Com a Selic em 10,50% ao ano, muitos investidores ficam em dúvida sobre qual é a melhor opção: títulos públicos ou privados? A escolha entre esses dois tipos de investimento pode impactar diretamente a rentabilidade e a segurança do seu portfólio. Antes de mais nada, é preciso entender as vantagens e desvantagens de cada um.

O governo federal emite os títulos públicos como uma alternativa de investimento que garante solidez ao investidor. Esses títulos representam uma dívida do Estado com os compradores, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, e são considerados uma das formas mais seguras de aplicação financeira, devido ao baixo risco de inadimplência do governo. Além disso, o governo os usa para financiar diversas atividades e projetos, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país. Um exemplo de título público é o Tesouro Selic, que é pós-fixado e acompanha a taxa e oferece liquidez diária.

As empresas, desde pequenas startups até grandes corporações estabelecidas, oferecem títulos privados que proporcionam um lucro maior comparado aos títulos governamentais. Isso ocorre porque eles, muitas vezes, carregam um nível de exposição mais alto, refletindo a necessidade das corporações de atrair investidores dispostos a aceitar esse risco em troca de potenciais retornos financeiros mais significativos. Um exemplo de título privado são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Projeções para a Selic e o mercado atual

Atualmente, o mercado brasileiro está de olho na possibilidade do Banco Central norte-americano iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. Essa perspectiva pode influenciar as decisões de investimento por aqui, uma vez que mudanças nos juros dos Estados Unidos  impactam diretamente o fluxo de capitais e a taxa de câmbio.

Ainda que a Selic permaneça em 10,50% por algum tempo, é importante considerar as projeções para o futuro. A saber, as projeções majoritárias acreditam que a taxa básica deve se manter neste patamar, pelo menos a curto prazo. No entanto, o mercado econômico é dinâmico e pode mudar rapidamente.

Neste cenário, os títulos privados podem oferecer uma rentabilidade melhor, mesmo em períodos de incerteza, em contraste com os papéis do governo, que têm suas taxas atreladas à Selic. De acordo com Fábio Murad, sócio-diretor da Ipê Investimentos, “os títulos privados permitem diversificar o portfólio e se proteger contra possíveis oscilações da taxa básica de juros”.

Considerações finais: títulos públicos ou privados?

Antes de tomar qualquer decisão, os investidores devem analisar os objetivos financeiros e o perfil do investidor. Títulos públicos oferecem segurança e liquidez, sendo ideais para quem busca estabilidade. Por outro lado, os títulos privados podem proporcionar retornos maiores, desde que o investidor esteja confortável com o risco adicional.

Além disso, é importante considerar as vantagens fiscais dos títulos privados isentos de IR. “A isenção de imposto faz uma grande diferença na receita líquida e torna os títulos privados ainda mais atraentes”, comenta Murad.

Mesmo assim, a diversificação continua sendo uma estratégia recomendada. Combinar títulos públicos e privados proporciona um equilíbrio interessante entre segurança e rentabilidade.

De acordo com o especialista, com a Selic a 10,50%, “os títulos privados de boa qualidade são a melhor opção por enquanto, ainda mais se considerarmos a isenção de Imposto de Renda em alguns casos, como é o caso das debêntures incentivadas emitidas por empresas de grande porte no setor de energia, como as debêntures da Sabesp”.

Por fim, ele acredita que, “apesar dos títulos públicos serem mais líquidos e possibilitar resgates mais rápidos, os títulos privados são melhores, já que, além dos ganhos mais atrativos, os setores sólidos e estáveis como de saneamento, por exemplo, apresentam oportunidades boas independentemente do ciclo econômico”.

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