No Rio Grande do Sul, a colheita da soja evoluiu rapidamente até o dia 4 deste mês, favorecida pelo tempo seco, ensolarado e pelas temperaturas elevadas. A área colhida progrediu de 20% para 38% da área cultivada, de acordo com levantamento da Emater-RS/Ascar.Os produtores optaram por antecipar a colheita, apesar de o teor de umidade dos grãos estar entre 15% e 16%, pois esse índice já proporciona boa trilha e separação dos grãos. Essa decisão foi impulsionada pela previsão climática, que indicava maiores volumes de chuva no período anterior. Porém, tal cenário não se configurou em todas as regiões do Estado.As lavouras progrediram rapidamente para o estágio de maturação, o que possibilitou dar continuidade à colheita sem interrupções, apesar do maior escalonamento da semeadura, ocorrido nesta safra. A área em maturação representa 42% da área cultivada.A produtividade tem superado positivamente as expectativas iniciais em muitas lavouras, especialmente naquelas situadas na chamada Metade Norte do Estado, onde o padrão de chuvas foi mais regular ao longo do ciclo da oleaginosa. No entanto, mesmo nessas regiões, observa-se considerável variabilidade de produtividade como consequência das chuvas, que afetaram o estabelecimento inicial da cultura e as práticas de manejo do solo, causando problemas à densidade de plantas. Os solos mais estruturados e melhores práticas de conservação têm propiciado desenvolvimento e produtividade mais elevados. A produtividade estadual está estimada em 3.3quilos por hectare.Em relação ao aspecto fitossanitário, a ferrugem-asiática representou um grande obstáculo ao potencial produtivo da safra. Os melhores resultados, em termos de produtividade, foram observados em áreas com controle preventivo realizado de forma eficaz. Por outro lado, a doença acarretou a perda de produtividade em áreas onde o controle com fungicidas apresentou falhas, que abrangem diversos aspectos – combinados ou não –, como seleção dos princípios ativos, formulações, intervalos entre aplicações, estágio fenológico da cultura durante as pulverizações e tecnologia de aplicação. Nos locais onde a colheita foi concluída, os produtores estão iniciando a distribuição de corretivos de acidez do solo. Também dão continuidade à semeadura de espécies vegetais destinadas à cobertura do solo, durante o período de inverno.Na região da Campanha, a colheita está em fase inicial e evoluiu mais significativamente no período. Em determinadas áreas de cultivo, observa-se retenção parcial das folhas devido ao estresse hídrico recente. Essa condição, combinada à presença de orvalho e às precipitações, contribuiu para o aumento da umidade nos grãos colhidos. Porém, alguns produtores optaram pela aplicação de herbicidas, visando à dessecação em parcelas específicas com maior retenção foliar, ou mesmo para promover a uniformidade da maturação.Esse procedimento é realizado nas áreas de talhões que ainda apresentam plantas em coloração verde, ocasionada pelas variações na textura do solo. Em Candiota, apenas 5% das lavouras foram colhidas, e a produtividade varia consideravelmente, seguindo a distribuição das chuvas durante o verão. Algumas lavouras apresentam boa carga de vagens, porém os grãos estão com peso reduzido em função da falta de umidade durante o período de enchimento. Em razão dessas adversidades, alguns produtores encaminharam solicitações para a realização de perícias de Proagro em Hulha Negra, Candiota e Lavras do Sul.Na Fronteira Oeste, em Manoel Viana, a colheita está mais adiantada, alcançando 30% da área cultivada. A produtividade continua a variar entre 2,4 mil e 3,6 mil quilos por hectare. Em São Gabriel, 10% da área foi colhida, mas a produtividade está abaixo da estimada na pré-colheita, levando a um aumento no número de produtores acionando o Proagro. No entanto, há menos solicitações de seguro em São Borja, onde algumas áreas enfrentaram um período de 25 dias sem chuva em fevereiro. Inicia-se a colheita das cultivares de ciclo médio, e as expectativas são muito positivas para essas lavouras.Em Caxias do Sul, as condições ambientais favoráveis, caracterizadas por tempo seco, contribuíram para o avanço rápido da colheita, que alcançou 45% da área de cultivo. A qualidade dos grãos está excelente, demonstrando