A consultoria Hedgepoint Global Markets aumentou sua projeção para a produção de soja na safra brasileira 2024/25 para 171,5 milhões de toneladas, com expectativa de boa produtividade em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. O volume deve levar a um recorde de exportações.
Mesmo assim, ainda há incertezas sobre o consumo doméstico de óleo de soja e o clima, considerando que o fenômeno La Niña deve estar ativo entre fevereiro e abril deste ano e pode afetar a produção e logística nas regiões produtoras.
Nos EUA, a projeção para a safra do USDA é de 118,8 milhões de toneladas, com crescimento do esmagamento e da exportação em 2024/25. Os estoques do país também devem aumentar, pressionando mais os preços.
Já para a Argentina, o USDA diminuiu a estimativa de produção e podem ocorrer novos cortes se não houver melhora nas condições climáticas. As quedas na produção podem levar a uma redução no esmagamento e nas exportações, o que deve beneficiar os subprodutos dos EUA e do Brasil.
Soja: produção deve ser maior que o previsto e pressiona cotações
Enquanto a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta uma safra 2024/25 de 166 milhões de toneladas para a soja (o que já seria um recorde), a Hedgepoint Global Markets prevê uma produção ainda maior, de 170.7 milhões de toneladas.
Mas, para o coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Luiz Fernando Gutierrez, essas projeções devem ser ajustadas em breve e a colheita pode ser ainda maior, com grande potencial para pressionar os preços da commodity.
“O mercado da soja no Brasil está no momento de início de pressão sobre os preços, eu diria assim. Especialmente porque a gente está começando a colheita”, destaca Gutierrez.
Na quinta-feira (13), o preço da oleaginosa no porto de Paranaguá caiu 0,73% em relação ao dia anterior, para R$ 130,68 por saca de 60 quilos, de acordo com as cotações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Para Gutierrez, o que tem salvado os preços de quedas ainda maiores são as cotações da Bolsa da Chicago, que têm estado em um patamar mais elevado nas últimas semanas, em relação ao final do ano passado, como reflexo da seca na Argentina e no Rio Grande do Sul, além de uma produção menor que o esperado nos EUA.
Outro fator que tem sustentado os preços da commodity é o câmbio. Porém, nenhum desses suportes deve superar a pressão exercida pela safra recorde.
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