“Indiferentemente ao tamanho da redução, o custo do crédito tende a reduzir em qualquer cenário, e isso é oportuno para as empresas”, afirmam as gestoras

Os membros do colegiado do Comitê de Política Econômica (Copom) iniciaram nesta terça-feira (7) sua reunião de dois dias, que deve encerrar na quarta-feira (8), apontando para uma decisão acerca da Selic, que é a taxa de juro da economia brasileira. “Até meados de abril a expectativa era de corte na Selic em 0,5 p.p., mas já em maio o mercado financeiro reajustou sua expectativa, agora para um corte de 0,25 p.p.”, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

O volume do corte apontado pelo executivo está em linha com o levantamento da B3 (B3SA3), cujas opções de mercado mostram que 80% dos analistas consultados esperam realmente um corte de 0,25 p.p. “Para além disso, vale mencionar que a situação enfrentada pelo Rio Grande do Sul, que demandará recursos do governo federal, tende a implicar em contração do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação maior. Então, o investidor deve ficar atento a esta situação e monitorar sua carteira de ativos”, diz.

Fábio Murad, sócio da Ipê Investimentos, indica que os juros brasileiros podem se manter ligeiramente mais elevados, refletindo o cenário de incertezas econômicas e o risco de aumento da inflação. “Para o término de 2025, antecipo a possibilidade de uma redução dos juros, à medida que a economia se estabiliza e as incertezas diminuem”, destaca. 

No que tange ao mercado de capitais, o executivo ressalta que um incremento nas taxas de juros pode tornar os investimentos em renda fixa mais atrativos, enquanto um corte nas taxas tende a favorecer as ações empresariais, impulsionando o crescimento econômico. “Portanto, os investidores devem estar atentos à trajetória das taxas de juros e diversificar suas carteiras de investimento conforme suas perspectivas e tolerância ao risco”, frisa.

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Em se tratando da meta central de inflação para este ano, ela está ancorada em 3%, sendo considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para o próximo ano, a meta de inflação permanece em 3%, com a mesma faixa de oscilação. O Banco Central (BC) já está direcionando suas ações para a meta do ano seguinte e também para um horizonte de 12 meses até meados de 2025.

  • Selic: Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano, após seis cortes consecutivos. 
  • Selic: Para 2025, o governo propôs uma alteração na meta fiscal atual, que atualmente prevê um superávit de 0,5% do PIB (aproximadamente R$ 62 bilhões), para uma meta fiscal zero, sem déficit ou superávit. 
  • Para 2026, a equipe econômica sugeriu uma modificação na meta em vigor, que estipula um saldo positivo de 1% do PIB (cerca de R$ 132 bilhões), para um superávit menor, de 0,25% do PIB (aproximadamente R$ 33 bilhões).


Como fica o custo do crédito?

André Colares, CEO da Smart House Investments, explica que um ajuste de 0,25% na taxa Selic teria um efeito moderado na redução do custo do crédito, tornando os empréstimos um pouco mais acessíveis tanto para empresas quanto para consumidores. “Isso poderia incentivar investimentos e consumo, mas de maneira gradual”, diz.

Segundo ele, um corte de juros mais conservador indicaria que o BC está adotando uma postura cautelosa diante das incertezas econômicas, tanto no cenário nacional quanto internacional. Essa medida pode fortalecer a confiança do mercado de que a inflação permanece sob controle. “Ao optar por um corte mais moderado, o Brasil pode evitar uma saída expressiva de investimentos estrangeiros, mantendo-se relativamente atraente para investidores interessados em retornos consistentes na renda fixa”, destaca.

E conclui: “diante das previsões de inflação mais moderada e da necessidade de manter o estímulo econômico, é possível que a Selic encerre 2024 em torno de 9%.

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Mas, quais as três consequências 

Os especialistas elencaram o seguinte:

  • Redução do custo do crédito: Um corte na taxa Selic tende a reduzir o custo do crédito, incentivando empresas e consumidores a tomar mais empréstimos, o que pode estimular o consumo e o investimento, e consequentemente, o crescimento econômico.
  • Estímulo à inflação: Por outro lado, o corte da taxa Selic pode estimular a inflação, uma vez que o aumento do consumo pode pressionar os preços para cima. No entanto, o efeito sobre a inflação dependerá de outros fatores, como a capacidade ociosa da economia e as expectativas de inflação do mercado.
  • Desvalorização do real: Um corte na taxa Selic pode levar à desvalorização do real, já que tende a reduzir o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, uma vez que os investimentos em reais se tornam menos atrativos. Isso pode aumentar a inflação, uma vez que a desvalorização do real torna as importações mais caras.

Abordagem cautelosa do Banco Central

Para a Equus Capital, um corte de 25 pontos base (bps) na taxa Selic, ao invés de um corte mais agressivo de 50 bps, resulta em um ajuste mais moderado na política monetária, refletindo uma abordagem cautelosa do Banco Central frente às condições econômicas atuais. Esse cenário indica uma preocupação com a inflação ainda elevada e sinais mistos na atividade econômica. Recentemente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro, mencionou que a redução no desemprego também influencia essa decisão. Segundo ele, com menos pessoas procurando trabalho, há dificuldades de contratação, levando empresas a oferecer salários mais altos, o que aumenta os custos de produção e, consequentemente, os preços, alimentando a inflação. A estratégia de reduzir o ritmo de queda dos juros visa desacelerar o crescimento econômico, mitigando assim a demanda por compras e a pressão inflacionária, afirma Felipe Uchida, sócio da empresa.

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