Após se mostrar indecisa (ou fingir que estava indecisa) sobre se aceitava, ou não, o ministério do Planejamento, a ex-senadora Simone Tebet bateu o martelo com o presidente Lula e assumirá a Pasta na próxima semana.
Quando um congressista é reeleito, ele costuma estudar com calma eventuais convites para o Executivo.
Afinal de contas, a cadeira na Câmara dos Deputados ou no Senado é certa e não é qualquer posto na Esplanada dos Ministérios que compense abandoná-la para o suplente, mesmo que temporariamente.
O caso de Simone é diferente. Ela se candidatou à Presidência da República, foi eliminada no primeiro turno (tirou terceiro lugar) e ficaria quatro anos sem grande influência política, podendo até cair no ostracismo.
Tentou, sem sucesso, o ministério do Desenvolvimento Social, pretensão essa que foi logo vetada pelos petistas, que não quiseram uma eventual candidata à Presidência em 2026 dirigindo o programa Bolsa Família.
Lula ofereceu também o Meio Ambiente, pasta que ela aceitou desde que Marina Silva concordasse em assumir a Autoridade Climática, o que não faria o menor sentido para Marina, já que se trata de um órgão, na prática, subordinado ao ministério.
Enfim, Simone vai assumir uma Pasta descartável. Tanto isso é verdade que, nos últimos tempos, deixou de existir nos governos Collor e Bolsonaro.
Durante a administração Castelo Branco (1964-1967) o Planejamento era, juntamente com a Fazenda, o ministério mais importante. Isso por causa da afinidade entre Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos, que inclusive tinham gabinetes próximos um do outro e dialogavam o tempo todo.
Veio então João Paulo dos Reis Veloso, que se dedicou a planejar. Elaborar planos quinquenais, decenais, plurianuais, etc.
Desde então, o Planejamento teve maior ou menor importância de acordo com o beneplácito do presidente da República.
Ivan Sant’Anna
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