O ano de 2024 começou com grandes expectativas de crescimento para o mercado brasileiro, mas só começou a mostrar algum sinal otimismo no início do segundo semestre. Impulsionadas pela expectativa de corte de juros nos EUA, os primeiros meses do ano foram marcados pelo gosto amargo de um desejo não correspondido. Assim, com a desinflação lenta, esse movimento foi adiado, criando um cenário de incertezas, mas com possibilidades de melhorias a partir de setembro, caso os dados de inflação permitam.
No Brasil, o nervosismo no mercado atingiu níveis altos, onde qualquer sinal de resolução pode desencadear novas altas surpresas. No fim de junho, após a decisão unânime do Copom de manter a taxa Selic, observamos um alívio no mercado. A expectativa de uma gestão técnica para o Banco Central a partir de 2025 também trouxe um possível alívio para a curva de juros, proporcionando um segundo gatilho para a alta da bolsa.
Análises e estratégias para o segundo semestre
Medidas efetivas de controle fiscal, mesmo que indiretamente, podem promover alívio adicional nos juros futuros, servindo como um terceiro catalisador para o mercado. Os preços depreciados das ações brasileiras, se vistos sob uma nova perspectiva, podem ser considerados atrativos. Assim como na renda fixa, onde taxas mais altas refletem preços baixos dos títulos, ações mais baratas podem oferecer retornos esperados mais altos.
Apesar da ligeira alta recente, o Ibovespa continua atraente, oferecendo um prêmio de retorno esperado de 5% ao ano acima do Tesouro IPCA+ 2035. No entanto, paciência é essencial para capturar esse prêmio.
O fluxo de investimento estrangeiro, embora ainda negativo no ano, apresentou saldo positivo nas últimas semanas. Além disso, fundos de ações devem captar recursos, indicando um cenário técnico mais favorável para a bolsa brasileira no segundo semestre.
Conforme o consenso dos analistas, ainda notamos o aumento da exposição em ativos dolarizados, dado que o dólar permanece forte. A priori, com receitas em dólar, se beneficia dessa valorização cambial. Outra nítido aumento das posições são em Utilitites, que podem apresentar resultados melhores no segundo trimestre e possuem uma relação risco/retorno viável.
Dicas para os Acionistas
Examine empresas com baixa alavancagem e bom histórico de execução. Esses ativos tendem a ser mais seguros e podem ser adquiridos a preços promocionais em momentos de incerteza. Em recomendações você pode encontrar diversas oportunidades (por exemplo, Copel (CPLE6) que parece interessante para você avaliar).
Aproveite o cenário doméstico para aproveitar a descompressão dos juros futuros. Com essas estratégias, os investidores podem navegar melhor pelas incertezas e aproveitar as oportunidades que 2024 ainda reserva.