Não basta só construir um portfólio de investimentos, mas sim entender o que fazer após isso, o rebalanceamento de carteiras. Este processo é tão essencial quanto escolher bons ativos para investir e pode fazer toda a diferença nos resultados.

Conforme seus objetivos individuais, restrições e prioridades, o processo de ajuste da carteira irá ajudar a fazer o seu dinheiro evoluir de forma mais saudável. Assim, permitindo escolher alternativas estratégias e satisfatórias que vão de encontro às necessidades, desejos e expectativas de pessoa.

Se você acha que é preciso ter muito dinheiro para pensar desta forma, errou! Pois, a construção de um portfólio, bem como seu rebalanceamento, se dá via percentuais (%). Portanto, uma carteira de investimento não se preocupa se você tem 100, 1.000 ou um milhão de reais.

Como exemplo, uma alocação estratégica poderia ser de 60% em renda fixa e 40% em renda variável. Nesse sentindo, caso o percentual desta distribuição comece a se alterar, a carteira demandará de um rebalanceamento.

Qual o motivo para realizar o Rebalanceamento de Carteiras

Como citamos acima, as alocações envolvem pesos entre aplicações diferentes, portanto, com o tempo estes investimentos tendem movimentar-se desequilibrando a carteira de sua forma originalmente iniciada. Por exemplo, à medida que aumenta o valor das ações em um portfólio, eleva-se a proporção desse portfólio que elas representam, o que implica maiores riscos. Dessa forma, apenas pelo rebalanceamento da carteira, através da venda de ações e compra de títulos de dívida, o portfólio retornará ao risco e retorno especificado pelo investidor.

Disciplina

O Rebalanceamento de Carteiras também oferece disciplina, pois o investidor pode identificar ganhos significativos na parte do patrimônio líquido da carteira e afirmar: quero “deixar andar”. Além disso, o desempenho de sucesso temporário pode levar o cliente a reagir às condições do mercado temporário ao invés de seguir uma abordagem disciplinada a longo prazo. Essa atitude também pode ter como consequência o fracasso ao receber os ganhos de títulos temporariamente sobrevalorizados antes que eles voltem aos seus verdadeiros valores. Considerado uma possibilidade de custo potencial perdido por falta de reequilíbrio.

Consequências de um não rebalanceamento

É importante ressaltar que quando as ações se tornam uma parcela muito grande no portfólio, torna-se necessário vendê-las de modo a rebalancear a carteira. Quando isso ocorre, o investidor incorre no passivo por impostos associados e custos de transação.

Para entender um pouco mais sobre onde encontrar boas empresas para investir, veja por aqui.

Três formas diferentes para executar o rebalanceamento de carteiras

Em todos os métodos, o objetivo principal é manter a proporção entre os ativos, em prol de uma carteira compatível ao perfil de risco e objetivos de cada investidor.

  • O Buy and Hold
  • O CPPI
  • E o Constant Mix

Quando fazer o rebalanceamento

No que se refere às abordagens de rebalanceamento de carteiras, o reequilíbrio de uma posição para seu peso-alvo preciso requer negociação mais ou menos constante. Com a análise constante e a respectiva negociação, há de se pensar nos custos de transação e o processo para tal movimento. Adicionalmente, ao invés de definir um alvo estrito de alocações, gestores definirão intervalos admissíveis que consideram ideias no que se refere às classes de ativos. A fim de proporcionar a disciplina de rebalanceamento de carteiras, gerentes também podem adotar um calendário de reequilíbrio ou intervalo de base em equilíbrio.

Calendário de reequilíbrio

Como o próprio nome indica, o calendário de reequilíbrio é o balanceamento de carteira para a alocação estratégica em uma base regular e predeterminada, a qual, por exemplo, pode ser mensal ou trimestral.

