Há sequenciais trimestres a Iguatemi vem apresentando patamares recordes de vendas e aluguéis, aliados a indicadores operacionais, como nível de ocupação e inadimplência, em seus melhores níveis. Tal resultado é fruto de um excelente desempenho do segmento de alta renda/luxo ao longo dos últimos anos, um flight to quality, deixando ativos bons ainda melhores, além de um forte trabalho de gestão e qualificação de mix, o que melhora a atratividade do shopping, puxa as vendas e, por consequência, aumenta o patamar de aluguel.
Além dessa questão operacional, também tivemos uma busca por rentabilizar as operação digital da companhia, o Iguatemi 365, que já atingiu o breakeven e, em conjunto com as lojas de varejo, entregaram um EBITDA histórico de R$ 8mm. Por fim, notamos um processo positivo de reciclagem de portfólio, aproveitando-se do aquecimento do mercado de FIIs para desinvestir de ativos menos dominantes e adquirir participação em ativos premium no país, como por exemplo a aquisição do Rio Sul, a níveis de preço semelhantes, utilizando principalmente capital de terceiros via parceria com a BB Asset.
Desempenho Operacional:
As vendas em mesmas lojas avançaram cerca de 9,5% na comparação com o 4T23, mesmo sobre bases que já vinham fortes. Esse crescimento superou a inflação do período, respaldado pela demanda resiliente dos consumidores de alta renda e melhor mix de lojistas. A companhia, bem como os pares listados tem superado com folga os players não listados (ABRASCE)
O Same-Store Rent (SSR) subiu 7,6%, impulsionado, principalmente, pela força das vendas em segmentos de luxo e alta renda, além de reduções em descontos concedidos. Este resultado recebe ainda recebe mais destaque quando comparado com o reajuste advindo do IGPM no portfólio, de somente 1,7%. Já notamos um indicador mais forte ao longo dos últimos meses, o que deve ajudar, em conjunto com um bom desempenho de vendas e fortes leasing spreads, a puxar o SSR ao longo de 2025 em diante.
A taxa de ocupação atingiu 97,7% ao final de dezembro de 2024, melhor nível desde 2010. Esse crescimento foi de cerca de 3,2 p.p. YoY, quando estava próximo de 94,7%. A inadimplência continua historicamente baixa, refletindo a qualidade do mix dos lojistas do portfólio.
A inadimplência bruta está na casa dos 2,0%.
Desempenho Financeiro:
Receita líquida ajustada: R$ 375,2 milhões, crescimento de 13,5% YoY. Apesar de um bom desempenho de shoppings (+11,7%), o destaque para a receita foi na operação de Varejo (365 e I-Retail), que cresceu 32,6% vs 4T23, patamar surpreendente, fruto da reformulação do 365, da expansão das lojas sob operação da I-retail e pela adição de novas marcas ao Portfólio.
EBITDA ajustado: R$ 315,3 milhões, crescimento de 19,4% YoY, com margem EBITDA ajustada recorde de 84,0%, representando uma alta de 4,2 p.p vs 4T23). No ano a Iguatemi atingiu a marca de R$ 1bi, equivalente a 9x o patamar quando realizou o IPO em 2007. Este resultado foi puxado pela dinâmica de receita já comentada, pela maior ocupação dos shoppings e por um desempenho recorde da operação de Varejo. A despeito do ponto de partida elevada, a companhia espera manter um nível de margem semelhante para 2025, refletido no guidance de 82~85%.
FFO ajustado: R$ 219,3 milhões, crescimento de 23,3% YoY, com margem FFO ajustada de 58,4%, seguindo a tendência observada no EBITDA, mas com a adição de um resultado financeiro marginalmente melhor.
Lucro líquido ajustado: R$ 164,1 milhões, crescimento de 21,9% YoY e uma margem líquida ajustada de 43,7%, alta de +3,0 p.p.
Alavancagem e investimentos
Dívida líquida/EBITDA ajustado em 1,84x, ligeira alta de 18bps no QoQ devido à aquisição do Rio Sul. Na comparação anual houve redução de 7bps vs 4T23. Mesmo com intenção de maior distribuição ao longo de 2025, aquisições em andamentos e investimentos maiores, o management espera manter a alavancagem controlada, em patamar inferior a 2x.
A Iguatemi segue com investimentos no Iguatemi Brasília e na expansão do Iguatemi SP, além das negociações com a Brookfield para aquisição do Pátio Paulista e Pátio Higienópolis. O CAPEX de investimento orgânico, o que representa as manutenções, expansões, renovações e desenvolvimento imobiliário deve girar entre R$ 330~400 milhões para 2025, substancialmente mais alto que os R$ 235 milhões de 2024.
Dividendos:
Yield de ~4,0% em 2024, composto por R$ 200 milhões em dividendos e R$ 43 milhões em recompras. A expectativa é que tal patamar seja mantido ou ampliado, com expectativa de rodar entre 4~5% em 2025.
Preço:
Considerando a cotação de R$ 19,74, podemos observar um cap rate implícito de 14~15%, equivalente a um dos maiores descontos históricos da ação.
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
O post Resultados do 4T24 do Iguatemi (IGTI11): Crescimento de receita e taxa de ocupação recorde apareceu primeiro em SmallCaps.com.br.