É fundamental para as corporações familiares desenvolver mecanismos que minimizem riscos e ajudem a estabelecer os direcionamentos estratégicos

Sem dúvida, a figura mais importante da empresa familiar é o fundador. O pai, o avô, aquele que desenvolveu e concretizou o negócio é exemplo a ser seguido pelos familiares. Ele possui todo o conhecimento sobre a empresa e sabe a melhor forma de solucionar cada tipo de problema corporativo.

Além disso, a imagem que a própria organização apresenta frente ao mercado está diretamente vinculada à personalidade do patriarca. Seus princípios e valores são incorporados no modo de atuação da empresa, direcionando o posicionamento que ela apresenta frente aos colaboradores, clientes e à comunidade.

O dilema e o grande desafio das empresas familiares é a sua estruturação, permitindo assim que sua trajetória seja direcionada à perpetuação.

Para perpetuar um negócio familiar, é fundamental assumir os pressupostos e as ações inerentes à Governança Corporativa.

O que é Governança Corporativa?

A governança corporativa compreende a estrutura de relacionamentos e correspondentes responsabilidades de sócios, conselheiros e gestores, definidas estas da melhor maneira, de modo a encorajar as empresas a terem o desempenho econômico como objetivo principal.

Ela é definida como valor, apesar de, por si só, não criá-lo. Isto somente ocorre quando, ao lado de uma boa governança, haja também um negócio de qualidade, lucrativo e bem administrado. Neste caso, a boa governança permitirá uma administração ainda melhor, em benefício de todos os sócios e daqueles que lidam com a empresa.

As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perpetuação.

Considerando que a Governança Corporativa é um sistema de regras de natureza procedimental, de cunho ético e moral, sua efetivação dependerá da adesão de todos os envolvidos no direcionamento estratégico da organização, às normas comportamentais e funcionais estabelecidas.

A preocupação com a transparência das informações, bem como com a responsabilidade dos executivos, tem sido motivo de preocupação e crescente interesse por parte dos investidores, principalmente nas empresas de natureza familiar, sendo a falta de clareza na conduta, um dos principais fatores desencadeadores de conflitos, que levam, invariavelmente, a mortalidade precoce da organização.

Neste ambiente competitivo, o Conselho de Administração assume grande relevância no desenvolvimento da gestão corporativa. Sua formação e estrutura podem ter o papel decisivo na sobrevivência da empresa, na conquista de novos mercados e nos direcionamentos estratégicos das organizações.

O Programa de Governança Corporativa é uma ferramenta importante no processo de profissionalização das empresas familiares. Em consequência da crise que se abateu nos mercados, e consequentemente nas organizações de uma forma geral, tornou-se fundamental para as corporações de natureza familiar desenvolver mecanismos que minimizem riscos e ajudem a estabelecer os direcionamentos estratégicos. Isso pode ser feito por meio de alguns posicionamentos que a família deve adotar frente a seus negócios, a saber:

  • Metas e Objetivos de Longo Prazo;
  • Definição dos papéis do Conselho de Administração;
  • Definição do papel do gestor corporativo, além da descrição exata de suas funções, de maneira a nortear sua conduta e permitir a obtenção de resultados efetivos.

Só haverá eficácia no processo sucessório e na condução dos negócios de família, se houver profissionalização por meio das ações de transparência e Governança Corporativa, respaldados pelas ações e pelo carisma do fundador.

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