O volume de coisas a resolver no país é tão grande que, não raras as vezes, somos levados a questionar se o Brasil não foi “fundado no ano passado”. Mas a realidade não é bem assim, porque tem muita gente botando a mão na massa. A iniciativa agora rebatizada de “Mãos pro Futuro” é um desses casos.

Programa pioneiro de logística reversa (criado em 2006, no país) tem apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (SMA), Cetesb (agência ambiental paulista), Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), sendo liderado e coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Reunindo 179 cooperativas, o “Mãos pro Futuro” foi selecionado duas vezes pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL, da ONU) como exemplo de iniciativa sustentável pelos resultados alcançados.

Em 2021 (início da pandemia) o programa “Dê a Mão para o Futuro”, nome anterior, juntou mais de 6 mil cooperados, em 125 municípios brasileiros, recuperando 147 mil toneladas de embalagens por meio da logística reversa. Além da questão ecológica, tal prática possibilita trabalho e renda para populações carentes, promovendo a inserção social e a economia circular simultaneamente.

Por ocasião de sua criação, 52% dos catadores recebiam acima de um salário mínimo mensal. Com o modelo de trabalho implantado, esse índice subiu para 77%. De acordo com a coordenação, somente no período 2013 / 2021 o programa conseguiu recuperar 802.500 toneladas de embalagens diversas e encaminhar para reciclagem. Até aqui o “Mãos pro Futuro” requereu investimentos de R$ 100 milhões. Depois de pontuar que este atende, diretamente, a 7 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU), Rose Hernandes, diretora da Abihpec, destaca que, além de auxiliar as empresas no cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o programa fortalece toda a cadeia da reciclagem. “Além de protagonizar um elo de suprimentos importante para uma transição eficiente em prol da economia circular”, reforça.

O lançamento do Selo Mãos pro Futuro permitirá às empresas participantes informar a seus públicos o esforço para recuperar as embalagens descartadas, após o uso pelos consumidores, integrando um sistema coletivo de logística reversa de embalagens pós-consumo. E aproveitando a nova campanha, a coordenação quer expandi-lo.

ECOPONTOS

Você sabia que um litro de óleo automotivo (chamado oluc, depois de usado) pode contaminar 1 milhão de litros de água? A Rodobens (plataforma de serviços financeiros, com um ecossistema de varejo automotivo, que distribui seus produtos e serviços em mais de 3 mil pontos de venda em todo o Brasil, combinando canais físicos e digitais, próprios e de parceiros) sabe disso e resolveu dar uma mãozinha às oficinas para recolher óleo usado de autos, bem como as embalagens descartadas.

A empresa inaugura dois ecopontos (em Guarulhos, na Grande São Paulo, e em S. José do Rio Preto, cerca de 500 km da capital) para recolhimento desses materiais e o diretor Ademir Odorício avisa que qualquer pessoa pode utilizar os ecopontos, a partir de simples orientações: guardar os resíduos em um recipiente com tampa, não misturar o oluc com combustíveis ou produtos de limpeza e manter a embalagem fechada corretamente, para que não ocorra vazamento. Ao entregar o material, o cliente será prestigiado com um Certificado Verde, que atesta o descarte correto, de acordo com as normas ambientais.  

SELO SOCIAL

No dia 9 deste mês a Clarios, detentora da marca das baterias Heliar, entre outras, recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o Selo Social pelo impacto de quatro projetos que desenvolveu em 2022. A cerimônia de certificação ocorreu no Teatro Municipal Teotônio Vilela, na cidade de Sorocaba (SP). Os projetos, somados, atenderam a 19 instituições e impactaram mais de 8 mil pessoas de todas as faixas etárias (crianças, adolescentes e adultos).

A chancela é feita pelo Instituto Selo Social, estimulando a integração entre diversos atores para o desenvolvimento de projetos e impactos socioambientais alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Juntos, os participantes se responsabilizam pelo desenvolvimento social local, com alcance das metas da Agenda 2030.

