Com relação ao coronavírus, a companhia se mostrou estar bem posicionada; com uma estrutura de capital extremamente desalavancada e uma sólida posição competitiva baseada em contratos de longo prazo e excelência operacional.

O modelo de negócio da Tegma, preponderantemente asset light, reduz muito os impactos potenciais de uma crise como a que estamos atravessando, quando comparado com a média das empresas, os dando mais espaço para
navegar nesse cenário.

As concessionárias de veículos acompanharam as restrições impostas a cada região, por tanto, as operações de transporte foram interrompidas, tendo funcionado de podo intermitente e marginal até o momento.

Como a empresa trabalha através de serviços logísticos, como gestão de pátios, serviços de acessorização de veículos – PDI (predelivery-inspection) e armazenagem de veículos; sendo extremamente da produção ou da importação de veículos, sofrem as mesmas consequências que o setor.

Para contornar a situação, tomaram as seguintes medidas:

• Redução de gastos com manutenção da frota própria e de imóveis;

• Revisão de gastos com TI;

• Interrupção da contratação de serviços de consultoria;

• Renegociação de contratos de limpeza e vigilância;

• Devolução de pátios da operação de serviçoslogísticos;

• Redução de jornada e suspensão de contrato de trabalho de colaboradores operacionais e do corporativo por dois ou três meses (previstas na Medida Provisória 936);

• Redução do quadro de colaboradores da operação de logística de veículos. Entre os principais destaques do resultado, estão:

• A quantidade de veículos transportados no 1T20 foi de 156,7 mil, 12,6% inferior vs o ano anterior, refletindo em 25,7% de market share ou uma perda de 0,2 p.p. vs o 1T19;

• A distância média no trimestre foi 1.123 km, 6,7% superior na comparação anual, com efeitos já sendo observados a partir da segunda quinzena de março;

• A receita líquida no 1T20 apresentou a queda de 5,7% na comparação anual em razão da queda da quantidade de veículos transportados na divisão automotiva, já refletindo impactos da COVID-19. Ela totalizou R$ 280 milhões;

• O lucro líquido do 1T20 foi de R$ 19,3 milhões, 27,6% inferior ao 1T19, em função da redução de receita da divisão de logística de veículos que ocorreu na segunda quinzena de março e a não redução na mesma proporção dos custos fixos e com pessoal, por despesas não recorrentes com auditoria e honorários advocatícios, além de provisão para demandas judiciais;

• O fluxo de caixa livre no 1T20 foi de R$ 59,2 milhões, maior que os R$ 40,8 milhões do 1T19 por conta de compensação de crédito tributário;

• O retorno sobre o capital investido da Tegma em 1T20 foi de 40,4%, no entanto desconsiderando o crédito tributário do 3T19, teria sido de 32,1%;

• O endividamento líquido em março de 2020 foi de R$ 7,6 milhões, correspondendo a 0x o EBITDA dos últimos 12 meses.

No início do mês de abril contrataram duas dívidas: i) R$ 50 milhões de Notas de Crédito de Exportação com o banco Itaú pelo prazo de dois anos a uma taxa de CDI+3,8% e ii) R$ 40 mi com Santander na modalidade Res. 4.131 no prazo de um ano a uma taxa de CDI+4,0%, uma operação 100% swapada para R$, sem risco cambial; o que pode ajudar a companhia a enfrentar o período com maior segurança.

Impacto: Marginalmente positivo. A companhia, assim como o setor de transportes, foi impactada pelo distanciamento social provocado pela pandemia de coronavírus. Seus resultados, no entanto, vieram em linha com a expectativa do mercado.

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