CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS

Os que poderia soar como desespero, soou exatamente assim. Diferente do que foi noticiado nas atas e comunicados mais recentes do COPOM, o Federal Reserve já emitia sinais mais preocupados com os efeitos do COVID-19 e após o comunicado conjunto do G7 ontem, a decisão de cortar os juros em 50 bp foi a prova disso.

A reação dos mercados pode ser positiva hoje, ontem todavia, a perspectiva de que a situação possa estar pior do que se aparenta levou à reversão do movimento inicial considerado positivo, levando inclusive a revisões de políticas monetárias mundo afora.

O Banco Central decidiu “entrar na onda” da insanidade global de políticas monetárias e contratou a termo um corte de juros, ainda não sinalizado em dimensão, com um comunicado que também exime a necessidade de alguma intervenção extra-temporal, ou seja, só corta na reunião em duas semanas.

Deste modo, renovam-se as pressões de venda do Real frente ao dólar e o Banco Central aparentemente não se preocupa tanto com a possibilidade de pass-through, dado o cada vez mais insustentável achatamento de margens dos produtores, em partes compensado pela queda recente das commodities, como da ausência de períodos de maior pressão.

Em alguns índices inflacionários mais recentes, a pressão de educação se reduz nas medidas, porém habitação começa a ganhar corpo, assim como produtos agrícolas no atacado e alguns alimentos, mesmo que distantes dos picos de dezembro e janeiro. Todavia, como não parece ser uma preocupação do BC, o dólar segue livre e solto.

A reação dos mercados hoje não tem somente o componente Fed, mas também os avanços significativos de Joe Biden à frente de Bernie Sanders na Super-Terça das primárias das eleições americanas. A Califórnia, o estado com maior número de delegados no momento está em disputa acirrada, porém Sanders tende a levar.

O restante, porém, em especial com a vitória em no Texas, Virgina e Massachussets, Biden se garante à frente, numa virada positiva, após as primeiras votações fracas em fevereiro. Entre os candidatos democratas, Biden é considerado aquele com maior adesão às minorias, em especial negros, apesar do progressismo de Sanders.

Na agenda hoje, destaque ao PIB Brasileiro, onde projetamos crescimento trimestral de 0,7%, com 1,2% em 2019 e o ADP Employment nos EUA, indicador de vagas do setor privado.

ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com a virada de Biden nas primárias democratas. Na Ásia, dia negativo na maioria, após o corte de juros nos EUA.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao minério de ferro e cobre. O petróleo abre em alta, com a OPEP e aliados sinalizando novo corte de produção.

O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -11,73%.

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