Se você perde o carro em uma enchente, o prédio trinca – com risco de desabar – é atingido por queda de árvore, ou a produção agrícola despenca por condições climáticas, logo busca a sua seguradora. Esta, por sua vez, te atende com satisfação porque está `ligada` nos chamados desastres naturais e desenvolve ações socioambientais preventivas de forma exemplar, minimizando os riscos do seu core business. Certo?
Errado. Por estranho que possa parecer, as seguradoras têm pontuação muito baixa em critérios e práticas socioambientais. O retrato desse setor foi exposto e comentado com o Ranking de Atuação Socioambiental de Instituições Financeiras (rasa.org.br), um projeto da Soluções Inclusivas Sustentáveis (www.sis.org.br)
O trabalho tem como objetivo mapear a atuação socioambiental e climática das instituições financeiras em vários segmentos para fortalecer a agenda ESG. A metodologia já foi utilizada para bancos comerciais (nacionais ou não) e instituições financeiras atuando no Brasil e agora está sendo aplicada ao setor de seguros em seus dois maiores mercados: cobertura de pessoas e danos e responsabilidades.
Em uma escala de 0 a 100, nenhuma das 13 maiores seguradoras analisadas (tendo por base os próprios sites, questionários CDP, Formulários de Referência [FRE] e relatórios PRI – Principles for Responsible Investment e PSI – Principles for Sustainable Insurance, quando existentes), obteve pontuação acima de 15. Esta primeira avaliação de critérios e práticas socioambientais do setor nacional de seguros mostrou a Mapfre com maior pontuação (12,4 no ranking RASA), seguida de Prudential, Bradesco, Zurich e HDI Talanx entre as cinco primeiras.
Para Luciane Moessa (foto), diretora executiva e técnica da Associação SIS (Soluções Inclusivas Sustentáveis), o resultado das seguradoras decepcionou: “O setor de seguros é muito relevante nessa agenda, uma vez que as seguradoras são grandes investidoras institucionais – podendo adquirir títulos públicos, ações e títulos de dívida de empresas – além, do que também têm grandes oportunidades de novos negócios ligados à economia verde”.
Alexandra Mansur, diretor do instituto O Mundo Que Queremos, faz coro com Luciane assinalando que os grupos seguradores encontram-se entre os maiores investidores em todo o mundo. “Eles são muito influentes e especializadíssimos em riscos”, exemplificou o criador do Radar Verde (que monitora a cadeia da carne), abordando ainda o uso da terra (responsável por 70% das emissões dos Gases de Efeito Estufa no Brasil).
Cumpre destacar que o processo de organização do ranking foi submetido a consulta pública, no ano passado. Também participaram da live de apresentação Carine Lacerda (Instituto Clima e Sociedade – iCS), Tatiana Assali, (NINT e Investidores pelo Clima-IPC) e Letícia Lorentz (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável-CEBDS).
SUBTEMAS
O ranking RASA considerou 30 subtemas dentro das práticas socioambientais (ESG) como biodiversidade e discriminação de gênero, entre estes. A Mapfre está em primeiro lugar porque obteve boa pontuação em monitoramento de riscos ASG nos investimentos.
Já Banco do Brasil e Bradesco apresentaram as melhores Bases de Dados socioambientais. No quesito produtos financeiros com impacto positivo quem se saiu bem foi a Porto Seguro, em razão das apólices para carros híbridos e painéis solares, por exemplo.
BUSINESS
A crise hídrica de 2021 (a pior, no país, em 91 anos) afetou fortemente a geração de energia e agricultura (derrubando a produtividade das lavouras), e refletiu diretamente no negócio das seguradoras.
No ano seguinte, 2022, as perdas econômicas no setor (somente em seguros contratados) foi calculada em US$ 132 BI em todo o mundo.
Fica claro, portanto, que não se trata de empatia apenas a abordagem de práticas ESG, pois os efeitos das mudanças climáticas atingem a todos os países.
SOLAR
A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 1 milhão de empregos acumulados, desde 2012, no Brasil. No período, o volume de investimentos chega a R$ 163 bilhões de investimentos. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e foram divulgados na Intersolar South America, um dos maiores eventos internacionais na área de energia renovável, ocorrido semana passada em São Paulo.
IBOVESPA
Entra em vigor nesta segunda, dia 4, a nova carteira do Ibovespa B3, principal indicador do desempenho das ações mais negociadas da Bolsa, e vai até 29 de dezembro próximo.
São 86 papéis de 83 empresas brasileiras (ações ordinárias, ON, e preferenciais, PN). A prévia ocorreu no fechamento do pregão de 30 de agosto, registrando a entrada das empresas PetroReconcavo ON (RECV3) e do Grupo Vamos ON (VAMO3) e, de outro lado, a saída da Meliuz ON (CASH3).
Os cinco ativos com maior peso na composição do índice na terceira prévia são Vale ON (13,978%), Petrobras PN (7,238%), Itaú Unibanco PN (6,459%), Petrobras ON (4,459%) e Bradesco PN (3,791%).
JCP
A Associação Brasileira das Companhias Abertas lamentou, em seu boletim interno, uma provável extinção do instituto dos Juros sobre Capital Próprio (JCP).
De acordo com a associação, caso ocorra, “terá consequências bastante negativas”, pois JCP “é ferramenta para equalizar os custos de captação de recursos no mercado ou em bancos com os recursos dos próprios acionistas ou sócios”.
