A ampliação do Brics deve diluir o peso do Brasil no bloco e impor novos desafios à política externa brasileira. O País, que atuava como um contraponto às posições antiocidentais de China e Rússia, agora deve ficar mais isolado dentro do próprio Brics, segundo Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice) e ex-embaixador do Brasil nos EUA. A seguir, trechos da entrevista do diplomata ao Estadão.

Qual o papel do Brasil após a expansão do Brics?

Fica difícil ver qual o rumo que o Brasil vai tomar. O País tem uma posição de equidistância na tensão entre China e EUA – e uma posição declarada de equidistância da guerra na Ucrânia. Esse grupo claramente é liderado e influenciado pela China e vai tomar posições que necessariamente não estarão em linha com a política externa brasileira. Além disso, a presença de regimes autocráticos deve criar dificuldades para o Brasil na arena internacional, problemas em áreas como direitos humanos e democracia. Como o Brics vai adotar uma posição sobre gênero com a presença da Arábia Saudita?

A entrada da Argentina foi uma boa ideia?

O Brasil defendeu a entrada da Argentina, e conseguiu. Agora, os principais candidatos presidenciais argentinos são contra (Javier Milei e Patricia Bullrich). Minha preocupação é como a política externa está sendo executada sem uma base sólida para avançar.

Quais as chances de uma moeda comum dar certo?

Ninguém quer mudar a unidade monetária dos países. A ideia é criar uma moeda que permita que a gente faça negócio sem precisar comprar dólar. Uma moeda única nos moldes do euro, que levou 50 anos para ser implementado na Europa, está fora de cogitação. O mais provável é que o objetivo seja criar uma espécie de caixa de compensação, como já aconteceu em outros momentos.

Mas se o objetivo é adotar uma moeda comum, expandir o Brics não dificulta a tarefa?

A expansão faz sentido para estimular o comércio entre os países do bloco. Mas, com o Brics expandido, a moeda comum é um tema mais complexo. Se já era difícil com cinco países-membros, imagina com onze.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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