O Rio Grande do Sul registrou 56 mortes provocadas pelas chuvas intensas que atingem o Estado há uma semana. A Defesa Civil estadual divulgou um balanço às 9h deste sábado informando que há um total de 67 pessoas desaparecidas. A enchente histórica afetou 281 municípios, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre, Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e Serra Gaúcha. Ao todo, há 8.296 desabrigados e 24.666 desalojados. Os temporais afetaram a vida de 377.497 pessoas, conforme o órgão. Os feridos são 74.Os serviços de infraestrutura do Estado sofreram com as chuvas extremas dos últimos sete dias. As concessionárias de energia informaram que 350 mil pessoas estão no escuro. A CEEE Equatorial confirmou 54 mil pontos sem energia elétrica (2,8% do total de clientes) e a RGE Sul 296 mil pontos sem energia elétrica (7,6% do total de clientes.Os gaúchos também enfrentam a falta de água, A Corsan admitiu que há 860.952 clientes sem abastecimento de água (14% do total). As empresas de telefonia também têm problemas. A Tim informou que 63 municípios seguem sem serviços de telefonia e internet. A Vivo confirmou que 46 municípios estão sem serviços de telefonia e internet. Na Claro, 19 municípios estavam sem serviços de telefonia e internet. As aulas estão suspensas em toda rede estadual: 2.338 escolas.As chuvas ainda provocam danos e alterações no tráfego nas rodovias estaduais gaúchas. Até sexta-feira, 128 trechos em 68 rodovias tinham bloqueios totais ou parciais, entre estradas e pontes, conforme atualização das 9h.As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), consolidadas com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), abrangendo também rodovias concedidas e as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).Nível do GuaíbaO Rio Guaíba segue avançando contra Porto Alegre. O nível do lago atingiu 4,96 metros de altura na madrugada deste sábado, ultrapassando o recorde da maior cheia registrada até então, de 4,76 metros, em 1941, quando inundou grande parte do Centro da capital gaúcha. O Guaíba recebe as águas de diferentes bacias hidrográficas afetadas pelos temporais, como Taquari e CaíO recorde já havia sido ultrapassado às 21h de sexta-feira quando o nível do Guaíba chegou a 4,77 metros de altura. O governador Eduardo Leite disse que nível de rio pode chegar a 5 metros de altura.Com a suba do rio, mais regiões da capital amanheceram hoje alagadas, como o bairro Menino Deus, Floresta e São João. O Centro Histórico, onde ficam a prefeitura e o Mercado Público, está tomado pelas águas barrentas.Em entrevista coletiva na noite de quinta-feira, o político declarou que a situação é “absurdamente excepcional”. “Não é simplesmente apenas mais um caso crítico. É o mais crítico que, provavelmente, o Estado terá registro em sua história”.Na sexta-feira, uma casa de bombas na Avenida Mauá parou de funcionar e a água começou a invadir as ruas do Centro Histórico. E a comporta de número 14, localizada na avenida João Antônio Maciel, na Zona Norte de Porto Alegre, rompeu. A água invadiu a avenida Voluntários da Pátria e seguiu até o Centro Histórico da cidade. O portão 14 do sistema contra cheias ruiu no final da manhã quando tanques do Exército Brasileiro chegavam para reforçar a estrutura.Ao menos 68 bairros de Porto Alegre podem ter problemas com abastecimento de água. Em virtude da cheia do Guaíba, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) suspendeu as operações das Estações de Tratamento de Água (Etas) Moinhos de Vento, São João e Tristeza, na manhã de hoje.Segundo o Dmae, a medida foi necessária em razão do alagamento das estações de bombeamento de água bruta (Ebabs), que ficam localizadas na avenida Voluntários da Pátria e Padre Cacique, respectivamente. As Ebabs são as responsáveis pela captação da água para tratamento. Não há previsão de retomada da operação.Acolhimento – Quase 2 mil pessoas passaram a noite nos abrigos provisórios montados pela prefeitura de Porto Alegre. Com o avanço das águas do Guaíba e o aumento do número de famílias resgatadas, foram ampliados os locais de acolhimento. Agora, são oito espaços.“Nesta enchente histórica, tivemos madrugada muito intensa de resgate de moradores. São quase duas mil pessoas acolhidas em oito abrigos temporários mobilizados pela prefeitura com parceiros. Estamos montando mais estruturas para a demanda crescente. Força total para acolher’’, afirmou o prefeito Sebastião Melo.No Ginásio da Brigada Militar, estão 442 pessoas, destas 290 adultos, 152 crianças e 46 pets. No Centro Estadual de Tratamento Esportivo (Cete), passaram a noite 356 pessoas, sendo 200 adultas e no ginásio de lutas, outras 156.O Centro Vida recebe 607 desabrigados, sendo 439 adultos, 168 crianças e 58 pets. No Theatro Renascença, estão 210 pessoas. Na Restinga, no Pe. Leonardi, 40 pessoas estão sendo acolhidas (21 adultos, 19 crianças e quatro animais). Também na Zona Sul, na escola Estadual Custódio de Mello, são 29 pessoas (19 adultos e 10 crianças). Na Igreja Brasa, parceira da prefeitura, estão cem pessoas.A população em situação de rua está sendo recebida no Ginásio Calábria. O ingresso é feito por meio das equipes de abordagem da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Setenta e quatro pessoas estão no local.Resgate – A operação de resgate conta com 18 aeronaves e já resgatou cerca de 8 mil pessoas. Mas, a Defesa Civil estadual admite que há muita gente ilhada, já que as condições meteorológicas não são favoráveis.Há famílias que estão há 72 horas sem acesso à alimentação e água potável, segundo informação do coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Boeira. “Temos dificuldades operacionais, não é só chuva, é neblina, também que tira a capacidade de chegar em alguns lugares”, disse Leite.O governador decretou estado de calamidade pública na noite de quarta (1º), com prazo de 180 dias. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, !caracterizados por danos e prejuízos elevados”. Todo o Estado foi colocado sob alerta de inundação ou inundação severa

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