Todo mundo já ouviu pelo menos uma vez na vida que “jogo vicia”, “fulano tem compulsão por jogo”, “beltrano perdeu tudo no jogo” e/ou conhece alguém que é dependente de apostas, jogos de azar entre tantos outros. Essa pessoa é chamada pela medicina de “jogador patológico”.
Segundo o médico Drauzio Varella, “a tendência ao jogo patológico não significa falta de caráter ou fraqueza moral. É uma doença comportamental semelhante à dependência química dos usuários de álcool e outras drogas e, como elas, tem tratamento. O jogo patológico é um transtorno psiquiátrico e não um desvio de caráter. Encará-lo de outra forma só trará dissabores e sofrimento”.
Drauzio entrevistou para seu blog o também médico Hermano Tavares sobre esse tema tão delicado. Ele ressaltou a diferença da pessoa que joga para se divertir e da que tem compulsão. A explicação do médico: “O jogador patológico perdeu a dimensão do lazer, do entretenimento. Jogar não é mais uma coisa que faz para divertir-se. Costumo dar o seguinte exemplo: o indivíduo vai ao cinema com a namorada, compra os ingressos, pipoca, refrigerante e paga para guardar o carro no estacionamento. Na saída diz: “Puxa, que azar! Gastei R$ 50 e o filme não valeu a pena!”, mas não volta depois para recuperar o que gastou.
Com o jogador patológico, é diferente.
Digamos que tenha despendido os mesmos R$ 50 para divertir-se numa mesa de jogo. Não passa por sua cabeça que gastou essa quantia num momento de lazer. Acha que perdeu R$ 50 e planeja voltar no dia seguinte para recuperar o dinheiro. Evidentemente, para conseguir seu intento, precisará apostar quantias cada vez maiores, porque as probabilidades são sempre contra o jogador e a favor da casa. Ele aposta R$ 100 para recuperar os R$ 50, não ganha e amarga um prejuízo de R$ 150. Inconformado, como uma bola de neve descendo a ladeira, o rombo financeiro cresce, pois ele aposta um volume cada vez maior de dinheiro na vã tentativa de recuperar o que perdeu.
Então você, agora que sabe a diferença, pode identificar quando a “coisa” sair do controle. Lembre-se sempre que apostar é diversão, jogar é entretenimento, você pode fazer isso no site da KTO, mas se pensar em investir, vem para o Clube Acionista.
Ah! E se você conhece um jogador compulsivo, converse com ele. Tem tratamento. É só procurar ajuda. Segundo o médico Hermano Tavares, esse tratamento consiste basicamente em psicoterapia, porque se trata de uma dependência comportamental, causada por um mecanismo psicológico.
“É fundamental também uma avaliação médica e das condições psiquiátricas associadas, uma vez que nossos dados estatísticos indicam que, em 70% dos casos, além do jogo patológico existe outra condição psiquiátrica associada, como depressão, fobias, transtorno do pânico e dependência de algumas substâncias. Se considerarmos apenas o álcool e outras drogas, a taxa é de 20% a 25%. Se incluirmos a dependência do tabaco, sobe para 70%. Negligenciadas, essas condições psiquiátricas podem comprometer seriamente o tratamento, por isso é importante a avaliação completa do paciente”, explicou.
(Fonte: www.drauziovarella.uol.com.br)