🌎 CENÁRIO EXTERNO

Retomada vs. Inflação

Mercados

Mercados asiáticos encerram a sessão com desempenhos predominantemente positivos na volta de feriado, com destaque negativo para bolsas chinesas após governo evidenciar uma piora das relações com a Austrália. Na zona do euro, índices acionários iniciaram o dia em tom ligeiramente negativo, com o Stoxx 600, índice que abrange ativos de toda a região, registrando queda de 0,3% até o momento. Nos EUA, índices futuros de NY ensaiam uma abertura levemente positiva nos EUA (S&P 500 fut: +0,1%), enquanto o dólar (DXY) opera em queda contra seus principais pares (+0,4%) e os juros futuros têm manhã de fechamento generalizado (rendimento das treasuries de 10 anos: 1,57% a/a). Por fim, na fronte das commodities, ativos registram mais um início de dia forte. Na contramão, o preço do petróleo (Brent Crude – ICE) recua 0,6%, negociado próximo dos US$ 68,60/barril.

Retomada vs. Inflação

Ativos de risco estão amanhecendo sem direção única nesta 5ªfeira, com bolsas europeias oscilando entre ganhos e perdas enquanto futuros de NY esboçam mais uma abertura de leve recuperação. O que segue regendo expectativas é a discussão em torno do ritmo de recuperação da economia global e o risco inflacionário que acompanha os atuais impulsos da política econômica sendo praticada nas principais economias do mundo em um ambiente que já conta com a pressão de uma alta contínua das commodities. Amanhã, o relatório de empregos de abril nos EUA trará mais pistas sobre o estado da recuperação do mercado de trabalho na maior economia do mundo – já existem pesquisas que apontam para uma eventual escassez de mão de obra em caso de uma retomada acelerada. Na Ásia, onde bolsas já fecharam, o destaque ficou com a queda dos índices chineses na volta de feriado, após o governo anunciar a suspensão das conversas estratégicas com a Austrália, evidenciando uma nova deterioração do relacionamento entre os países.

BoE

Como destaque nesta manhã o Bank of England (BC do Reino Unido) anunciou mais uma decisão de política monetária. Como esperado, os formuladores de política monetária optaram pela manutenção do juro básico no seu patamar atual (0,1%) e não alteraram o plano de voo com relação ao programa de compra de títulos (GBP$ 895 bi). Com relação ao futuro da política monetária, a instituição se comprometeu a seguir utilizando todas as ferramentas que tem disponível para sustentar a recuperação econômica e sinalizou que não pretende uma redução dos estímulos até que existam evidencias claras de que um progresso significativo está sendo feito na direção de eliminar a capacidade ociosas da economia e levar a inflação a atingir a meta de 2,0% a.a. de forma sustentável.

Mais agenda

Nos EUA, além dos novos pedidos de auxílio desemprego solicitados na última semana de abril (9h30); o investidor recebe os dados de produtividade do trabalho (9h30) e o relatório de estabilidade financeiro do Fed (17h). À noite (22h45), as atenções se voltam à China, onde saem as leituras finais dos PMIs/Caixin referentes ao mês de abril.

CENÁRIO BRASIL

COPOM eleva Selic para 3,50% e já sinaliza nova alta em abril

Copom eleva Selic e já sinaliza nova alta em abril

A reunião de maio confirmou o que apontava o consenso de mercado ao terminar no anúncio de uma nova alta de 0,75 p.p. da taxa básica de juros da economia. Com a nova alta, a Selic chega ao patamar de 3,50% a.a. e, segundo o comunicado, deve seguir esta trajetória de alta em junho; quando o BC sinalizou novo aumento da mesma magnitude.

Mudança no comunicado

O BC manteve o trecho que aponta a intenção de normalização apenas parcial da taxa até o fim do ano, mas enfatizou que “não há compromisso com essa posição” e que eventuais ajustes poderão ser feitos de forma a assegurar o cumprimento da meta de inflação. Em outras palavras, ao manter o trecho o BC conseguiu manter alguma flexibilidade com relação à velocidade e magnitude do ciclo de alta atualmente em curso, e a nova adição serviu para reafirmar o compromisso da instituição com o cumprimento da meta de inflação (Leia a análise completa da decisão do Copom no Flash Macro 05/04). Desta forma, apesar do mercado não antecipar a sinalização por uma nova alta de 0,75 p.p. em junho, o comunicado deve ser bem recebido; o que deve trazer um novo alívio ao câmbio e um achatamento da curva de juros.

CPI da pandemia

O depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich na CPI da Covid-19 trouxe poucas revelações. Teich citou a falta de autonomia como a principal motivação do seu pedido de demissão. O ponto de atrito mais relevante entre o então ministro e o presidente da República foi o uso da cloroquina no tratamento contra a covid-19. Hoje, a CPI recebe o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. Para a semana que vem, a comissão aprovou requerimentos para ouvir o ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e representantes de laboratórios que fabricam vacinas.

Guerra das tributárias

Antes mesmo do conteúdo da reforma tributária ser debatido em uma comissão que integra o trâmite regimental da matéria, a reforma já gera divergências. A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que extinguiu a comissão mista que tratava do assunto não foi bem recebida pelos parlamentares que integravam o colegiado. O vice-presidente da comissão, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), anunciou que a reunião marcada para terça-feira que vem, que previa a leitura final do parecer do relator, está mantida. Ou seja, pelo menos uma parte da comissão mista pretende ignorar o anúncio de Lira.

Time Ampla x Time Faseada

Esses parlamentares pretendem conduzir a PEC ao Senado, onde Lira não teria o poder regimental para impedir a sua análise. Porém, mesmo na Casa Alta, a proposta pode encontrar resistência, já que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é um aliado de Lira – os dois formaram uma espécie de “chapa governista” quando disputaram a presidência de suas respectivas casas no início deste ano. O embate, que vem aos poucos se materializando, lança o presidente da Câmara e o ministro Paulo Guedes (Economia) do time “reforma faseada” contra os integrantes da comissão mista, que representam o campo da “reforma ampla”. Segundo Guedes, a reforma ampla proposta pela comissão mista é inviável porque forçaria o governo federal a recompensar os estados e municípios por R$ 400 bi em arrecadação perdida.

Na agenda

Em dia de agenda econômica praticamente vazia, o investidor acompanha mais um leilão tradicional de LTNs, LFTs e NTN-Fs do Tesouro Nacional, às 11h30.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm manhã mista, com investidores ponderando o otimismo com a retomada econômica e preocupação com riscos inflacionários na medida em que formuladores de política econômica não mostram nenhuma pretensão em reduzir estímulos, pelo contrário. No Brasil, o mercado deve reagir bem à decisão do Copom, que elevou a Selic em 0,75 p.p.; a 3,50%, e sinalizou a intenção de uma nova alta da mesma magnitude em junho. Paralelamente, investidores ficam à espera de novos depoimentos na CPI da pandemia enquanto as discussões em torno da reforma tributária seguem gerando divergências no Congresso. Desta forma, na falta de mudanças relevantes no noticiário, esperamos uma nova abertura de viés neutro/positivo para ativos de risco locais, pautada na reação do mercado ao Copom e na manhã de desempenhos mistos verificada no exterior até o momento.

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