Em setembro, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 11,4 trilhões (158,6% do PIB), aumento de 2,1% no mês e de 13,9% em doze meses, segundo dados do Banco Central (BC). A variação mensal refletiu acréscimos de 1,9% nos empréstimos e financiamentos (notadamente, no crédito do SFN); de 2,3% nos títulos de dívida (destacando-se os títulos públicos) e de 2,2% em dívida externa (refletindo o impacto da depreciação cambial de 3,1%).
O crédito ampliado a empresas e famílias totalizou R$6,5 trilhões (90,7% do PIB), com elevações de 1,9% no mês e de 17% em doze meses. No mês, os empréstimos e financiamentos cresceram 1,9%. Os instrumentos do mercado de capitais (títulos privados e securitizados) cresceram 1,5%, recuperando parte do recuo que vinha sendo observado desde abril. O saldo das captações externas cresceu 1,9%.
Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$3,8 trilhões em setembro, aumento de 1,9% no mês, com acréscimos de 2,6% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$1,7 trilhão) e de 1,4% em pessoas físicas (R$2,1 trilhões). Em doze meses, o crescimento da carteira total acelerou de 12,2% para 13,1%, resultado de expansões nos créditos às empresas (de 16,6% para 18,3%) e às famílias (de 8,9% para 9,3%).
O crédito livre para pessoas jurídicas alcançou R$1,1 trilhão, com aumentos de 2,4% no mês e de 26,5% na comparação interanual, destacando-se as operações de capital de giro acima de um ano, assim como a elevação sazonal nas modalidades voltadas para fluxo de caixa (desconto de duplicatas e recebíveis e antecipação de faturas de cartão). O saldo do crédito livre a pessoas físicas alcançou R$1,2 trilhão, após elevações de 1,5% no mês e de 8,7% em doze meses; sobressaindo cartão de crédito à vista, veículos e crédito pessoal (consignado e não consignado).
No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas totalizou R$621 bilhões em setembro, com elevações de 3,1% no mês e de 6,5% na comparação interanual, refletindo a expansão em outros créditos direcionados (14,5% no mês e 65,1% em doze meses), categoria na qual estão classificados os programas de apoio a micro, pequenas e médias empresas. O saldo com pessoas físicas alcançou R$969 bilhões, aumentos de 1,2% no mês e de 9,9% nas mesmas bases de comparação, com elevações em crédito rural e financiamento imobiliário.
As concessões totais de crédito somaram R$367 bilhões em setembro. Na série com ajuste sazonal, houve elevação mensal de 2,9%, com expansões de 5,7% para famílias e 2,3% para empresas. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2019, as concessões totais cresceram 6%; refletindo elevação em pessoas jurídicas, 14,1%, e contração em pessoas físicas, 0,9%.
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), referente ao custo médio de todo o crédito do SFN; situou-se em 17,4% a.a. em setembro, com declínios de 0,5 p.p. no mês e de 3,5 p.p. na comparação interanual. No ICC do crédito livre não rotativo, situado em 22,7%, reduções de 0,5 p.p. e 5,6 p.p., nas mesmas bases de comparação. O spread geral do ICC, 12,3 p.p., recuou 0,4 p.p. e 2,4 p.p., nos mesmos períodos.
A taxa média de juros das operações contratadas em setembro situou-se em 18,1% a.a., com diminuições de 0,5 p.p. no mês e de 5,9 p.p. em doze meses. O spread geral das taxas de juros das concessões situou-se em 14,3 p.p., com declínios de 0,6 p.p. e de 4,5 p.p., nos mesmos períodos.
No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 25,7% a.a., reduzindo-se 0,8 p.p. no mês e 10,4 p.p. na comparação interanual. Para as famílias, a taxa média situou-se em 38% a.a.; declínio de 1 p.p. no mês, destacando-se recuos em crédito pessoal não consignado (-0,7 p.p.) e consignado (-0,4 p.p.). No crédito livre às empresas, a taxa média de juros situou-se em 11,4 p.p. (-0,7 p.p. mês), com reduções nas principais modalidades, entre as quais capital de giro (-0,7 p.p.) e conta garantida (-0,9 p.p.). Excluindo-se as operações rotativas, a taxa média de juros do crédito livre alcançou 19,7% a.a., declínios de 0,6 p.p. mês e 7,7 p.p. em doze meses.
Agregados monetários
A base monetária atingiu R$408,7 bilhões em setembro, com expansões de 1,5% no mês e de 45,4% em doze meses. No mês, as reservas bancárias cresceram 6% e o papel-moeda emitido, 0,8%. Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, as maiores expansões ocorreram nas operações do Tesouro Nacional (R$75 bilhões), nas operações com derivativos (R$12,9 bilhões) e nos depósitos de instituições financeiras (R$9,7 bilhões, resultado de liberações de recolhimentos sobre depósitos de poupança, de R$12 bilhões). As operações do setor externo e da Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL) também promoveram impacto expansionista, respectivamente, R$7,7 bilhões e R$2,1 bilhões. Em sentido contracionista, as operações com Títulos Públicos Federais totalizaram R$100,4 bilhões, resultado de colocações líquidas de títulos nos mercados primário e secundário.
O saldo dos meios de pagamento restritos (M1) alcançou R$565,4 bilhões em setembro, aumento de 2,2%; com elevações de 3,9% em depósitos à vista e de 0,6% no papel-moeda em poder do público. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 cresceu 2,5% no mês. O M2 totalizou R$ 3,8 trilhões (+1,9% mês), incorporando aumentos de 1,1% nos saldos de depósitos de poupança (alcançando R$1,0 trilhão) e de 3,1% nos saldos de depósitos a prazo (que somou R$1,7 trilhão). No mês, captações líquidas de R$13,2 bilhões nos depósitos de poupança e de R$35,9 bilhões em depósitos a prazo. O M3 situou-se em R$7,7 trilhões (+0,7% mês), apesar do recuo de 0,3% nas quotas de fundos do mercado monetário (saldo de R$3,7 trilhões). O M4 cresceu 0,2% no mês e 13,8% em 12 meses, totalizando R$8,1 trilhões.