O IPO (Oferta Pública de Ações) é um dos eventos do mercado financeiro acompanhado de perto pelos investidores, porque marca o início de uma empresa na Bolsa de Valores. Costumam despertar curiosidade, interesse e oportunidade de novos ganhos.
O objetivo de captar mais recursos é o que impulsiona as empresas a abrirem capital. Cada uma possui uma finalidade particular que merece ser analisado pelo investidor de forma cuidadosa.
Caso haja o interesse em participar do IPO ou de adquirir as ações logo após a entrada, é preciso analisar o negócio, o preço e as condições. A relação risco retorno é muito importante, assim como, o valor em que as empresas foram precificadas; mesmo se estivermos tratando de ótimas companhias.
Vamos ao que interessa…
IPO – Oferta Pública de Ações
A sigla significa em inglês Initial Public Offering, que se refere ao momento em que a empresa deixa de ser de capital fechado e passa a ofertar as ações para os investidores na Bolsa de Valores.
O processo possui uma estrutura específica e geralmente ocorre em épocas de taxas de juros mais baixas ou em processo de queda. Alinhadas, aliado a questões culturais, impulsionam a vontade das empresas de captar recursos para seguir investindo no negócio visando crescimento.
Por isso, no Clube Acionista, você pode acompanhar todo esse processo e observar outras oportunidades que já estão na Bolsa de Valores. Muitas vezes concorrentes da nova entrante, assim, permitindo que você avalie diante de diversas análises onde investir.
Basicamente, quais são as etapas para uma empresa abrir capital.
- A empresa interessada em realizar um IPO, precisa reunir uma equipe de especialistas para coordenar a oferta, desde a área contábil até área jurídica da empresa.
- Com todos os documentos alinhados, entra-se com um pedido de registro junto à CVM (responsável por regular o mercado financeiro do Brasil e a listagem das ações na B3).
- Após a aprovação destes materiais, estará permitido o anúncio de oferta para o mercado; nele haverá informações importantes sobre a empresa (chamado de prospecto) com o objetivo de captar interessados. As informações contidas no prospecto são, basicamente, de dois tipos: uma sobre a empresa e outra sobre a oferta; que envolvem as perspectivas da companhia, os riscos do negócio, o quadro administrativo, as condições da operação etc.
- Na sequência a empresa começa o Roadshow, que são as apresentações institucionais para captar potenciais investidores.
- Após as intensas apresentações, vem a etapa de Bookbuilding, que se refere ao momento que os interessados informam quantas ações estão dispostos a comprar e por quanto.
- Por fim, realiza-se uma última versão do prospecto, com a oferta e as informações ajustadas e finalizadas para estipular o preço final para o IPO.
Em resumo, estas etapas servem para testar o mercado em busca de descobrir se há o interesse externo de investir no negócio da empresa e descobrir a que preço estão dispostos a pagar pelo investimento.
Dia de estreia na Bolsa
Geralmente no dia em que as ações da nova empresa começam a ser negociadas no pregão, os papéis costumam ser acompanhados com entusiasmo pelos investidores. E o desempenho nesse dia é interpretado como a forma em que o mercado recebeu a operação. Ou seja, se as cotações dispararem, um bom sinal; caso contrário, mal sinal.
Vale a pena investir em IPOs?
A possibilidade de se tornar sócio de boas empresas desde o começo é uma verdadeira oportunidade, mas isso não significa que você deva fazer com todas.
Muitas vezes pode parecer uma ideia interessante, afinal, a empresa irá receber uma quantia considerável para realizar suas estratégias. Porém, cada caso é um caso e cada empresa precisa ser avaliada com cuidado.
Os principais pontos para levar em conta são os dados da empresa (balanço, DRE e outros demonstrativos), bem como o mercado de atuação e quem são os concorrentes.
Por ser uma estreante na Bolsa, não haverá histórico para avaliar, nem mesmo qual o real tamanho da empresa em relação aos concorrentes. Os dados não terão o mesmo rigor que os de uma empresa que já tenha o capital aberto, pois as empresas já listadas precisam seguir padrões específicos de governança e transparência estipulados pelos órgãos fiscalizadores.
Por isso, os interessados precisam acompanhar de perto as análises elaboradas por especialistas. Pois requer ir ao detalhe para entender a fundo como o capital recebido será utilizado em prol do crescimento da empresa.
Passo a passo para participar de um IPO – Oferta Pública de Ações
Inicialmente, é importante saber, que nem toda corretora participa de um IPO. Como comentamos no item 4 e 5 acima, as corretoras fazem parte deste grupo de interessados, pois representam os investidores em seus ambientes internos, informando quantidade aproximada de interessados. Hoje em dia, as principais corretoras do país entram nesse jogo e para você participar precisará ter conta aberta em alguma delas.
Em seguida, sabendo que há a disponibilidade na sua corretora, você precisará reservar as ações. Na prática, é simples, você entrará em contato ou realizará o preenchimento de algum tipo de formulário que especificará a empresa, uma certa faixa de valores esperados pela ação, quanto você quer investir e até que preço está disposto a pagar para comprar as ações.
Após o período de reserva, haverá a definição de preço final. Se sua reserva tiver o preço igual ou superior à definição, a corretora executará a compra das ações.
Ou seja, a corretora comprará as ações no preço definido no IPO, mesmo se você colocar no momento da reserva que está disposto a pagar um valor maior por elas. Por outro lado, se tiver um excesso de demanda pelas ações (muitos querendo), pode haver um rateio, isto é, a corretora comprará menos ações em relação a quantidade de sua reserva.
No dia de estreia da Bolsa é quando as ações aparecerão na sua plataforma sob sua custódia, podendo realizar as mesmas operações na qual está habituado a realizar com os outros papéis do pregão. Alguns investidores, aproveitam para vender logo em seguida captando o lucro já na estreia, este movimento se chama “flipar”.
Os Flippers existem por ser muito comum as ações iniciarem na Bolsa com um viés de entusiasmo, ocasionando alta no primeiro dia de negociação.
Geralmente analistas de investimentos não sugerem esta opção. As teses de investimentos são com base fundamentalista, de crescimento e com foco no longo prazo, a não ser que esteja, estritamente, especificado no material a sugestão de curtíssimo prazo.