Na última semana, foram registrados grandes volumes de chuvas sobre o Rio Grande do Sul. Os maiores volumes de chuvas foram registrados na Região das Missões e Planalto Médio com valores entre 100 e 250 mm. Na Campanha e na Fronteira Oeste, os totais acumulados ficaram entre 20 e 150 mm. No entanto, a colheita das culturas de verão evoluiu, apesar da recorrência de chuvas.Conforme a Emater-RS/Ascar, houve um avanço substancial na colheita da soja até o dia 10 deste mês, atribuído às condições climáticas mais secas, que permitiram a operação em solo mais enxuto e em grãos com teor de umidade próximas ao ideal. A extensão da área colhida aumentou de 38% para 49% do total cultivado.A decisão de acelerar a colheita foi motivada pelas projeções de aumento nos índices pluviométricos para os períodos seguintes. A colheita avançou de forma mais expressiva nas regiões Norte e Oeste do Estado, onde foram colhidos 70%; já no Sul e Leste, a taxa média atinge 30%.A continuidade da chuva representa o principal desafio em relação às áreas de cultivo remanescentes, pois há risco de impacto negativo na produtividade. Restam consideráveis extensões de lavouras por colher, especialmente na Metade Sul do Estado, onde o ciclo da oleaginosa foi encerrado. Caso o excesso de umidade se prolongue, esses grãos ficarão suscetíveis a perdas pós-maturação, tais como apodrecimento, infestação fúngica, germinação prematura e debulha causada pela oscilação entre a secagem e o umedecimento das vagens.Além disso, há riscos relacionados à operação mecanizada de colheita em terrenos excessivamente úmidos, bem como dificuldades logísticas para o transporte dos grãos até os pontos de armazenamento e comercialização, dada as precárias condições de tráfego nas estradas secundárias, que apresentam acumulação de barro.A produtividade apresenta variação, mas, em sua maioria, continua excedendo as expectativas iniciais. Essa considerável variabilidade está atribuída, entre outros fatores, ao índice pluviométrico ocorrido durante o ciclo reprodutivo. Observou-se redução significativa desse índice no Sudeste do Estado e, em menor medida, no Noroeste; nas demais regiões, o volume de chuvas foi suficiente. A intensidade da infestação de doenças no final do ciclo também impactou esses resultados. A produtividade média estimada para o Estado é de 3.329 quilos por hectare.Em relação ao manejo fitossanitário, os produtores continuaram as pulverizações com fungicidas, aproveitando as breves janelas climáticas favoráveis, nas lavouras de ciclo mais longo, semeadas no final de janeiro. Essas aplicações visaram proteger as lavouras contra ferrugem asiática e outras doenças até o encerramento do ciclo, previsto para o final de abril.Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, as lavouras mais promissoras estão no município de Caçapava do Sul, com produtividade média estimada de 3,3 mil quilos por hectare.Na de Caxias do Sul, o rendimento médio da safra permanece em 3,8 mil quilos por hectare. Na de Erechim, 65% da área foi colhida, e 35% encontram-se em fase de maturação. A produtividade se mantém próxima a 3,8 mil quilos por hectare.Na de Ijuí, a colheita prosseguiu intensa na Região Celeiro, onde as precipitações foram menores. Nas áreas mais afetadas pelo clima úmido, como em Alto Jacuí, houve pouco progresso. No momento, 70% das lavouras foram colhidas e mantêm altos níveis de produtividade, revelando diferenças significativas entre elas, com rendimentos variando de 3,3 mil quilos por hectare a 4,8 mil quilos por hectare.

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