Os resultados da empresa no 2T20 mostraram uma forte redução de vendas e margens em relação ao mesmo período de 2019. Porém, comparado ao 1T20, a recuperação no desempenho do segmento de Mineração, permitiu uma expressiva melhoria dos números. Foram fundamentais para a obtenção de lucro líquido no 2T20, os ganhos financeiros não recorrentes com a valorização das ações da Usiminas. Importante citar que a desvalorização do real e a redução da geração de caixa, continuaram determinando a elevação da dívida e da alavancagem. O lucro líquido da CSN no 2T20 foi de R$ 446 milhões (R$ 0,32 por ação), 76,5% menor que no 2T19, mas revertendo as elevadas perdas (R$ 1,3 bilhão) do 1T20.

Para comentar estes números, a CSN realizou uma teleconferência na manhã de ontem, quando a diretoria reafirmou sua expectativa de melhores resultados no segundo semestre, com maiores volumes nas vendas em minério e na siderurgia, além de aumentos de preços do aço.

Os principais assuntos discutidos na reunião foram os seguintes:

• A CSN está renegociando o vencimento de R$ 1,7 bilhão da sua dívida com bancos privados, com resultados que devem ser divulgados em breve;

• A venda de ativos ou abertura de capital do segmento de Mineração, são opções que estão sendo estudadas para redução do endividamento;

• As vendas de minério de ferro devem ficar entre 33 e 36 milhões de toneladas em 2020 (produção própria + compras de terceiros). O volume vendido de minério deve se situar próximo de 10 milhões de t. no 3T30 e 4T20;

• A nova planta de processamento de itabiritos (minério de menor concentração) vai custar US$ 500 milhões, devendo ficar pronta em 2022. Esta unidade terá capacidade de produção anual de 10 milhões de toneladas e sua licença prévia de instalação foi obtida no primeiro semestre/2020. O rejeito gerado no processo produtivo desta planta será empilhado a seco, sem uso de barragem;

• Preços do aço: Foi implementado um aumento médio de 10% em julho nos aços planos para a Distribuição. Em 1/setembro vai ocorrer um novo aumento entre 10%-12,5%. Nos aços longos, as elevações de preços foram de 6% em junho e mais 6% em julho;

• O prêmio médio entre os preços do aço no mercado interno e externo está atualmente negativo entre 8% 5 13%;

• As vendas de aços planos em 2020 devem cair entre 10% e 12%. Em aços planos as vendas devem ficar estáveis em relação a 2019;

• Alto Forno 2: Foi paralisado no final de maio, com sua reforma já sendo iniciada. A retomada na produção neste forno deve ocorrer somente em 2021;

• Os investimentos deste ano devem ficar em R$ 1,1 bilhão, valor 50,4% menor que em 2019.

Em 2020, CSNA3 caiu 7,8%, pouco mais que o Ibovespa, cuja queda foi de 7,7%. A cotação de CSNA3 no último pregão (R$ 13,00) estava 18,4% abaixo da máxima alcançada em 2020 e 137,5% acima da mínima.

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