Quando entrar janeiro de 2023, empresas que adotam política ESG (ou ASG – gestão ambiental, social e de governança) precisarão ter a lição de casa pronta. Para lembrar que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou facultativo o reporte ainda neste ano, a Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado promoveu uma live com especialistas no tema.

O centro da discussão foi a Resolução CVM 59, editada em dezembro último e que veio alterar a Instrução CVM 480, com inovações sobre o regime informacional de emissões de valores mobiliários. Enxugar o custo de observância (eliminando-se informações repetitivas nos documentos obrigatórios, ponto em que as empresas de capital aberto vinham batendo há tempos…) e inserir práticas ESG no Formulário de Referência são dois aspectos  fundamentais da resolução.

Fernando Galdi, ex-diretor da CVM, abriu a conversa (online) explicando o que estava sendo alterado com a nova norma. Para ele, a obrigatoriedade de relatar no FRE vai ajudar os investidores, de forma geral, tornando as informações empresariais mais transparentes, ao mesmo tempo que alinha o mercado de capitais brasileiro ao internacional. Regiane Abreu, profissional de relações com investidores, falou em nome do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), abordando o FRE e os conteúdos GRI (Global Reporting Initiative).

“A companhia gera recursos no longo prazo, mas se não olhar para o ESG agora, e distribuir todo o lucro, no futuro não terá dinheiro para fazer frente às suas necessidades. E a política ESG precisa ser clara, claríssima, pois do contrário o investidor não fará aportes e, sem estes, empresas encontrarão sérias dificuldades”, comenta Vânia Borgerth, presidente da Comissão do Relato Integrado e representante do Brasil em vários organismos internacionais. Em sua opinião, a polarização entre “informações financeiras e não-financeiras”, no Relatório de Sustentabilidade, é equivocada.  

Resumindo, as companhias emissoras precisam se adequar às normas, bem como aos padrões de relatórios – “até aqui cada um fazia de um jeito. Agora pedem-se padrões, a exemplo do GRI, o que torna muito mais palatável a leitura por parte do investidor”, enfatiza Vânia –, porque fora disto não haverá salvação.    

BRF

Em assembleia, acionistas da BRF autorizaram aumento de capital, via follow-on. De olhos bem abertos nesta movimentação, o Conselho da Marfrig aprovou, quase que simultaneamente, a participação da companhia neste fololw-on.

Não custa lembrar que até aqui a Marfrig detém 31,6% das ações da BRF…   

ENERGIA

A Equatorial pretende levantar R$ 2,6 BI no mercado, por meio de novas emissões. A companhia, que naturalmente acompanha a movimentação do setor, sabe que neste ano deverão ocorrer leilões por parte da ANEEL e quem estiver capitalizado certamente sairá na frente.

COMUNICAÇÃO

A propósito da Equatorial, o executivo Fabrizio Panichi passa a fazer parte do time, gerenciando os processos de Comunicação, Marketing e Sustentabilidade de todo o grupo.  

COMUNICAÇÃO II

Um dos maiores grupos privados do setor elétrico brasileiro, a CPFL Energia mexeu em sua estrutura de comunicação e anuncia uma grande contratação: Daniela Lopes Coutinho. Ela, que tem 19 anos de experiência no setor elétrico (atuando junto às principais entidades do setor), assume o cargo de diretora de Comunicação e Relações Institucionais.

IBRI

Rodrigo Maia é o novo presidente executivo do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). Em reunião realizada na última sexta-feira, 28, o Conselho de Administração indicou e aprovou seu nome para o biênio 2022/2023.

Junto deste profissional (da Gerdau) compõem a nova direção executiva do instituto: Natasha Utescher (Dexco), como Diretora Vice-Presidente e Diretora Regional São Paulo; Marina de Magalhães Miranda (LOG Commercial Properties), Diretora Regional Minas Gerais; Carla Albano Miller (Petrobras), Diretora Regional Rio de Janeiro; Rafael Siqueira (Gerdau), Diretor Técnico; e Camilla Ferreira (Nexa), Diretora de Eventos. Detalhe deste novo órgão é que quatro dos seis membros são mulheres.

COPOM

Na próxima quarta, 2, deverá ocorrer a confirmação de mais uma alta da taxa Selic. Economistas seguem os sinais emitidos pelo BC de que haverá subida de 1,5%, elevando a taxa para 10,75% a.a. Expectativa é que a inflação possa arrefecer. A persistir, virá outra “paulada” sequencial, já que o mercado trabalha com a expectativa de 5% neste ano (metade do que foi a inflação de 2021, registre-se, mas ainda assim acima dos 3,5% projetados por Brasília).  

Quanto ao PIB, a projeção mais otimista para este ano alcança +0,5%.

SANTOS DUMONT

Em vias de ser privatizado, o Aeroporto Santos Dumont não tinha um único representante da Prefeitura no comitê que organiza o processo.

O grupo, que tem até gente da Firjan, Fecomércio e Associação Comercial do Rio de Janeiro, não tinha ninguém do Poder Executivo Municipal até então. Mas esta, digamos, falha gerencial, será corrigida. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, na próxima reunião (desta semana) deverá aparecer alguém da Municipalidade para se fazer ouvir.