O principal benefício do rebalanceamento de calendário é que ele fornece disciplina sem a necessidade de monitoramento constante. Já a desvantagem é que o portfólio poderia desviar-se consideravelmente entre as datas de reequilíbrio e retornar aos seus intervalos de alocação estratégica nessa data, ou seja, o reequilíbrio está relacionado com a passagem do tempo, e não com o valor da carteira.

Intervalo de reequilíbrio

Com essa abordagem, o reequilíbrio ocorre quando há alterações em termos de valor ao invés de calendário. Nesse contexto, o gerente define as bandas de tolerância (ou corredores), considerados ideais para cada classe de ativos. Por exemplo, bandas de 50 (5%) indica que a classe de ativo relacionada deve permanecer em uma faixa de 45 a 55% do portfólio. Sempre que a classe de ativo se situar fora deste corredor, no qual indica que outras classes também violaram seus corredores, a carteira precisará ser rebalanceada.

Ao não esperar as datas especificadas de reequilíbrio, a estratégia baseada no intervalo fornece o benefício de minimizar o grau em que a classe de ativo pode violar seus corredores. Além disso, o custo aumenta quanto o reequilíbrio se torna constantemente no portfólio, em comparação com apenas a verificação das avaliações nas datas do calendário especificado. Ao aplicar o método baseado no intervalo de reequilíbrio, as seguintes perguntas precisam ser respondidas:

  • Quem é o responsável pelo reequilíbrio da carteira?
  • Com que frequência devo monitorar?
  • Qual é o tamanho das bandas de reequilíbrio?
  • O rebalanceamento ocorrerá por pesos-alvos iniciais ou apenas parciais?

Considerações estratégicas para aplicar em um rebalanceamento

Algumas considerações estratégicas precisa ser levadas em consideração, como a largura ideal da banda para uma classe de ativos

  • Custo de transação

Quanto menos o investidor realizar negociações, menor será o custo. Se um ativo for particularmente ilíquido, por exemplo, a negociação poderá ser bastante cara, e a banda para a classe deve ser ampla. Em geral, quanto maior a liquidez do ativo, maior será a banda de tolerância.

  • Tolerância ao risco

Quanto mais (menos) o investidor for avesso ao risco, menor será a banda de tolerância (mais ampla) de reequilíbrio.

  • Correlações

Quanto mais correlacionados forem os ativos em um portfólio, com menos frequência o portfólio exigirá reequilíbrio. Se todos os ativos tenderem a se mover de modo conjunto, seus valores tenderão a permanecer dentro de intervalos aceitáveis.

Por exemplo, se ambas as ações e títulos aumentarem 20% em valor, supondo apenas ações e títulos em carteira, seus pesos na carteira provavelmente se situarão dentro de limites aceitáveis. No entanto, se as ações aumentarem em 20% enquanto obrigações diminuírem em 20%, ambos provavelmente violarão suas bandas.

  • Ímpeto

Se os investidores acreditarem que as tendências atuais continuarão, um argumento poderá ser feito para o uso mais amplo de bandas de reequilíbrio. Por outro lado, se eles anteciparem, significará que reversão, corredores mais apertados e reequilíbrio devem ser aplicados

  • Investimentos ilíquidos

Private Equity e imóveis, por exemplo, são normalmente associados a maiores custos de negociação. Esses custos de liquidez incentivam a utilização de bandas mais largas de tolerância.

O que considerar na hora de decidir

Na tomada de decisão de reequilíbrio, os impostos devem ser considerados desde os ganhos de capital realizados, sendo que as perdas terão impacto sobre os impostos do investidor. As bandas de reequilíbrio também podem ser assimétricas devido à economia de impostos. Isso sugere que a escala da banda pode ser menor, isto é, abaixo de um certo peso-alvo em vez de acima.

Em geral, quanto maior a volatilidade de classe de ativo individual, mais reduzida será a banda de tolerância e rebalanceamento.

Veja outros conceitos importantes em nosso glossário! Confira por aqui.

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