Ainda não se pode dizer que a recessão global não é um risco iminente, porque pode sim ocorrer e os analistas alertam há meses. No entanto, quem vê os resultados do primeiro trimestre depois da crise no setor bancário dos EUA no início do ano, não bota fé nas projeções pessimistas (mesmo que necessárias). Pois bem, parece que o mercado aprendeu com o quebra-quebra de 2008 e toda a crise que se instalou a partir do estouro da bolha imobiliária norte-americana.
Ora, ora, de acordo com a Bloomberg Intelligence, mais de 20% das empresas do índice S&P 500 divulgaram resultados e mais de 77% dos dados financeiros foram melhores do que o esperado. Números sólidos dos megabancos do país e resultados melhores do que os temidos de bancos de menor porte estão impulsionando o forte início da temporada de resultados do primeiro trimestre. “Vimos um grande número de empresas superar as expectativas até agora, o que é encorajador”, disse Mike Loewengart, chefe de construção de portfólio do escritório global de investimentos do Morgan Stanley. “Isso levanta a questão: as expectativas foram intencionalmente muito baixas e ainda são muito baixas?”.
O cenário, recessão, investimentos
“Historicamente, a recessão e o aumento do desemprego tendem a começar de 2 a 2,5 anos após o início de um ciclo de alta de juros”, diz o texto da Pimco. Conforme a publicação, nos ciclos passados, a inflação dos salários só começou a apresentar desaceleração significativa um ano depois do início da recessão. “Portanto, como a queda da inflação será aparentemente lenta, as medidas para normalizar ou até mesmo flexibilizar a política monetária serão implementadas com uma defasagem e dependerão do equilíbrio entre estabilidade financeira e risco inflacionário.”