“Se o Banco Central não subir um pouco a taxa de juros agora, o mercado pode ficar extremamente cético quanto à inflação”

Após o fechamento da Bolsa de Valores, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá decidir qual será a nova Taxa Básica de Juros, também conhecida como Selic, que atualmente encontra-se em 2% ao ano. Após 6 anos de quedas consecutivas, a expectativa do mercado é que o índice suba pelo menos 0,5% nesta quarta-feira. A principal questão apontada por especialistas para o aumento da taxa é a desaceleração econômica no país e a alta da inflação, que vem afetando principalmente os preços dos alimentos desde o início da crise do novo coronavírus (covid-19).

Para Pedro Paulo Silveira, Gestor da Nova Futura Investimentos, hoje o aumento da taxa de juros é de 0,5% para cima, em um ciclo que pode chegar até os 5,5% ou 6%, a depender da inflação. “Todo mundo acredita que é necessário subir a Selic porque a inflação está subindo. Porém, mais uma vez, é necessário entender como o Banco Central irá conseguir ancorar as expectativas. Se o mercado passar a acreditar que a inflação vai subir sem controle, as expectativas não estarão ancoradas. Se a política econômica perder a credibilidade, e é isso que podemos enfrentar, aumenta o papel do Banco Central e da política monetária  para estabilizar as expectativas. Se o BC não subir um pouco a taxa de juros agora, sinalizando o fim do ciclo estimulativo da Selic, o mercado pode ficar extremamente cético quanto à inflação”, explica.

O Gestor comenta que temos uma confusão política no país muito grande no momento. “Enfrentamos um absoluto caos na saúde, com o número de casos e mortes subindo e a capacidade do sistema colapsando. Além disso, vemos pouquíssimas perspectivas de curto prazo, o que assusta o mercado. Eu era um defensor da idei a de que não tínhamos condições de subir a taxa de juros ainda esse ano, mas a conjuntura mostrou que isso é impossível. Esse Copom será extremamente difícil. O que estabiliza a inflação é a credibilidade da política econômica do Brasil, e o país vive um problema em relação a credibilidade”, diz. 

Silveira complementa que aumentando a Selic, o Ba nco pretende produzir uma queda na inflação e garantir que o país entre em 2022 com o IPCA a 3,5%. “Dentro do sistema de metas, o BC não tem o suposto dilema entre controlar a inflação e fazer a economia crescer, é tudo a mesma coisa. Porque, se você deixar a inflação subir, ela vai gerar desemprego e  ineficiências profundas no mercado. No entanto, não se deve subir ou abaixar a taxa Selic muito rápido. As coisas tem que ser devagar para mostrarem efeito daqui um tempo”, afirma.

Sobre a Nova Futura Investimentos

Sócia-fundadora da BM&BOVESPA, a Nova Futura Investimentos, foi fundada em 1983, atua nos mercados de commodities, renda fixa, renda variável e seguros. Com presença nacional, a instituição financeira conta com 21 escritórios espalhados por diversas cidades do país. Ao longo de mais de três décadas de existência, se consolidou como uma das maiores e mais independentes casas de investimentos do Brasil.

Com tradição no mercado institucional, vem se tornando referência no varejo, oferecendo a mesma qualidade já ofertada ao mundo empresarial agora também para pessoas físicas. Em 2017, confirmando a tradição de excelência, a corretora recebeu o selo Nonresident Investor Broker, que reconhece a estrutura organizacional e tecnológica especializa da na prospecção de clientes, prestação de serviços de atendimento consultivo assim como execução de ordens e distribuição de produtos da BM&FBovespa para investidores não residentes.

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