“Tudo indica que a autoridade monetária brasileira irá implementar mais um corte de 0,5 p.p. na próxima reunião do Copom e isso mexe com a performance dos investimentos”, destaca gestora.

  Na quarta-feira, dia 20 de março de 2023 o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu a taxa básica de juros do país, a Selic, pela sexta vez consecutiva, de 11,25% para 10,75% ao ano. Cada vez que a autoridade monetária mexe nessa taxa, os investidores, bem como os poupadores, correm para calcular como ficam suas aplicações neste novo cenário.

          Rubens Terra, sócio da Equus Capital, destaca que esses são ótimos momentos para rever as aplicações, para conferir se estão performando conforme esperado, ou se há a necessidade de um rebalanceamento de carteira. “Um dos investimentos em renda fixa  muito utilizados, nesse contexto de juros ainda altos, é o Tesouro Selic”, diz. E calcula o retorno desse investimento:

  • Tesouro Selic

          0,85%a.m. – bruto

          0,67%a.m. – líquido (alíquota de 22,5% – aplicações inferiores a 6 meses)

          0,73%a.m. – líquido (alíquota de 15% – aplicações superiores a 2 anos)

Mas, o que é o Tesouro Selic?

          O especialista explica que o Tesouro Selic é um tipo de título público emitido pelo Tesouro Nacional, representando uma forma de investimento de renda fixa no Brasil. Ele é conhecido por sua característica de oferecer baixo risco e liquidez diária, o que o torna uma opção atrativa para investidores conservadores ou para aqueles que buscam uma reserva de emergência.

          “O funcionamento do Tesouro Selic é bastante simples: ao investir nesse título do Tesouro, você está emprestando dinheiro para o governo federal, que te promete devolver o dinheiro com juros, no futuro. 

          Seu rendimento está atrelado à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. Dessa forma, seu retorno acompanha de perto as variações da taxa Selic ao longo do tempo”, informa, acrescentando que uma das principais vantagens é sua liquidez, ou seja, a facilidade com que o investidor pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento, sem prejuízos significativos. Isso o torna uma opção interessante para quem precisa de flexibilidade financeira.

          “O Tesouro Selic é considerado um investimento de baixo risco, uma vez que é garantido pelo governo federal, o que o torna uma alternativa segura para proteger o capital investido. Em resumo, o Tesouro Selic é um título público do Tesouro Nacional que oferece baixo risco, liquidez diária e rentabilidade atrelada à taxa Selic, sendo uma opção popular entre investidores conservadores e para formação de reserva de emergência”, frisa.

E quanto às Letras de Crédito?

          Em relação às Letras de Crédito, Terra aponta que estes são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos para financiar atividades específicas, como o agronegócio (Letra de Crédito do Agronegócio – LCA), o setor imobiliário (Letra de Crédito Imobiliário – LCI) e as micro, pequenas e médias empresas (Letra de Crédito de Desenvolvimento – LCD).

          “Esses títulos funcionam de forma semelhante aos Certificados de Depósito Bancário (CDBs), mas têm uma finalidade específica, que é direcionar os recursos captados para setores da economia que precisam de financiamento. Em troca do investimento, o investidor recebe uma remuneração, que pode ser pré- fixada, pós-fixada ou híbrida, dependendo das características de cada título”, ressalta.

          Segundo ele, uma das principais vantagens das letras de crédito é a isenção de imposto de renda para pessoas físicas, quando o prazo de investimento é igual ou superior a 90 dias. Isso faz com que esses títulos sejam uma opção interessante para quem busca rentabilidade e segurança no longo prazo. E cita:

  • “O LCI/LCA é isento, então, para dar 1% líquido, precisa ter rendimento superior a 118% do CDI,com a taxa SELIC atual”.

Como ficam os CDBs nesse novo cenário de juros?

          Ainda de acordo com o executivo, CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário, um dos investimentos em renda fixa mais populares no Brasil. “O CDB é emitido por bancos como forma de captar recursos para financiar suas atividades. O investidor empresta dinheiro para o banco por um determinado período de tempo, e, em troca, recebe uma remuneração na forma de juros”, aponta.

          Conforme o especialista, os CDBs podem ter características diversas, como prazo de vencimento, forma de remuneração (pré-fixada, pós-fixada ou híbrida), valor mínimo de aplicação e liquidez. Alguns CDBs são mais flexíveis e permitem o resgate antecipado, enquanto outros têm prazos mais longos e podem ter penalidades em caso de resgate antes do vencimento.

          “Os juros pagos pelos CDBs podem ser prefixados, ou seja, definidos no momento da aplicação, pós-fixados, atrelados a indicadores como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é muito similar à taxa Selic, ou híbridos, uma combinação de prefixadas e pós-fixado. Por outro lado, é importante considerar que os rendimentos dos CDBs estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda, de acordo com a tabela regressiva, onde a alíquota diminui conforme o prazo de investimento”, reforça. E calcula:

  • Para o CDB dar um rendimento de 1% ao ano, fica assim:

          Bruto de 1% – 118% do CDI

          Líquido de 1% – 152,23% do CDI (alíquota de 22,5%  – aplicações superiores a 2 anos)

          Líquido de 1% – 138,8% do CDI (alíquota de 15%  – aplicações superiores a 2 anos)

E a Poupança?

          O rendimento da poupança funciona da seguinte maneira: quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, a aplicação rende 70% do valor da taxa básica mais a Taxa Referencial (TR), uma taxa calculada pelo Banco Central que considera diversos fatores, incluindo o nível da Selic.

          Quando a Selic ultrapassa os 8,5% ao ano, a poupança passa a render 0,5% ao mês mais a TR. Atualmente, com a Selic em 10,75%, a poupança apresenta uma rentabilidade de aproximadamente 7,73% ao ano. “Isso significa um ganho real de 3,09%, se for descontada a inflação.”

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