A Raízen (código de negociação: RAIZ4) enfrenta uma forte turbulência financeira, registrando um prejuízo líquido de R$ 2,57 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025, encerrado em dezembro de 2024. Essa marca é uma reversão drástica em relação ao lucro de R$ 793 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.

No acumulado de nove meses, de abril a dezembro, as perdas totalizam R$ 1,66 bilhão, novamente em contraste com o ganho de R$ 1,49 bilhão do ciclo anterior. Essa realidade é reflexo da decrescente contribuição dos resultados operacionais, somada ao crescimento nas despesas financeiras, incluindo itens não recorrentes.

Desempenho Operacional e Dívida Aumentada

O Ebitda ajustado da companhia, importante indicador de geração de caixa operacional, caiu 20,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 3,12 bilhões.

Entretanto, o foco dos investidores não está apenas nesse indicador, mas sim na dívida líquida, que disparou 22,5%, alcançando R$ 38,59 bilhões no ano. Segundo a Raízen, esse aumento é dirigido pela sazonalidade típica deste período da safra, que exige maior consumo de capital de giro e leva a uma diminuição da geração de caixa.

A companhia busca otimizar seu perfil de amortização através do alongamento do prazo médio do endividamento, conforme mencionado em seus relatórios. Além disso, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda também subiu, passando para 6,5 vezes, um aumento de 3,2 pontos percentuais.

Destaques do trimestre de Raízen

  • Receita líquida: R$ 66,87 bilhões (+14,3% a/a);
  • Investimentos (capex): R$ 2,79 bilhões (-7,7% a/a);
  • Fluxo de caixa de financiamento (FCF): -R$ 1,57 bilhão, em contraste com R$ 459 milhões positivos no 3T24.

Novas Direções Sob a Liderança de Nelson Gomes

Este relatório é o primeiro sob a nova direção do CEO Nelson Gomes, que assumiu o cargo em outubro de 2024. Ele sobrou uma missão desafiadora: buscar eficiência operacional que permita a desalavancagem da empresa. A estratégia impõe desafios, pois a Raízen já havia investido de forma robusta em expansão durante um período de juros mais baixos.

Recentemente, a empresa cortou dividendos, reflexo da instabilidade financeira que também impacta seu controlador, o Grupo Cosan (CSAN3). As ações da Raízen sofreram perdas severas, com uma queda de 54% ao longo do último ano, avaliando a empresa em cerca de R$ 2,4 bilhões na B3.

Perspectivas e Possíveis Soluções

O mercado agora se pergunta sobre as estratégias para aliviar essa pressão financeira. Uma das alternativas exploradas inclui a possível venda da participação da empresa no Grupo Nós, responsável pela rede Oxxo no Brasil. Outra saída poderia ser a busca de um sócio para o negócio de etanol de segunda geração (E2G).

Além disso, rumores sobre um aumento de capital estão circulando, como parte dos esforços para reduzir a alavancagem. A própria Raízen, em comunicado, afirmou que está constantemente avaliando opções para otimizar sua estrutura de capital, mas enfatizou que nenhuma decisão foi tomada até o momento.

Os investidores estão de olho na próxima movimentação da empresa. Para quem deseja se manter informado sobre como esses desdobramentos podem afetar os seus investimentos, o Clube Acionista é uma excelente plataforma. Com acesso a projeções, preços alvos, recomendações de analistas e muito mais, você poderá tomar decisões mais acertadas sobre onde investir. Acompanhe as movimentações de Raízen e outras companhias com a ajuda do Clube Acionista e potencialize seus resultados financeiros!

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