REFORMA

Economista, e deputado desde 1991, o paranaense Luiz Carlos Hauly é o idealizador da proposta de reforma tributária contida na PEC 100/2019 e, em entrevista ao portal Brasil61, disse que o texto está pronto e que seu colega (tucano) senador Roberto Rocha, relator da matéria, está preparado para fazer a defesa da medida.

Segundo ele, a PEC em questão “deverá acabar com a guerra fiscal”. Pelos seus cálculos serão eliminados R$ 300 bilhões anuais de incentivos fiscais contidos nos preços de bens e serviços estaduais e municipais.

PRODUTOS

A Via, dona das marcas Casas Bahia, Ponto e extra.com.br, anuncia a união com a Pangeia (ecossistema de negócios sustentáveis, caracterizado por criar e abraçar iniciativas baseadas no desenvolvimento ambiental, social e econômico), para acelerar projeto visando a jornada ESG da companhia. Desde o último dia 27, por exemplo, o site e app da Casas Bahia passaram a ter a plataforma como a loja sustentável oficial. 

A Pangeia trabalha com produtos de diversas categorias, entre os quais alimentos, utensílios, acessórios e cuidados pessoais, produzidos com práticas sustentáveis por tribos indígenas da Amazônia, cooperativas rurais e florestais, de artesãos e de fabricantes “verdadeiramente empenhados na promoção de um ciclo produtivo sustentável”, afiança.

PAPEL CARTÃO

Apoiada em uma cadeia de supply chain inteligente, com parceiros que permitem viabilizar a economia circular, a Ibema comemora a marca de 3 mil toneladas de material pós-consumo reciclados em 2021, ou seja, um potencial lixo tirado de circulação.

No cálculo, entram aparas pós-consumo de cartões, papéis e ondulados que iriam para o lixo, pois já serviram ao seu propósito. A previsão de reciclagem para 2022 é ainda maior, devido a mudanças de produção, e nas contas da empresa pode alcançar até 4,5 mil toneladas.

APP NO PORTO

A comunidade portuária e a população em geral dispõem agora, na palma da mão, de nova ferramenta com as principais informações sobre o Complexo Industrial Portuário de Suape (PE). É o App Suape reunindo informações sobre tráfego marítimo, operações portuárias, projetos socioambientais, relação das empresas instaladas no território, além de várias notícias disponíveis no site oficial.

A grande novidade deste App é o monitoramento das atividades portuárias em tempo real. Atrelado ao “Marine Traffic”, serviço online de rastreamento de navios usado em todo o mundo, a função consegue, por exemplo, determinar e apontar em um mapa quantas embarcações estão a caminho de Suape e informações como o tipo de carga transportada, previsão de chegada etc.

FERROVIAS

A VLI informa ter registrado, ao longo de 2021, a economia de 1,2 milhão de litros de diesel nas operações ferroviárias a partir da utilização do Fuelytics, ferramenta que viabiliza a redução no consumo a partir da priorização de ações operacionais indicadas por modelagem matemática.

Ao dispensar a queima deste volume de combustível, foi possível promover uma redução na emissão de gases na atmosfera equivalente a 3,5 mil toneladas de CO2, calcula a companhia, em cuja “Agenda ESG” consta a meta de redução de 15% na emissão de gases de efeito estufa por tonelada transportada até 2030.

EFICIÊNCIA

A Minerva Foods, companhia exportadora de carne in natura e derivados, prorrogou as inscrições para a 1ª edição do Pitch Deck Logística, até esta segunda-feira, 31 de janeiro.

Os projetos devem apresentar formas inovadoras de melhorias em eficiência operacional, ser devidamente aplicáveis, considerar perspectivas de viabilidade, além de promover impacto sustentável na cadeia. Os escolhidos apresentarão as propostas ao longo de um evento (híbrido).

Interessados podem inscrever os projetos por meio do site https://www.minervafoods.com/pitchdecklog/. Serão aceitas propostas de fornecedores, estudantes e pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior, além de colaboradores da companhia que atuam no setor logístico.

STARTUP

A Marfrig, que anunciou em dezembro de 2020 a criação da Diretoria de Inovação & Novos Negócios, informa agora que realizou dois investimentos externos em startups “correlacionadas e complementares aos negócios da companhia”. O primeiro foi na empresa brasileira Quiq, plataforma digital que simplifica a gestão de pedidos online dos restaurantes, conectando os diversos aplicativos de delivery diretamente aos sistemas de PDV (Ponto de Venda). O Quiq é uma joint venture liderada pelo hub de tecnologia 4all e outros nove sócios de redes food-service.

O segundo investimento foi na empresa norteamericana Takeoff Technologies. A companhia conta com mais de 250 funcionários atuando na criação de soluções automatizadas de atendimento e gerenciamento de estoque de alimentos para redes de supermercado e pequenos comércios. Os dois investimentos somam aproximadamente US$ 7 milhões.

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