Cafezais – Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta terça-feira (10), os preços do café alcançaram níveis recordes na Bolsa de Nova York, impulsionados por temores de uma crise global de oferta.  

A escassez reflete uma combinação de fatores climáticos e desafios produtivos que tornaram o grão uma das commodities mais valorizadas em 2024. 

Mercado em alta e pressão para consumidores 

Os contratos futuros de café arábica já subiram mais de 80% em 2024, atingindo os preços mais altos desde 1972, ano da “Geada Negra”.  

Este movimento pressiona tanto produtores quanto consumidores, elevando custos ao longo da cadeia de fornecimento. 

Steve Pollard, analista do Marex Group, disse que “as recentes visitas a campo indicam uma produção na casa de 30 milhões de sacas, o que resultaria em mais um déficit de oferta,”.  

Queda na produção brasileira de café 

O Brasil, maior produtor mundial de café arábica, também enfrenta os impactos de uma seca prolongada, de acordo com a Bloomberg.  

Segundo a trader Volcafe Ltd., a produção brasileira desta variedade pode atingir apenas 34,4 milhões de sacas, uma redução de 11 milhões em relação à projeção de setembro. 

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Essa queda contribui para um déficit global de 8,5 milhões de sacas na temporada 2025-26, marcando o quinto ano consecutivo de déficit no mercado de café. Esses números são sem precedentes, segundo a Volcafe. 

Outros produtores de café com dificuldades 

Mas, a crise de oferta não é exclusiva do Brasil.

O Vietnã, maior produtor de grão robusta, também sofre com problemas climáticos, incluindo seca durante o crescimento e chuvas intensas na colheita. 

Impacto nos mercados  

A alta nos preços do café acompanha uma maior volatilidade no mercado. O índice de força relativa de 14 dias do arábica superou 70, enquanto a volatilidade de 60 dias alcançou níveis inéditos desde julho. 

Porém, a valorização do café reflete uma tendência observada em outras commodities “soft”. 

O cacau registrou um recorde em abril, enquanto o suco de laranja segue próximo ao maior preço histórico devido a secas e doenças no Brasil e danos causados por furacões nos EUA. 

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