Lei Marcial na Coreia do Sul cancela eventos
Festivais de música e outros eventos culturais já foram cancelados na Coreia do Sul após a medida – Reprodução

A decisão do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol de impor a Lei Marcial nesta terça-feira (3) já começa a impactar diversos setores no país, incluindo o mercado de entretenimento. Segundo o portal local Naver, festivais e eventos culturais previstos para os próximos dias foram cancelados, com grandes empresas do setor emitindo orientações internas para suspender shows e atividades a partir desta quarta-feira (4).

Representantes da indústria do entretenimento manifestaram preocupação sobre a realização de eventos durante o período de lei marcial. “Realizar eventos em uma situação de lei marcial pode nos colocar em situações imprevisíveis”, afirmou um porta-voz do setor.

A medida preocupa, entre outras coisas, por atingir uma época do ano tradicionalmente marcada por celebrações de fim de ano e eventos musicais de grande escala, como shows de K-pop e premiações.

A Lei Marcial

A última vez que a Coreia do Sul viveu sob Lei Marcial foi em 1980, durante o levante de Gwangju, quando centenas de civis foram mortos em confrontos com as forças militares.

A memória do episódio alimenta os temores de repressão e instabilidade no país.

De acordo com o Artigo 77 da Constituição sul-coreana, a lei marcial pode ser declarada em tempos de guerra, conflitos armados ou emergências nacionais semelhantes.

No entanto, sua imposição restringe severamente direitos civis e institui o controle militar sobre o país. Sob o decreto, os meios de comunicação foram colocados sob controle estatal, atividades parlamentares suspensas e cidadãos podem ser presos sem mandado.

Policiais cercaram o Parlamento em Seul, bloqueando o acesso às instalações. Deputados da oposição, que haviam convocado uma sessão de emergência para debater o decreto, foram impedidos de entrar.

A tensão nas ruas da capital aumentou, com manifestantes desafiando o bloqueio para protestar contra o que chamam de “golpe legalizado”.

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