A Abrasca, que reúne 440 empresas de todos setores produtivos, representando 88% do valor de mercado da B3 e 20% do PIB brasileiro, diz que as críticas ao JCP decorrem da falta de conhecimento de quem as faz. Para efeitos de ilustração, afirma que “dois em cada três parlamentares não sabem o que é JCP”.
TOKENS
Boletim Anbima destaca as estimativas do World Economic Forum e do BCG (Boston Consulting Group) projetando em US$ 16 trilhões, ou 10% do PIB global, o valor da economia tokenizada entre 2027 e 2030.
Para o BCG, entre as razões para esse movimento destacam-se a economia de tempo e redução de custos das transações financeiras, trazidas pelo uso de DLTs, que afetarão transferências bancárias, ações e fundos de investimento, e as oportunidades abertas com a tokenização para a negociação de todo tipo de ativo do mundo real, de créditos de carbono, imóveis, veículos e utilities, a títulos governamentais, câmbio e obras de arte.
AQUISIÇÃO
A Minerva Foods exportadora de carne bovina in natura e seus derivados, anuncia a aquisição de plantas de abate e desossa de bovinos da Marfrig, localizadas na América do Sul, pelo valor de R$ 7,5 bilhões. A transação está sujeita à análise e aprovação das autoridades concorrenciais.
Com isto, a Minerva ampliará sua capacidade de abate e desossa de bovinos de 29.540 cabeças/dia para 42.439 cabeças/dia. No tal serão adquiridas 11 plantas e 1 Centro de Distribuição no Brasil, 1 unidade industrial na Argentina e outras 3 fábricas no Uruguai. O negócio ainda envolveu a compra de 1 planta de cordeiros no Chile.
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Enquanto a concorrência se movimenta, aumentando a consolidação de mercado, a JBS responde sozinha por 2,1% do PIB brasileiro e gera 2,7% do emprego. Dados são Núcleo de Economia Regional e Urbana da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apurados para o período 2020/21.
O mesmo estudo revela que o grupo conta com 145 mil colaboradores em suas unidades, centros de distribuição e escritórios e que as vagas de toda a cadeia de produção da companhia vão além: 2,9 milhões de pessoas, segundo a pesquisa.
Ainda sobre números, se considerado somente o Estado de São Paulo, o maior do país, a JBS movimenta 1,5% do PIB e contribui para a geração de 1,9% dos empregos paulistas.
DIVERSIDADE
Que a diversidade entrou na agenda corporativa não é mais novidade. O desafio agora é transformar a inclusão em ação tangível. Estudo realizado pela McKinsey intitulado Diversity, Equity and Inclusion Lighthouses 2023, destaca um cenário em que o comprometimento com a diversidade e inclusão está em ascensão, mas a marcha em direção ao progresso ainda é cautelosa.
O Brasil, um país multicultural, traz uma perspectiva única. De acordo com recente pesquisa da Bridge Research, 85% dos brasileiros acreditam ser vital que as marcas abordem a diversidade em suas narrativas.
“Não se trata apenas de satisfazer expectativas; é sobre fortalecer a identidade das marcas e tecer conexões autênticas com os consumidores”, define Ramon Prado, fundador da agência Hustlers, especializada em live marketing.
VOLUNTÁRIOS
Plantio de mudas, reformas em instalações sociais e oficinas de culinária sustentável são apenas algumas das atividades realizadas por colaboradores que participaram do “Voluntariguá”, programa que comemora 2 anos de ações de impacto social e ambiental nas comunidades onde a Iguá atua.
Criada para que os colaboradores da companhia possam empregar habilidades e energia em prol da cultura da cidadania, a iniciativa contabilizou, até julho de 2023, 3.638 participações voluntárias.
AQUA NAVE
Até o próximo dia 10 a Iguá, concessionária responsável pela distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto na região da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá, convida o público da Bienal do Livro do Rio a embarcar na Aqua Nave. Por meio de uma ação conjunta da concessionária com o Instituto Iguá e em parceria com o Green Nation, a iniciativa oferece acesso gratuito. A chamada Aqua Nave é um ônibus com cenografia de uma nave espacial onde os visitantes participam de uma experiência de realidade virtual. Por meio de um conteúdo inovador, interativo e lúdico, os participantes aprendem sobre os benefícios do saneamento básico e a importância da adoção de atitudes que contribuam para um futuro sustentável.
Na atração, após ser recebido pela tripulação da Aqua Nave, o público é acomodado em poltronas instaladas no interior do espaço e coloca os óculos de realidade virtual para iniciar uma viagem digital sobrevoando um rio. Ao longo do percurso, é possível ver situações que provocam reflexões sobre temas como: consumo consciente de água, destinação correta do esgoto, importância da reciclagem e da preservação ambiental, além de perigos do acúmulo de água parada e do descarte incorreto de resíduos.
SOCIAL
A Suzano acaba de se tornar a empresa com o maior número de Unidades Formare no Brasil. Com a implantação do projeto em Belém (PA), a companhia passa a contar com seis unidades nos municípios de Suzano (SP), Imperatriz (MA), Mucuri (BA), Três Lagoas (MS) e Aracruz (ES), além da capital do Pará. O Formare é desenvolvido em parceria com a Fundação Iochpe e tem como objetivo capacitar jovens em vulnerabilidade social para o mercado de trabalho.
O Formare está em unidades da Suzano desde 2005 e já formou 42 turmas pelo Brasil, contribuindo assim para o desenvolvimento de quase 900 jovens desde o início do projeto. Destes, 68% foram inseridos no mercado de trabalho.
Foto/Divulgação – Luciane Moessa, diretora da Associação SIS.