Contexto: De forma geral, as fintechs tem colhido ótimos frutos de resultados, com Nubank saindo de um ROE próximo de 0 para patamares de 25%~30%. Já o Inter sai também de ~0% há pouco mais de um ano atrás e atinge no tri um nível de 12,5%, podemos ver essa melhora tri a tri, mesmo tendo menos da metade dos clientes desse par. O fator mais relevante para explicar este crescimento gigante de resultados é a estrutura de custos que estes bancos operam, sendo mais eficientes que outros da indústria, o que possibilita uma rentabilidade interessante mesmo sem uma grande monetização do cliente.
Além desse diferencial de custos, tivemos safras de crédito mais ajustadas, o que tem levado a menores inadimplências e nível de provisionalmente, esse fator vale para todos os bancos, dessa forma, ajudando o bottom line.
Clientes: Banco teve um adição de clientes ativos de ~1,1mm (mantendo o crescimento dos últimos vários tris) e + 1,2mm clientes totais , porém menor do que os ~2mm que conseguia adicionar. Um dos objetivos tem sido aumentar o engajamento com os clientes, através da retomada de alguns limites, programa de fidelidade, “missões” especificas de ativação e via uma solução ampla de produtos (+ produtos). Nesse sentido, vimos um crescimento do nível de atividade de ~2,9p.p vs o 4T23, saindo de 54% -> 56,9% e evolução de +1p.p vs o 3T24. Números apresentados estão em linha com o plano 60/30/30.
Carteira:
Carteira cresce ~8% vs 3T24 (sazonalidade favorável) e ~33% vs 4T23. É esperado que o ritmo de crescimento da carteira, de forma anual, permaneça em ~30%, para 2025, mesmo com um cenário menos favorável. Destaques no crescimento foram: Home Equity (+52% vs 4T23), FGTS (+56% vs 4T23) e Cartão de crédito (+25% vs 4T23). Já as linhas que perderam representatividade no mix foram PME& Rural (-6% vs 4T23) e Pessoal/Cosignado (+0% vs 4T23), ambas as linhas tem nível de juros mais restrito.
NIM: a NIM bruta e ajustada ao risco atingiram respectivamente 8,3% e 5,0% no 4T24, o que apresenta uma substancial melhora de 0,2p.p vs 3T24 (+0,7p.p vs 4T23). Esse número seria ainda maior caso incluíssemos os efeitos tributários dos títulos emitidos no exterior.
Essa melhora de NIM pode ser explicado por 3 movimentos: (i) reprecificação da carteira (renovação de safras antigas a condições mais atrativas); (ii) empréstimos de maior retorno via cartão de crédito e consumer/pix financing; (iii) Selic em maior nível, gerando maiores resultados com TVM.
Outro fator que consistentemente ajuda o Inter é o seu baixo custo de funding, que foi de 64,2% do CDI no tri (-1,2p.p vs 3T24 e + 5,0p.p vs 4T23). Este indicador tem surpreendido positivamente, pois era esperado um encarecimento do custo de funding na medida que o banco crescesse carteira (depósitos a vista e funding de varejo seriam menos representativos para o funding total), contudo não é o que tem ocorrido. O funding tem crescido a passos acelerados, mas um pouco abaixo do crescimento da carteira: funding total +27% ano vs ano e +22% de depósitos transacionais.
Para 2025, é esperado que tanto a NIM bruta quanto a ajustada siga em trajetória ascendente ao longo do ano. O banco tem evoluído os seus modelos de crédito, sobretudo no segmento de consumer financing e tal avanço deverá ser importante para essa melhora de resultados.
Inadimplência: melhora tanto na ótica curta, com 3,4% (-0,2p.p vs 3T24 e -0,6p.p vs 4T23), quanto na longa (90+ dias), com 4,2% (-0,3p.p vs 3T24 e -0,4p.p vs 4T23). Esse resultado reflete o melhor desempenho das novas safras de crédito, bem como é favorecido momentaneamente por uma sazonalidade (normalmente o 1T apresenta um rebote de inadimplência), além de que o crescimento de carteira ajuda a diluir a inadimplência (temporário).
PDD: relativamente estável, com 5,0% anualizado em relação a carteira, o que representa uma redução de -0,1p.p vs 3T24 e -0,2p.p vs 4T23. Dado o nível de provisionamento e inadimplência, podemos observar um leve aumento do grau de cobertura, saindo de 130% e alcançando 136%. É esperado que a PDD permaneça nestes níveis ao longo de 2025.
Serviços: Receita líquida de serviços cresceu 10,4% vs 3T24 e +36,7% vs 4T23, com destaque para a linha de comissões (shop, seguros e investimentos) que cresceu +58,7% vs 4T23 e intercâmbio com alta de +38,2% vs 4T23 – linha se beneficia da aquisição da Inter pag, do crescimento da base de cartões e da migração do mix para mais cartões de crédito do que débito.
A receita de serviços permaneceu em ~1/3 da receita total, em linha com os últimos anos.
ARPAC: Dado a dinâmica de (unit econômics), essa é uma das métricas chaves para se acompanhar. Após muitos trimestres de estabilidade, notamos uma evolução tanto no 3T24, quanto no 4T24, alcançando R$ 33,6/mês, aumento de R$ 1,1/mês vs 3T24 e R$ 3,4/mês vs 4T23. É importante que este indicador continue evoluindo para alcançar a meta 60/30/30 da companhia.
CTS e despesas: O cost to serve alcançou R$ 13,0/mês, o que representa um forte crescimento vs os últimos trimestres, especialmente o 2T24, quando o indicador atingiu R$ 11,1/mês. Essa deterioração deve-se a maiores gastos com marketing, tecnologia e com a integração da Inter Pag. Esse aumento também é refletido no índice de eficiência que, embora teve melhora marginal vs 3T24(-0,6p.p), ainda está consideravelmente abaixo do patamar de 3T24 (+2,2p.p), rodando em 50,1%.
ROE: permanece continuamente crescente, atingindo 12,5% no 4T24 anualizado, o que representa +1,2p.p (vs 3T24) e +4,3p.p (vs 4T24). A meta da companhia é atingir o patamar de 30% de rentabilidade até 2027, para que a meta seja alcançada será preciso ter uma base de clientes de 60mm, levar o índice de eficiência para 30% e crescer as receitas por cliente.
Preço: 1,5x P/BV e ~15x P/L. É esperado que o banco atinja breakeven com o custo de capital em 2025, o que deve diluir o P/L, alcançando ~10x Lucro em 2025.
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O post Resultados do 4T24: Inter (INBR32) segue preparado para alcançar a meta de 2027 apareceu primeiro em SmallCaps.com.br.