A pesquisa de junho dos provedores brasileiros de serviços continuou a indicar que a doença do coronavírus de 2019 (COVID19) está tendo um efeito grave e desfavorável na economia de serviços, segundo dados do Markit Economics. Apesar de ter se atenuado ainda mais em relação ao recorde para a pesquisa observado em abril, a atividade continuou a cair acentuadamente em junho, prejudicada por outra queda considerável no volume de novos trabalhos. Em resposta, as empresas continuaram a cortar o número de empregos, refletindo em parte as tentativas de controlar os custos. Os dados mais recentes mostraram que as despesas operacionais aumentaram apenas marginalmente e ao ritmo mais lento na história da pesquisa.
Contudo, as margens de lucros permaneceram sob pressão, visto que os descontos atingiram um novo recorde para a pesquisa, com as empresas tentando conseguir novos negócios num clima comercial extremamente desafiador.
A leitura do número básico, Índice de Atividade de Negócios do setor de Serviços – IHS Markit, atingiu um recorde de alta de quatro meses ao registrar 35,9 em junho, uma melhora em comparação com o valor de 27,6 em maio. Apesar de ter aumentado ainda mais em relação ao ponto mínimo observado em abril, a leitura mais recente foi novamente indicativa de uma contração considerável na atividade do setor de serviços.
Os entrevistados relataram amplamente que a pandemia da COVID-19 continuou a ter um impacto desfavorável na demanda. Os dados mais recentes mostraram que os volumes de novos trabalhos recebidos foram cortados pelo quarto mês consecutivo e, apesar de terem se atenuado, mais uma vez a um ritmo considerável. As vendas, tanto internas quanto para o estrangeiro, foram relatadas como tendo sido mais baixas. De fato, as novas vendas para exportação continuaram a diminuir a um ritmo.
A carência de novos trabalhos recebidos, aliada a uma capacidade suficiente nas unidades tiveram um impacto negativo nos níveis de pessoal em junho, com o nível de pedidos em atraso tendo sido novamente visivelmente reduzido no mês. De um modo geral, o nível de empregos caiu pelo quarto mês consecutivo, e ao ritmo mais acentuado na história da pesquisa.
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Os entrevistados relataram que os empregos foram cortados como parte de tentativas de controlar os custos, que cresceram marginalmente apenas durante o período mais recente da pesquisa. Na realidade, o aumento mais recente nos preços de insumos foi o mais fraco em mais de treze anos de coleta de dados. Onde houve um aumento de custos, isto se deveu a preços mais elevados para equipamentos de proteção pessoal (EPP).
Apesar dos indícios de que a inflação de custos esteve em grande parte sob controle, os provedores de serviços enfrentaram, mesmo assim, uma compressão em suas margens de lucro, já que os preços cobrados continuaram a cair em resposta ao clima de negócios difícil. De um modo geral, a redução líquida nos preços de produtos foi a mais acentuada registrada na história da pesquisa.
Por fim, houve alguns desenvolvimentos positivos no que diz respeito ao grau de otimismo, com as expectativas voltando ao território positivo pela primeira vez em quatro meses. As previsões de uma retomada na atividade econômica, relacionadas com uma flexibilização das restrições causadas pela COVID-19, sustentaram o nível de otimismo. Contudo, o sentimento positivo permanece historicamente baixo, com algumas empresas indicando preocupações com um atraso na recuperação devido aos atuais desafios para controlar a pandemia.
(MR – Agência Enfoque)