Recentemente, estava lendo o livro da Rachel Maia e me inspirei a escrever este artigo, pois tenho certeza que ainda há uma barreira a ser superada sobre este tema.

Quando iniciei minha carreira, me preocupava muito o fato de não poder pagar uma faculdade de renome e eu me questionava se eu conseguiria alcançar tudo que buscava.

Durante o curso de Ciências Contábeis conheci uma pessoa incrível, que trabalhava em uma Big4 e partir daí decidi que era ali que eu queria começar a dar os meus primeiros saltos.

Todos os anos havia contratações em dois períodos diferentes e me inscrevi para uma vaga de estágio.

Fiz a primeira etapa do meu processo seletivo dentro da FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, precisa responder 2 apostilas diferentes: uma para parte técnica e outra psicológica/ comportamental. Não consegui responder praticamente nenhuma das questões técnicas, afinal a vaga era para um estágio, estava em busca de aprendizagem. Mas eu queria muito aquela oportunidade e deixei uma mensagem nesta apostila, dizendo o quanto eu queria aquela oportunidade.

Logo depois descobri que havia uma preferência por estudantes a partir do 3º ano do curso de Ciências Contábeis e que estivessem cursando FECAP, Makenzie ou PUC…e eu não estudava em nenhuma delas.

Para minha felicidade, fui chamada para uma entrevista com um diretor. Fiquei extremamente feliz e adorei a entrevista! Senti que havia conseguido transmitir a mensagem de quem eu era e o quanto era capacitada para aquela oportunidade. Entretanto não me chamaram para a vaga.

O ano foi passando, e no segundo semestre novamente fui chamada para uma entrevista, com o mesmo diretor. Acho que eu não me enquadrava em todos os requisitos exigidos pela empresa, mas ele havia visto algo de bom naquela garota, e desta vez fui contratada!

Quando iniciei, éramos uma turma de 25 profissionais, que passaríamos por 1 mês de treinamento antes de iniciar a trabalhar. Eu era a ÚNICA na turma que não fazia parte das 3 faculdades acima citadas.

Sou imensamente grata a este profissional que rompeu algumas barreiras e me concedeu esta oportunidade, pois foi a partir daí que fui abrindo outras portas e acredito que nunca o decepcionei.

Escrevo este artigo para convidar a cada um de nós a refletirmos se não estamos fazendo o mesmo em nossas contratações. Quando, mesmo para os cargos mais iniciais colocamos tantas exigências que restringimos talentos.

Temos muitos bons profissionais no mercado, com ideias novas, com garra, mas a realidade do nosso país é dura e muitas famílias não podem colocar seus filhos em escolas particulares, a estudar inglês desde pequenos. Cada dia mais, as pessoas que vem de famílias menos abastadas se vê com menos oportunidade, frente a tantas jovens que já falam um segundo idioma fluentemente e estudaram em escolas renomadas.

No mundo corporativo se fala muito sobre “fazer diferente”, e o que cada um de nós está fazendo diferente? Estamos dispostos a treinar? Estamos dispostos a romper barreiras?

Lucilene Pereira

Iniciei minha carreira na administração do Shopping Jardim Sul, onde tive o primeiro contato profissional com a área financeira. Foi quando decidi que queria atuar em uma Big4 e tive o privilégio de trabalhar por quase 10 anos na área de outsourcing da Deloitte, empresa na qual me desenvolvi e pude conhecer diversos segmentos e profissionais incríveis. Fui responsável por implantar projetos, sistemas, fui responsável pelo projeto de novos talentos (uma de minhas paixões). Tive uma passagem rápida pela empresa Bard, atual BD, momento no qual decidi fazer uma pausa e focar em mim e fui morar 3 meses no Canadá.

Em meu retorno, iniciei na Adecco, empresa na qual estou até hoje. Uma multinacional Suíça com diversos serviços e que ainda há muito por se desenvolver no mercado brasileiro. Hoje à frente da empresa como CFO trabalho fortemente ao lado de nosso CEO para seguir crescendo, criando oportunidades, sem rótulos, somos uma empresa de RH e temos muito por fazer.

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