Por: Tayllis Zatti

Expectativas. Se você pensar bem, essa foi a pauta da semana no mercado. Entre as falas de Powell sobre a economia norte-americana, a agenda econômica lotada de indicadores, a votação da PEC dos precatórios no Senado, as dúvidas em torno da variante ômicron, as falas do ministro Paulo Guedes, no final, nós queremos mesmo é saber: para onde vamos?

Perspectiva = panorama, cenário, horizonte, painel. Palavrinha que deixa nervoso quem ouve, não?

A perspectiva para o próximo ano, como você também já deve ter ouvido algumas vezes, não é das mais agradáveis. No geral, o investimento no país deve desacelerar, isso porque temos alguns pontos que dificilmente serão deixados para trás: aumento de juros, câmbio, e as preocupações acerca do ano eleitoral.

Além disso, o crescimento econômico para 2022 tem todas as ferramentas para não ganhar impulsionamento. A inflação, neste sentido, não preocupa a toa. Digo isso porque quanto pior o cenário inflacionário, maior a alta de juros necessária para trazer a inflação de volta para a meta. 

E essa é uma razão suficiente para que a economia continue andando de lado no ano que vem, inclusive, com uma pequena contração de 0,5% no fim de 2022, como alguns especialistas já falam.

Eu não quero te deixar mais pessimista, acredite, porém é preciso lidar com a realidade do cenário. E sim, como já disse algumas vezes aqui, a psicologia faz mais parte do mercado e da economia do que você imagina.

Quando estudamos o básico das ciências econômicas, aprendemos que uma das premissas é que o preço de um bem ou serviço é determinado pelas leis de oferta e demanda. Puxando essa teoria para termos do mercado, podemos dizer que a lei de oferta e demanda está baseada em ganância e medo. 

O entendimento de que disponibilidade e ganância – implícitas na economia – existem, acabam por desencadear um sentimento que podemos associar ao medo. Para o investidor, o cenário de perder com a queda de uma ação, por exemplo, é muito pior do que o cenário de não investir na “nova magalu”. Só nesse sentido, já consigo associar que quase todo entrante no mercado é vítima da baixa tolerância ao risco. 

Tomar decisões nesse mundo nunca é fácil, principalmente quando o cenário que estamos incluídos é, no mínimo, desafiador. Se enxergar em um estado de medo e ansiedade é mais normal do que você imagina.

Mesmo sabendo disso, tente agir com sabedoria, confiança, sempre baseado nos estudos. Aliás, acostume seu mindset a agir mais e torcer menos. Faz sentido?

Ah, para finalizar, entenda que esse mental desenvolvido não nasce com a gente. Livros e teorias são ótimos, mas você só consegue desenvolvê-lo se de fato fizer parte de um aprendizado de tentativas e erros. Porém, admita seus erros, sempre!

Tenha ciência das consequências que podem surgir ao entrar no mercado com os sentimentos errados e sem um bom controle emocional. Deixo aqui o convite de reflexão para o próximo final de semana.

Até segunda-feira!

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte