Recordes batidos

Ontem, a Bovespa atingiu novo recorde histórico de pontuação intraday com 114.338 pontos, fechando pouco abaixo disso, com alta de 1,51%. Dos treze últimos pregões ocorridos, dez foram de alta, e não se trata exatamente de um rali, mas sim de perspectivas mais favoráveis e melhora do fluxo de recursos, o que é certamente mais duradouro.

Também aproximou bastante de nossa meta de pontuação projetada em 115.000 pontos e pode até acelerar a virada do ano. Boas notícias no front externo e otimismo no segmento local impulsionam os mercados de risco, mesmo com vencimento de mercados de derivativos durante a semana, o que sempre agrega volatilidade aos preços.

Hoje, mercados da Ásia encerraram com viés negativo, Europa operando em queda, mas tentando recuperação e futuros do mercado americano com comportamento misto. Aqui, há espaço para seguir ganhando novos patamares e recordes. Afinal, alguns investidores institucionais estão atrasados na realocação de recursos.

Ontem, a Câmara americana aprovou seguir com o processo de impeachment do presidente Donald Trump, mas a palavra final será do Senado que tem maioria de Republicanos. Trump desdenhou a postura dos Democratas e Nancy Pelosi disse ser um momento triste par a América. Trump é o terceiro presidente com processo aberto.

O dia também será de decisões de política monetária por diferentes bancos centrais. No Japão o BOJ (Banco Central Japonês) manteve a política monetária estabilizada, o que significa taxa de depósito negativa em 0,10% e jogando com a meta mais longa para os títulos JGB em direção a zero. Também manteve a compra anual de 80 trilhões de ienes em títulos por ano. Kuroda, presidente do BOJ, promete novas ações, caso necessárias. A indonésia manteve juros estáveis em 5,0%, a Suécia elevou a taxa de -0,25% para zero e a Noruega manteve juros em 1,5%.

No Reino Unido, as vendas no varejo de novembro registraram contração de 0,6% (previsão era -0,1%) e voltou um pouco o temor de um Brexit desordenado. Com isso, a libra se mostra fraca no mercado internacional. Falando de mercados, o petróleo mostrava leve alta de 0,07% para o WTI negociado em NY, com o barril cotado a US$ 60,97. O euro era transacionado em alta para US$ 1,113 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em 1,94%. O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, no dia de ontem, Paulo Guedes, Mansueto de Almeida e Campos Neto fizeram balanço das atividades em 2019 e foram bem otimistas com relação ao futuro, estimando que o PIB possa crescer 2,5% e prometendo muitas medidas, notadamente na área de privatização. Paulo Guedes disse que o Congresso tem incorporado bem as pautas do Executivo e, em troca da CPMF lançou discussões sobre tributação de transações digitais, o que dá quase no mesmo e pode ser de difícil aprovação.

Agora, está saindo o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do quarto trimestre que ainda estamos no debruçando, mas numa avaliação geral não muda muito as previsões dos analistas. No mercado, expectativa de Bovespa ainda em alta, mas terá que aparecer fluxo para absorver realizações de lucros recentes, juros em queda e câmbio fraco. Há ainda a agenda americana com capacidade de mexer com os mercados.

Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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