Pelo menos 20 ofertas iniciais de ações (Initial Public Offering, ou IPOs, no termo em inglês) poderão ocorrer neste ano no mercado de capitais brasileiro. Conforme o TradeMap, serviço de informações em tempo real da Bolsa de Valores [B]³ , a estimativa é que duas dezenas de novas empresas passem a ser listadas em 2019. De acordo com o banco Brasil Plural , se a economia voltar a crescer e as reformas forem aprovadas, o número de IPOs até dezembro pode chegar a 30, o que representaria uma grande oferta de ativos inéditos para o investidor brasileiro.
“Há um otimismo do investidor com a mudança do governo, e, após o avanço das reformas (Previdência e Tributária), muitas empresas que estão com o IPO há um bom tempo engatilhado podem fazer sua abertura de capital e aproveitar a janela de oportunidade para captar recursos”, analisa Filipe Villegas, analista fundamentalista da Genial Investimentos
Vale a pena participar de IPOS?
Para o investidor, os IPOs podem ser uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Isso porque as empresas tendem a iniciar com uma cotação relativamente baixa, com margem para aumento exponencial de valor de mercado. Foi o que aconteceu no início deste mês com a estreia das ações da Neoenergia, que encerram primeiro pregão na B3 com alta de mais de 8%, chegando a R$ 16,96 cada. No dia 22 de julho, a ação fechou em R$ 17,70
Mas também há os riscos. Como as empresas ainda não têm histórico de cotação, divulgação de resultados e nem relacionamento com investidores, o que vem pela frente sempre é uma incógnita. E ainda há os riscos naturais do negócio e do mercado. A estreia do Uber na bolsa de Nova York, em maio deste ano, teve queda de 7%, a US$ 41,57, o que resultou na subcotação do preço do IPO. No dia 22 de julho, as ações custavam US$ 43,69.
Villegas admite que analisar se é hora de entrar ou não em um IPO não é tarefa simples. Por isso, muitos consultores sugerem que se tome esta decisão em conjunto com uma corretora de valores.
“O que o investidor pode fazer é ver se a empresa tem um bom histórico de lucro e se o produto e a gestão são consistentes. O dado positivo é que das últimas 24 empresas que abriram o capital no Brasil, 17 estão no positivo”, pondera.
Entenda como funcionam os IPOs
Os IPOs podem ser de dois tipos: primários ou secundários. Os primários ocorrem quando a empresa emite novas ações, pensando em faturar com sua venda no mercado. Já os secundários referem-se às ações que já existem, mas que, por algum motivo, são colocadas à venda por seus proprietários. Assim faz-se negócio com um acionista, não gerando lucro para a companhia.
Próximas empresas que podem fazer IPO AVamos Locação é controlada pelo grupo Julio Simões (JSL/JSLG3), que também controla locadora de veículos Movida (MOVI3). Voltada para a locação de caminhões, máquinas e equipamentos agrícolas, a Vamos conta com contratos de longo prazo. Em maio, a empresa desistiu de fazer um IPO imediato, mas o mercado espera que possa haver uma reversão da decisão em breve.
A Blau Farmacêutica havia agendado o IPO para o ano passado. Contudo, a abertura de capital foi adiada devido ao objetivo da companhia de captar entre R$ 650 milhões e R$ 1 bilhão, que não seria alcançado naquele momento.
O banco gaúcho Agibank tem IPO aguardado desde 2018, mas a companhia preferiu esperar melhores ventos na economia para realizar a oferta. A Agibank almeja captação de cerca de R$ 2,5 bilhões.
Gestora de recursos do Banco do Brasil, a BB DTVM pode ter suas ações negociadas no mercado em breve, dentro do projeto de desestatização do governo Federal. A empresa é líder da indústria nacional de fundos de investimento e carteiras administradas, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A Ri Happy pretendia fazer sua abertura de ações em 2018 para aplicar o dinheiro captado em e-commerce, mas desistiu. Analistas financeiros avaliam que ela poderá retomar os planos neste ano, com a retomada da economia.
Fontes: Suno Research e Genial Investimentos