Por: Tayllis Zatti

Eu já perdi a conta de quantas vezes toquei no assunto Nubank por aqui. O fato é que acaba sendo inevitável não falar na companhia às vésperas dela realizar o que promete ser o maior IPO do ano. Promete e será!

O período para as reservas de ações e BDRS – se você quiser entender melhor o assunto, eu comentei em um artigo no último sábado, na minha nova coluna sobre investimentos no exterior, clique aqui para conferir -, se encerraram nesta última terça-feira. Hoje, é nada mais nada menos do que o dia em que ocorre a fixação de preços da oferta pública inicial, ou seja, os investidores vão dizer quanto vale a fintech que possui hoje mais de 48 milhões de clientes, conforme é citado na matéria do Valor.

Se a oferta sair pelo topo da faixa de preço esperada pela cia, o banco digital será avaliado em US$41 bilhões, valor de mercado superior ao do Itaú Unibanco, o maior da América Latina e um dos mais rentáveis do mundo. Apenas isso, viu!

Escrevo este artigo poucas horas antes do Copom realizar seu último aumento de juros no ano, e como sabemos, Selic em alta é notícia péssima para as fintechs. Mesmo os investidores estando com o humor abalado, não há dúvidas que o IPO sairá. Amanhã, quinta-feira, será o grande dia: as ações da companhia vão estrear na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).

Falei um pouco do que você encontra em qualquer site de notícias. O que eu ainda não comentei, é que tá na hora do Nubank sair da bolha. A empresa necessita mostrar que ela pode sim gerar lucros de forma sustentável. 

Aliás, não precisa ser especialista no mercado financeiro para identificar que o potencial da fintech está na sua estratégia. Estratégia essa que chamou a atenção de Warren Buffett. Além disso, as pessoas adoram a ideia de que o bem sempre vence o mal, certo? A companhia se posiciona desde o início como um banco digital que veio para inovar e servir como o “mocinho” na briga contra os bancões. O storytelling é fantástico.

Porém, o mercado financeiro é um segmento onde promessas e estratégias não se sustentam por si só. Vivemos em um mundo onde os resultados valem mais do que qualquer coisa, e é nesse ponto que quero tocar.

O Nubank cresceu de forma acelerada nos últimos anos, expandindo sua base de clientes e principalmente sua carteira de crédito, em especial para pessoas físicas. A expansão internacional das suas operações veio em linha com o seu pedido de IPO.

A posição de liderança que a companhia ocupa é bastante positiva, bem como seu modelo de negócios digitais com baixo custo, e seu exponencial ganho de market share no mercado de pagamentos.

Claro, como não citar o foco que a empresa tem na experiência do usuário e seu notável engajamento da base de clientes. Arrisco dizer que disrupção digital define o Nubank.

Como nem tudo são flores, entra a questão: a empresa conseguiria transformar sua base de clientes em consumidores de produtos e serviços de forma sustentável? Além disso, alguns tópicos preocupam, como a ausência de agências físicas e os custos para saque.

Somam-se a esses os riscos regulatórios, importantíssimos de se levar em consideração, como o aumento da exigência de capital para as fintechs, e a mudança na tarifa de intercâmbio para os cartões pré-pagos.

Não é segredo que o “roxinho” fez e faz um bom trabalho, porém não podemos esquecer que há outras empresas ganhando destaque nesse segmento, como BTG, XP, Inter e C6.

Para finalizar, relembro que o atual momento não é exatamente propício, impactando diretamente no valuation de quase qualquer empresa atualmente

Se a bolsa das fintechs estourou ou vai estourar, sinceramente não sei. Mas o Nubank vai ser obrigado a sair da sua própria bolha quando o sino em Wall Street tocar.

Até sexta-feira!

*Artigo baseado em matérias do Valor Econômico: “IPO do Nubank: O que esperar da reta final da abertura de capital” e “Análise: Nubank terá de sair da bolha no ‘day after’ do IPO”; e no Relatório da Eleven Financial “Nubank: De fintech a incumbente”.

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