📈 CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Foram 100 bp conforme o esperado. O Banco Central não surpreendeu na decisão, porém embutiu alguns pontos importantes no comunicado a serem esmiuçados na ata da próxima semana e além disso, contratou mais uma elevação de juros para 6,25% aa na próxima reunião.
Este último ponto pode se considerar a maior surpresa da decisão, pois ainda que houve certa divisão sobre a necessidade de elevação de 100 bp; o próximo movimento não foi deixado em aberto, restando ao mercado se adaptar a tal cenário.
Prevemos ainda mais uma elevação de 100 bp, ponto onde o Banco Central estará mais confortável ao menos com a questão climática, citada como um dos grandes fatores de preocupação, como sentirá os efeitos da política monetária sob o câmbio e consequentemente, do câmbio sob a inflação.
Por enquanto, mantemos nossa projeção neste ponto, 7,25% aa, acima da taxa histórica de 6,5% estabelecida pelo mandato de Ilan Goldfajn e acima daquilo que se pode considerar juro neutro, onde o BC deve tomar todo o cuidado para não afetar demais o custo do crédito, ao ponto de afetar a retomada da atividade econômica.
Um dos pontos mais relevantes é algo que temos citado aqui de maneira quase que constante em nossos relatórios: esta inflação não é tão temporária quanto gostariam os membros do COPOM e suas características já avisavam isso mesmo antes da disparada de preços.
O choque de oferta está aí desde o ano passado; o câmbio prepondera no conjunto das medidas de preços no Brasil; a alta nas commodities nem de longe era um efeito inesperado, dadas as perspectivas de crescimento econômico global; a elevação dos núcleos também, com o processo vacinal acelerado; e por fim, contar com estabilidade política, no Brasil, é ilusão.
Portanto, o que “surpreendeu” em termos de resiliência da inflação, de surpresa não tinha nada, ainda que o caminho seguido pela autoridade monetária em termos de taxa estava correto, o problema era a comunicação, que se afastava da realidade.
Neste momento, uma possível valorização do Real seria importante, pois em meio ao movimento global do dólar e nossos pares internacionais; nossa moeda deveria estar substancialmente abaixo dos R$ 5,00.
📊 ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com investidores reagindo a grandes balanços e dados de emprego nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, com ações de empresas chinesas de jogos online voltando a ficar sob pressão.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até os 5 anos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com o aumento de tensões no Oriente Médio.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,56%.