O Santander prevê que 2025 será um ano marcado por desafios para o mercado financeiro brasileiro, com os preços dos ativos enfrentando momentos de fraqueza. No entanto, o banco ajustou o preço-alvo do Ibovespa para 145 mil pontos, um crescimento de 20% em relação aos valores atuais. 

Fatores de pressão: cenário fiscal e inflação 

Entre os principais fatores de preocupação apontados pelo relatório, está a deterioração fiscal.  

Segundo os analistas do Santander, o recente pacote de cortes de gastos apresentado pelo governo, embora necessário, foi considerado insuficiente para enfrentar as expectativas inflacionárias e controlar a elevação da curva de rendimento.  

Isso aumentou a desvalorização do real e reforçou o sentimento de frustração no mercado. 

Além disso, o anúncio de uma elevação do teto de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil, financiada por um novo imposto sobre rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, trouxe complexidade adicional ao cenário fiscal. 

Aperto monetário e impacto na economia 

O Banco Central do Brasil também intensificou o aperto monetário ao elevar a taxa Selic em 100 pontos-base, alcançando 12,25%.  

O Santander projeta dois novos aumentos de igual magnitude nas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025, o que levaria a Selic para 14,25%. 

Embora essa medida seja necessária para controlar as expectativas inflacionárias, o Santander alerta que um ciclo agressivo de aumento de juros pode ter efeitos negativos no mercado de ações e na economia em geral.  

Projeções do Santander para o Ibovespa  

Mesmo com esse cenário, o Santander projeta um crescimento de 10% nos lucros do Ibovespa em 2025, assumindo uma taxa de crescimento de longo prazo de 5,5%, alinhada a um Produto Interno Bruto (PIB) potencial de 1,5% e uma inflação de longo prazo de 4%. 

Porém, o alerta para os riscos de queda nas estimativas consensuais de lucros.

Isso afetaria especialmente para empresas que dependem do mercado doméstico, como os setores de educação, saúde, varejo e transporte.  

Assim, instituições dos setores podem enfrentar maiores custos operacionais devido à desvalorização do real e à pressão da curva de rendimento. 

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