Soja volta a trabalhar em alta em Chicago, influenciada pelo bom humor do mercado financeiro e clima nos EUA

Os preços da soja voltam a trabalhar em alta nos futuros de Chicago nesta manhã de quinta-feira – mais 22 pontos, a U$ 14,66. Os investidores voltam a posicionar-se mais ativos nas compras, entendendo que a reação negativa da jornada anterior, com perdas de 27 a 32 pontos, foi exagerada, abrindo oportunidades para recomposição das carteiras, num cenário que ainda pode trazer muitas surpresas do lado climático. O bom humor dos mercados financeiros, bem como a alta do petróleo e queda do dólar contribuem para o tom positivo.

Ontem, o mercado foi surpreendido pelo relatório de oferta e demanda de julho, tido como baixista, uma vez que o USDA promoveu um corte muito aquém do esperado na produção dos EUA, bem como manteve estoques acima do que era imaginado pelos participantes.

O relatório mostra uma redução de 5,5MT na produção dos EUA, refletindo a redução de cerca de 1,7 milhões de hectares na área semeada, em linha com o relatório de área de fins de junho. O mercado esperava um corte de algo como 7,0MT. Apesar de transtornos com estiagem neste início de estação, o USDA manteve a produtividade das lavouras em 58,3 scs/ha.

Houve corte também nas projeções de exportação dos EUA, superior a 3,0MT para o ciclo 2023/24, para 50,4MT e de pouco mais de 0,5MT para este ano, caindo para 53,9MT.

Os estoques finais vieram acima do esperado, ficando em 6,95MT para este ano agrícola, que termina no próximo dia 31 de agosto. Houve corte na estimativa para o próximo ano, ficando em 8,2MT; o mercado, porém, esperava uma queda acentuada, para algo como 5,6MT.

Em termos globais, houve redução na mesma proporção da queda da safra dos EUA, para 405,3MT. O consumo é previsto com decréscimo de 2,0MT, para 384,5MT. Já, os estoques finais vieram em alta, para este ano são previstos em 102,9MT; já para a próxima estação, vieram em queda, mas ficou acima do esperado, em 121,0MT.

A produção brasileira segue estimada em 156,0MT nesta safra e em 163,0MT para 2023/24 – com exportações avaliadas em 94,0MT (1,0MT a mais do em junho) e em 96,5MT para o ano que vem.

A produção argentina era esperada com nova redução, mas permanece projetada em 25,0MT. Enquanto que as importações da China são elevadas em 1,0MT neste ano, para 99,0MT e as importações de 2023/24 são cortadas em 1,0MT, para 99,0MT.

A CONAB acaba de divulgar o 10º levantamento de safra da temporada 2022/23 projetando a colheita brasileira de soja em 154,6MT, ante 125,6MT do ciclo passado. Houve corte de 1,2MT, em relação ao levantamento de junho, quando eram previstas 155,75MT.

As exportações devem somar 95,6MT, contra 78,7MT do ano passado. Enquanto isto, o esmagamento deve totalizar 56,7MT, ante 51,3MT, com produção de 40,4MT de farelo e 10,6MT de óleo. Referente às exportações, serão 21,8MT de farelo e 2,6MT de óleo.

Os preços no mercado doméstico tendem a voltar a ser mais atrativo, depois do revés da tarde de ontem. Porém, os ganhos em Chicago e alguma melhora dos prêmios podem sofrer limitações do câmbio. Prêmios no spot nos principais portos brasileiros, são indicados na faixa de menos 120/90.

Milho inicia manhã de quinta-feira negociado em alta na Bolsa de Chicago

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