no Brasil
Sem dúvida, a figura mais importante da empresa familiar é o fundador. O pai, o avô, aquele que desenvolveu e concretizou o negócio é exemplo a ser seguido pelos familiares. Ele possui todo o conhecimento sobre a empresa e sabe a melhor forma de solucionar cada tipo de problema corporativo.
Além disso, a imagem que a própria organização apresenta frente ao mercado está diretamente vinculada à personalidade do patriarca. Seus princípios e valores são incorporados ao modo de atuação da empresa, direcionando o posicionamento que ela apresenta frente aos funcionários, aos clientes e à comunidade.
As histórias das empresas e de seus fundadores residem, sobretudo, nos pilares que sustentam suas vidas e seu empreendimento, são eles:
- Palavra e Credibilidade / Perseverança / Carisma e Liderança / Cultura.
O herdeiro deverá, além de apresentar capacidade necessária para assumir a gestão, possuir e transmitir os valores que simbolizam a organização.
A palavra, a credibilidade, a perseverança, a liderança e o carisma foram os pilares de apoio na formação e expansão do negócio, formando a cultura empresarial. Um planejamento sucessório consiste em manter esse conjunto de valores, transferindo-os às próximas gerações.
Por este motivo, a presença do fundador, como fonte do conhecimento, é fundamental neste processo. Ele é quem deve indicar a pessoa mais capacitada para assumir seu cargo na empresa, sendo ela da família ou não.
Este sucessor ficará responsável por levar adiante toda a cultura do patriarca, inclusive suas crenças e suas atitudes relacionadas aos desafios, aos sucessos e aos insucessos enfrentados.