O mercado acionário brasileiro não consegue reagir com algumas notícias positivas que estão saindo no mercado internacional. Aqui, os investidores estrangeiros seguem retirando recursos da Bovespa pelo oitavo pregão seguido, e em novembro, até 14/11, já saíram recursos no montante de R$ 4,2 bilhões, com saídas líquidas em 2019 de R$ 35,5 bilhões.

Também podemos considerar algumas situações que mudaram o olhar dos investidores, como a frustração do leilão de excedentes da cessão onerosa, com não ingresso de recursos no país, a soltura de Lula, as discussões até aqui vãs no Congresso sobre prisão em segunda instância, os “quiproquós” do STF e pedido de dados sigilosos pelo presidente Toffoli, etc. Por trás de tudo isso, a economia que mostra fraca recuperação, o adiamento sistemático e demora em perseguir reformas e as tensões na América Latina que contaminam.

Com o real em queda perante o dólar (chegamos a R$ 4,21 na sessão de hoje) e as quedas recentes, a desvalorização em dólar já chega a 10%, e deveria motivar o regresso de investidores estrangeiros. Tanto mais os mercados americanos estão batendo recordes sucessivos de pontuação. Também deveria motivar exportações brasileiras, mas isso não está acontecendo com déficit até a terceira semana de novembro de US$ 430 milhões. E reduções do superávit estimado para o ano de 2019.

Tudo isso só para evidenciar as complicações de momento. Olhando para o setor externo, a situação tem melhorado, mas não estamos conseguindo capturar isso num primeiro momento. O Japão, por exemplo, acaba de anunciar que a Câmara Baixa aprovou acordo comercial com os EUA, ao mesmo tempo, em que o BOJ (BC japonês) e RBA (Austrália) anunciaram quem, caso necessário, pode tornar juros ainda mais negativos (BOJ) e ainda flexibilizar mais a política monetária.

Com relação à China, o noticiário internacional diz que os negociadores podem usar o acordo negociado em maio como base para remoção de tarifas, mas a China exige que as tarifas impostas depois de maio sejam revertidas e as demais sejam gradualmente retiradas. Já Trump, declarou que vai adicionar tarifas se não houver acordo. O jogo continua duro por lá, apesar de as negociações estarem sendo rotuladas como produtivas.

Ainda nos EUA, a construção de novas residências subiu 3,8% em outubro, enquanto novas permissões expandiram 5,0%. O presidente regional do FED de NY, John Williams, disse que podem cortar mais juros se quadro global for de maior desaceleração ou inflação muito baixa, mas que não vê risco para as perspectivas. Já a Rússia, não deve aprofundar cortes de produção de petróleo, mas pode manter o patamar atual.

O petróleo WTI negociado em NY mostrava queda forte, por conta disso e caía 3,12%, com o barril cotado a US$ 55,27. O euro era transacionado praticamente estável em US$ 1,108 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 1,78%. O ouro e a prata com comportamento de alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro ficou praticamente estável na China, com a tonelada em US$ 85,80.

No segmento local, tivemos o depoimento do presidente do Bacen na CAE do Senado (Comissão de Assuntos Econômicos) citando o crescimento global mais baixo dos últimos anos, o Brasil afetado pelos problemas da Argentina e o Brasil crescendo com menos recursos públicos e mais privado. Falou do projeto de open banking rodando no final de 2020, o projeto de pagamentos instantâneos já no final de 2020, e liberação de compulsório e declarando que se o câmbio afetar as expectativas, terá que atuar de forma diferente. Já o IBGE, anotou que a taxa de desemprego de São Paulo no trimestre em outubro estava em 12,0% e 3,2 milhões buscavam emprego. A Bahia teve a maior taxa de desemprego em 16,8% e Santa Catarina com a menor em 5,8%.

O presidente do Senado, Alcolumbre, diz que vai tentar votar a PEC paralela na sessão de hoje e precisa da presença de 65 senadores. No mercado, dia de DIs com comportamento de queda para os vencimentos mais longos e dólar oscilando bastante, atingindo máxima acima de R$ 4,21 para fechar com desvalorização de 0,16% e cotado a R$ 4,199. O Bacen alterou tecnicamente a postura diária de leilões de moeda por conta do feriado parcial de amanhã.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 0,22%, Paris com -0,35% e Frankfurt com +0,11%. Madri e Milão em dia de queda de respectivamente 0,04% e 0,48%. No mercado americano, o Dow Jones com -0,37% e Nasdaq com +0,24% (recorde). Na Bovespa, mais um pregão fraco e de queda de 0,38% e índice em 105.864 pontos.

Amanhã, a Bovespa não abrirá por conta do feriado em São Paulo, com mercados no exterior operando normalmente. Aqui a CNI (Confederação da Indústria) divulga a confiança do empresário e nos EUA teremos a ata da última reunião do FOMC do FED e os estoques de petróleo e derivados.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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