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Metais e criptomoedas adicionam volatilidade

Metais e criptomoedas adicionam volatilidade

Ativos de risco estão iniciando a semana em tom predominantemente positivo, após um fim de semana sem mudanças do cenário econômico global. Assim como temos reforçado consecutivamente, investidores deverão seguir promovendo volatilidade na medida em que seguem divididos entre o otimismo com a retomada econômica em um ambiente de ampla liquidez e a preocupação com a persistência de pressões inflacionárias que podem levar bancos centrais a retirarem estímulos antes do que foi preconizado nos últimos meses. Como destaques do fim de semana, chamamos atenção para mais dois dias de ampla volatilidade para as criptomoedas, que iniciaram a semana em tom de acomodação, e para as commodities metálicas, que seguem em tom de forte realização após autoridades chinesas reforçarem a preocupação com o elevado nível de preços a ponto de ameaçar sanções às grandes produtoras em caso de especulação excessiva ou conluido.

Na agenda

Nesta 2ªfeira, o destaque da agenda internacional fica com o índice de atividade nacional do Fed de Chicago, às 9h30, seguido pela fala de uma série de membros do Fed. No restante da semana, dados de confiança ao consumidor na Europa (5ªfeira) e Estados Unidos (3ªfeira – Conference Board; 6ªfeira – Michigan), lucros totais da indústria chinesa (4ªfeira) e uma nova leitura do PIB americano no 1º trimestre/21 (5ªfeira) figuram entre os destaques. No entanto, dado o cenário de incerteza inflacionária reiterado acima, os grandes protagonistas da agenda serão os dados de renda e gasto pessoal nos EUA em abril (6ªfeira), cujo deflator (PCE) é a medida de inflação acompanhada mais de perto pelo Fed.

CENÁRIO BRASIL

Mercado aguarda recepção da MP da Eletrobras no senado

Pautas da semana

O mercado aguarda o início das discussões da medida provisória (MP) da desestatização da Eletrobras no Senado. A seleção do relator da proposta e as primeiras declarações a surgirem sobre o tema devem pautar as perspectivas de curto prazo dos investidores para as ações da estatal. Além da MP, a reforma administrativa pode ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e Arthur Lira (PP-AL) pode revelar novos detalhes sobre a reforma tributária.

ELET

Após a aprovação da MP da Eletrobras na Câmara, o preço das ações da estatal sofreu uma pequena correção na sexta-feira. Além da típica realização de lucro, a queda no preço do papel reflete a recepção incerta da MP no Senado e o cronograma apertado em que a aprovação terá de ser realizada. Segundo uma matéria publicada pelo Valor, o vice-líder do governo na Casa Alta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), deve ser designado relator da proposta. Em semanas recentes, o senador tem se empenhado em reduzir o desgaste do governo na CPI da Pandemia.

Cronograma da MP

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), revelou na semana passada que as alterações feitas pelo deputados à proposta governista – entre elas subsídios para obras nos rios São Francisco, Parnaíba e Madeira e recursos destinados à construção de usinas térmicas no centro do país – ajudaram a reduzir a resistência do Senado à proposta de desestatização. Segundo Bezerra, a intenção do Senado é aprovar a matéria dentro de 15 dias. Caso a análise dos senadores seja concluída até então; restará tempo suficiente para que a Câmara chancele as alterações da Casa Alta antes que a MP perca a sua validade no dia 22/06.

Tributária

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados; Arthur Lira (PP-AL), deveria ter revelado a estratégia e o cronograma de aprovação da reforma tributária, mas o anúncio teve de ser postergado. Hoje, Lira deve se reunir com o ministro Paulo Guedes (Economia) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, para discutir o assunto. Ainda existem divergências em torno da possibilidade de um eventual fatiamento da proposta e qual Casa do Congresso trataria de quais assuntos primeiro. Também existem discordâncias sobre a possibilidade de uma reforma ampla que contemple tributos estaduais e municipais de imediato.

Administrativa

O cronograma de aprovação da reforma administrativa vem sofrendo recorrentes atrasos na CCJ da Câmara dos Deputados – trata-se da primeira etapa da longa jornada da proposição pelo Congresso rumo a sua eventual promulgação. O colegiado deve se reunir hoje para debater o assunto uma última vez antes que a reforma seja votada amanhã. Segundo o relator da proposta, deputado Darci de Matos (PSD-SC), a oposição já extinguiu os seus recursos de protelamento e os maiores pontos de resistência à proposta – entre eles a proibição de servidores públicos de atuar em “qualquer outra atividade remunerada” e um trecho que possibilitaria que o presidente da República eliminasse entidades da administração pública por decreto – já foram pacificados. Sendo assim, a aprovação da proposta na CCJ não deve sofrer novos atrasos para além dessa semana.

Na agenda

A semana traz uma agenda recheada de indicadores econômicos. Além do Boletim Focus (8h30) e a balança comercial semanal (15h) desta 2ªfeira, o investidor recebe o IPCA-15 de maio na 3ªfeira, os dados do setor externo de abril na 4ªfeira, a PNAD-Contínua de março, o resultado primário do governo central em abril na 5ªfeira, e o IGP-M de maio na 6ªfeira.

E os mercados hoje?

Mercados globais estão abrindo a semana com viés de alta após o fim de semana não trazer grandes novidades para o cenário econômico. Como destaques, o mercado segue avaliando uma nova forte oscilação das criptomoedas e a realização dos preços de commodities metálicas no mercado internacional. No Brasil, o fim de semana trouxe uma maior cautela com o cenário local; uma vez que cresce o risco de uma terceira onda e já retornam os rumores de uma nova extensão do auxílio emergencial. Desta forma, acreditamos em uma abertura de viés neutro/positivo para ativos locais, que deverão encontrar dificuldades para se beneficiar dos ventos favoráveis advindos do exterior.

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