uniformidade de maturação, teor de umidade adequado, boa nutrição e sanidade fitossanitária. As exceções são observadas em áreas onde o controle de ferrugem-asiática foi deficiente e resultou em grãos chochos, de baixo rendimento e maturação desigual. O rendimento médio da safra permanece em 3,8 mil quilos por hectare, como esperado incialmente. Na região de Erechim, a colheita alcança aproximadamente 50% da área, e as lavouras remanescentes estão em maturação. A produtividade está estimada em 3,8 mil quilos por hectare. Em lavouras que não receberam controle eficaz de ferrugem-asiática, a produtividade está inferior a 3 mil quilos por hectare. Na de Ijuí, observou-se trabalho intensivo na colheita, progredindo consideravelmente nos municípios localizados ao norte da região. Em Catuípe, a colheita excedeu 80% da área cultivada. Porém, ao sul, em Jóia e Cruz Alta, o ritmo da operação está mais lento em função do sistema fundiário, que inclui propriedades de maior extensão, e da ocorrência de volumes mais elevados de chuvas. A produtividade, na média regional, está em 3,7 mil quilos por hectare. Foram colhidos 51%, e 38% estão em estágio de maturação.Na de Passo Fundo, a cultura está distribuída nas seguintes fases fenológicas: 30% em processo de maturação fisiológica; 25% maduros; e 45% em colheita. Atualmente, a produtividade está em aproximadamente 4 mil quilos por hectare.Na de Pelotas, as atividades de colheita foram suspensas, mas retomadas em 04/04 nas lavouras em condições adequadas de tráfego de máquinas e em níveis de umidade próximos ao ideal para a colheita e a debulha. A produtividade está bastante diversificada, variando entre 2,4 mil e 3,3 mil quilos por hectare, em função das diferentes épocas de semeadura, dos estágios de desenvolvimento das plantas de soja e dos danos por doenças fúngicas. As lavouras mais produtivas alcançam até 3,9 mil quilos por hectare. Na região, a maioria das lavouras ainda está na fase de enchimento de grãos (52%); maduras e prontas para colheita representam 29%; e em floração, 4%. Foram colhidos 15% dos cultivos.Na de Santa Maria, as lavouras estão predominantemente em estágio final de desenvolvimento: 26% em fase de enchimento de grãos; e 44% em maturação. Foram colhidas 30%. A produtividade nas áreas colhidas situa-se em 3.305 quilos por hectare. Na de Santa Rosa, a expectativa de redução de produtividade como efeito da falta de chuvas e das altas temperaturas em fevereiro não se confirmou. Com o avanço da colheita, observou-se a manutenção do potencial produtivo e, até mesmo, leve variação positiva. A produtividade média atual é de 3.329 quilos por hectare.No entanto, em alguns municípios, especialmente nas Missões, as perdas definitivas na produtividade da soja podem chegar a cerca de 20% em decorrência das condições de solo e da época de plantio. Houve formação de filas de caminhões nas unidades de recebimento, pois os produtores anteciparam a operação em razão da previsão de chuvas.Atualmente, 51% das lavouras foram colhidas, e há relatos de umidade de grãos variando entre 13% e 18%. As produtividades oscilam de 1,8 mil a 3,6 mil quilos por hectare em lavouras de sequeiro. Nas lavouras irrigadas, atingem até 5 mil quilos por hectare, mas reduzem para cerca de 3,6 mil quilos por hectare nas áreas afetadas por doenças ou por estresse térmico. Na de Soledade, o ritmo de colheita foi intenso durante a maior parte do período, em lavouras do Alto da Serra do Botucaraí e Centro Serra, alcançando 35%. Contudo, no Baixo Vale do Rio Pardo, quase metade da área cultivada ainda está na fase de enchimento de grãos, e apenas 7% da área total estimada foi colhida. As produtividades são variáveis. A maioria das lavouras apresentam rendimentos entre 3,3 mil quilos e 3,6 mil quilos por hectare; algumas alcançam mais de 4,8 mil quilos por hectare; e outras, com tecnologia menos avançada, ficam abaixo de 3 mil quilos por hectare. A alta umidade relativa do ar e as pancadas de chuva, no final da semana, acarretaram a desaceleração da colheita.Comercialização (saca de 60 quilos) – O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou em 2,36%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 116,32 para R$ 119,06.

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