Caro Investidor!

No ritmo corre que a polícia vem aí, no caso sem polícia, mas correndo para a renda fixa nestes tempos incertos, se tem uma coisa que temos que seguir conversando com você, investidor, é sobre a renda variável (não desista!). Ainda há muita instabilidade e todo dia um 7 a 1 diferente para “interferir” no fluxo das ações. Mas há potencial e oportunidades para investimentos na bolsa, principalmente em empresas pagadoras de dividendos.

Embora o cenário macro geral não favoreça, o Brasil enfrenta uma situação de alto risco fiscal devido à trajetória de dívida pública crescente, com projeções indicando um aumento significativo nos próximos anos. “Em 2022, o Brasil fechou com uma dívida de 71,7% do PIB, mas vai subir para 83% em 2025 e 87% em 2026”, comentou Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo. Mas há potencial!

Fonte: Investing.com/ às 9h41 -17/jan/25

Juros

Para Bruno Budant Perottoni, diretor de Tesouraria do Braza Bank, a economia mostra que juros altos são restritivos à atividade produtiva, ao crédito e ao varejo. “A economia arrefece com juros altos. Juros só podem ser reduzidos por mudanças de fundamentos econômicos. E o Câmbio acaba seguindo a mesma linha. Enquanto houver essa percepção de risco e falta de preocupação com a gestão das contas públicas, teremos dólares em patamares elevados por um bom tempo”, afirma.

Muitas arestas para serem aparadas

De acordo com Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital,  ainda há muitas questões a serem discutidas em janeiro, especialmente no âmbito fiscal e com a entrada da gestão do Galípolo como presidente do Banco Central. “Alguns pontos a serem definidos podem trazer instabilidade para a bolsa”, disse.

A posse de Trump nos Estados Unidos nesta segunda (20),  continua sendo um fator relevante, embora ultimamente o mercado brasileiro não tenha acompanhado diretamente os movimentos da bolsa americana. “Ainda assim, os impactos negativos lá fora costumam refletir por aqui.”

Para janeiro, segundo Pletes, as expectativas permanecem moderadas, especialmente em relação ao fiscal. “Algum arrefecimento nas taxas de juros futuros pode trazer melhora, mas ainda distante dos patamares vistos no meio do ano passado. Por ora, seguimos atentos aos próximos passos do governo.”

Bolsa tem potencial

De acordo com Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, a bolsa tem apresentado papéis com grande potencial de ganho que são bastante acessíveis, estão baratos e isso vai depender, também, das ações do governo. A política monetária do BC, agora sob comando de Gabriel Galípolo, poderá trazer alguns incentivos adicionais para que investidores retornem à bolsa.

“Então, vejo dois fatores principais que influenciam a performance da bolsa: primeiro a confiança interna, que o governo tem papel preponderante, e depois toda a questão global, a geopolitica, os conflitos, e  como será a postura do Trump assumindo o novo mandato como presidente, as questões comerciais envolvendo o China, os países do BRICS”, comenta Marinello.

No entanto ele acredita que o cenário doméstico ainda é tem maior peso. “Se tiver uma continuidade nas reformas econômicas e maior estabilidade política, isso deve atrair novamente os investidores”.

Ainda sobre esse contexto, Alex Falararo, CGA, Estrategista de Investimentos do PagBank (*), diz que a conjuntura global e doméstica pressiona os ativos de risco no Brasil. “A percepção de risco fiscal pelo investidor estrangeiro aprofundou o fluxo de capital estrangeiro negativo. Além disso, a China continua demonstrando fragilidades econômicas sem perspectiva de melhora no curto prazo, o que deve levar a preços médios de commodities mais baixos, impactando nosso principal índice”, comenta. 

Outro fator importante, segundo Falararo, é a expectativa de aumento acelerado da taxa de juros em 2025, o que limita o potencial de valorização das ações. “Entretanto, após a forte queda em dezembro e o recesso do Congresso em janeiro, com potencialmente menos pautas macroeconômicas e políticas impactando o índice, acreditamos que possa haver uma leve correção altista em janeiro.”

(*)Disclaimer obrigatório: “As opiniões emitidas são de responsabilidade exclusiva do analista certificado. O PagBank não tem qualquer responsabilidade por tais opiniões.”

Recomendações da Monte Bravo

Na renda variável, a corretora sugere migrar para uma carteira mais defensiva, focada em ações de empresas sólidas e pagadoras de dividendos. Entre as recomendações estão:

  • Itaú Unibanco (ITUB4): estimativa de rendimento de dividendos de 9% em 2025.
  • Vivo (VIVT3): estimativa de retorno de 9,3% nos próximos 12 meses.
  • CPFL Energia (CPFE3): estimativa de rendimento de dividendos de 9,9%.
  • BB Seguridade (BBSE3): estimativa de rendimento de dividendos de 10,5%.

Segundo o estrategista Alexandre Mathias, é importante ressaltar que a recomendação não é zerar a exposição em renda variável. “Nossa sugestão é alocar cerca de 10 por cento do patrimônio na Carteira de Ações Monte Bravo, mas comprando proteção como forma de limitar as perdas. Essa combinação cria uma equação de risco e retorno favorável, pois captura uma alta ao mesmo tempo em que protege de uma queda.”