A mudança climática é uma das questões mais complexas que enfrentamos hoje. Envolve muitas dimensões – ciência, economia, sociedade, política e questões morais e éticas – e é um problema global, sentido em escalas locais, que persistirá por muitos anos. O dióxido de carbono, o gás de efeito estufa que retém o calor e é o principal motor do aquecimento global, permanece na atmosfera por milhares de anos, e o planeta (especialmente o oceano) demora um pouco para apresentar as consequências do aquecimento. Portanto, mesmo que paremos hoje de emitir todos os gases de efeito estufa, o aquecimento global e as mudanças climáticas continuarão a afetar as gerações futuras.

Quanto o planeta poderá suportar? Isso será determinado pelo volume de nossas emissões e exatamente por como o nosso clima responde a essas emissões.

O papel da Responsabilidade Social Corporativa

O papel de toda estratégia de Responsabilidade Social Corporativa (Corporate Social Responsibility – CSR), que engloba a proteção ambiental, deve ser integrar o mundo corporativo e a comunidade, ou seja, evitar que as corporações operem de forma totalmente desconectada das necessidades de seu entorno, como unidades autônomas que poderiam estar em qualquer outro lugar. Assim, as organizações devem adotar ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade, alinhada à sustentabilidade econômica do negócio.

Um aspecto essencial de uma estratégia de desenvolvimento sustentável é que ela seja colaborativa, participativa e interativa, visando alcançar objetivos econômicos, ambientais e sociais dentro de um contexto equilibrado, integrador e inclusivo.

O plano de Responsabilidade Social Corporativa é uma das etapas implementadas dentro de uma estratégia de sustentabilidade. Seus processos, objetivos e desempenho devem ser destacados com uma estrutura clara, engajando os stakeholders, evoluindo por quatro níveis: responsabilidade econômica, legal, ética e, finalmente, filantrópica.

Implemente projetos realistas

No caso de projetos para redução de emissão de gás carbono, entre outros, muitas vezes as empresas não contam com recursos internos com a expertise necessária para desenvolver, avaliar e validar as ações de proteção climática, ou mesmo se todos os requisitos estão sendo atendidos.

A jornada rumo a uma empresa Carbono Neutro começa com a avaliação da pegada de carbono, isto é, a medição de todos os gases de efeito estufa que ocorrem ao longo da cadeia de valor na empresa, em conformidade com normas internacionais. A partir desse conhecimento será possível determinar com precisão a fonte das emissões, analisar seu modelo e seus dados, e a identificar a maneira mais econômica de reduzir as emissões, implementando projetos realistas e eficientes.

Como compartilhar informações com eficiência

Como parte desse novo modelo de negócios que adota a CSR, as empresas também precisam compartilhar em relatórios as informações e resultados sobre as suas ações ambientais, sociais e de governança.

O mercado e os consumidores exigem maior transparência. Consumidores estão dispostos a trocar de marca ou a pagar mais por um produto quando se sentem que suas expectativas de consumo são atendidas pela performance e pelos propósitos socioambientais da empresa. Por isso, além de agir, é preciso comunicar.

Assim, as empresas precisam compartilhar informações de forma clara, coletadas e avaliadas com base em normas e requisitos que garantam a sua confiabilidade, e para garantir a transparência do atendimento dos seus compromissos socioambientais, as empresas buscam submeter sua governança e performance a uma avaliação por uma terceira parte certificadora.

Esse é um movimento que não pode mais postergado. Esteja certo de que somente as empresas que atuam econômica, ecológica e socialmente de forma abrangente e responsável terão sucesso no longo prazo.

Rosemary França Vianna, Country Manager da TÜV Rheinland Brasil