As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul desde o último sábado não param. Nesta manhã, a Defesa Civil do Estado confirmou a morte de outras três pessoas, elevando a quantidade de óbitos para 13. O número infelizmente deve aumentar significativamente, pois há ao menos 21 desaparecidos. O número de feridos permanece em 12.Na quinta-feira, o governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública devido às chuvas intensas. O presidente Lula veio ao Estado e desembarcou em Santa Maria. Ele pretendia sobrevoar de helicóptero algumas das localidades atingidas pelos temporais, mas o mau tempo estava impedindo a operação.O nível do Rio Taquari em Lajeado e Estrela, no Vale do Taquari, superou a marca de 30 metros nesta noite pela primeira vez desde o começo das medições há um século e meio. O nível supera os das grandes e até então recordes enchentes de 1941 e 2023, quando o manancial atingiu cotas na casa de 29 metros.A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu um comunicado urgente nesta noite em que orienta a evacuação da população de áreas de risco em diversas cidades do Vale do Taquari diante da enchente que atinge níveis catastróficos.Rompimento de represa – O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Caxias do Sul, no Serra Gaúcha, emitiu, na madrugada desta quinta-feira (2/5), sinal de alerta para risco de transbordamento da represa Dal Bó. De acordo com comunicado publicado nas redes sociais do Samae, o nível de água na barragem de São Miguel está próximo de atingir o limite para transbordar. Isso porque faltam de 10 a 15 centímetros para ocorrer o galgamento da represa.Segundo o porta-voz, esse cenário coloca em risco a estrutura da barragem. Ele afirmou que o Semae comunicou a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros para acionar sirenes de avisos a fim de evacuar a região ao redor da estrutura.Na projeção de inundação mediante um eventual rompimento, 18 localidades estão no percurso da água com tempo estimado de chegada da onda que variam de 2 segundos, nas ruas mais próximas, até 2h30, já na foz do rio das Antas.Os temporais atingiram principalmente a Região Metropolitana, Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e Serra Gaúcha. A Defesa Civil estadual diz que são 134 municípios afetados pela mega chuva, que deixou 5.257 desalojados e obrigou 3.079 pessoas procurarem abrigos ou casa de parentes. Ao todo, são 44.640 afetados no Estado.A chuva não dá trégua, mas os trabalhos de resgate dos ilhados continua. O governo federal mobilizou cerca de 300 homens e oito helicópteros, além de botes salva-vidas, para atuarem nas operações de resgates, salvamentos, limpeza e reconstrução.Fechamento de comportas – Os temporais castigaram as regiões Centro e Serra, mas também atingiram Porto Alegre e municípios da Região Metropolitana, que tem pontos de alagamento, árvores caídas e semáforos inoperantes após chuvas. Conforme a Climatempo, choveu 71,2 milímetros nas últimas 24 horas na capital. Nos últimos três dias, 231,6 milímetros.O prefeito Sebastião Melo reforçou o pedido para quem puder ficar em casa e evitar transitar pelas ruas da cidade. O chefe do Executivo municipal afirmou que a maior prioridade neste momento é salvar vidas. O meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologista (Inmet), alertou que os níveis do Guaíba e do Rio dos Sinos devem subir rapidamente a partir de hoje e causar uma “cheia histórica” em municípios das imediações como Porto Alegre e demais cidades da Região Metropolitana e Vale do Sinos.As intensas chuvas nas últimas horas elevaram o nível do Rio Guaíba. A régua da Secretaria do Meio Ambiente e Estrutura (Sema) mediu 2,63 metros no Cais Mauá, sendo que a cota de alerta é de 2,5 metros. Com a cota de inundação estabelecida em 3 metros, o rio está apenas a 37 centímetros de atingir essa marca. Às 8h desta quinta-feira, a prefeitura começou a fechar seis das 14 comportas do sistema de proteção contra cheias do Guaíba em virtude da elevação das águas.Estado de calamidade – O governo do Estado decretou estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul afetado pelos eventos climáticos de chuvas intensas” ocorridos a partir de 24 de abril de 2024. O decreto destaca que o RS é atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III – caracterizados por danos e prejuízos elevados.Os eventos meteorológicos ocasionaram “danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas”, descreve o decreto assinado pelo governador Eduardo Leite..

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