Os quatro premiados (entre os 11 projetos desenvolvidos pela empresa no ano de 22) são o
Projeto Comunidade (doação mensal de cestas básicas que, somadas, chegaram a mais de 1 mil no ano passado), Projeto Tampinhas do Bem / Pequenos Gestos Salvam Vidas (gincana interna entre os funcionários da Clarios – equipes de até 10 pessoas – para arrecadação de tampinhas de plástico e lacres de alumínio. No ano arrecadaram 751 quilos, sendo destinados ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba), Projeto Transformar (trabalhos educativos com crianças de 3 a 12 anos oferecendo aulas de reforço escolar, de musicalização, dança e atendimentos em demandas assistenciais como fornecimento de alimentação e cesta básica) e o Projeto Aqueça Corações (Campanha do Agasalho 2022 e doação de refeições às pessoas em situação de rua).

CARBONO

Publicado no último dia 8, relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) mostra que em 2022 a política de precificação do carbono não deu muito certo, apresentando enorme dificuldade em promover a mudança de combustíveis fósseis por fontes de baixo carbono.

Segundo a agência de notícias EPBR, menos de 10% das emissões globais são cobertas por um preço de carbono superior a US$ 10 por tonelada de CO2 equivalente.

Para ficar em único material, cabe destacar que a União Europeia (fortemente afetada pelo corte do gás russo, depois da invasão da Ucrânia) aumentou o consumo de carvão em 6% durante o ano passado.

DINOSSAUROS

Representantes de governos, Organização Não Governamentais, ativistas e observadores estarão reunidos em Dubai, entre 30 de novembro e 12 de dezembro, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28.

Expectativa de um analista de mercado ouvido pela Coluna é que os dinossauros da economia vão esfriar o ânimo daqueles que esperam acelerar os processos de descarbonização do planeta. Afinal, os anfitriões dos Emirados Árabes Unidos estão sentados em 97 bilhões de barris de petróleo…

ENERGIA E ALIMENTOS

Pegando carona na pauta do século, a energia, a Fundação FHC (FFHC) e o German Marshal Fund of the United States (GMF) realizarão, conjuntamente, o webinar “A guerra na Ucrânia e os mercados globais de energia e alimentos”.

O debate será via plataforma zoom, na terça, 14, às 11h. Acesse o link para se inscrever: https://fundacaofhc.org.br/lp/fev/zm14.html

VACA VIVA

Começa a terceira fase do Complexo Eólico Serra das Vacas, a 250 Km de Recife, em Pernambuco. A Engeform Engenharia integra o time de empresas responsáveis por esta construção. O projeto foi elaborado pela PEC Energia, subsidiária da Engeform Energia Renovável, e apresenta capacidade de 85,5 megawatts (MW).

Com isto, o complexo situado na cidade de Paranatama terá sua expansão no munícipio vizinho, chegando a 227 MW de potência instalada, considerando as outras duas fases já em operação – o equivalente para suprir o consumo médio de mais de meio milhão de residências. 

Ainda no setor de energia renovável, a empresa também executa parque fotovoltaico no Rio Grande do Norte, que totalizará 255MWp, e adianta estar prestes a fechar um novo contrato para a construção de outro parque eólico.

PRÊMIO

O empresário Walter Schalka, presidente da Suzano, foi eleito personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. À frente da companhiadesde 2013, liderou a empresa em importantes movimentos de expansão.

O anúncio ocorre no momento em que a Suzano protagoniza o maior ciclo de investimentos de sua história, com um total de R$ 32,6 bilhões investidos entre 2019 e 2022 e R$ 18,5 bilhões a serem desembolsados ainda neste ano.  

GRÃO-DUCADO

Luxemburgo é um país pequeno, encravado entre a Bélgica, Alemanha e França, reunindo pouco mais de 600 mil habitantes em seus 2.586 km2. Exemplo de que tamanho não é documento, tem uma das maiores rendas per capita do mundo (131 mil dólares) e um setor terciário vigoroso – responsável por 87% do PIB – com sofisticados serviços financeiros.

Único Grão-Ducado do mundo (integrando, como um de seus fundadores, a União Europeia), abriu as portas para receber o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), Jean Leroy. O executivo, que já morou no país e agora revisitou a Bolsa de Valores local, diz que por ora o propósito de sua viagem está “em segredo”.

É possível que tenha ido treinar o seu impecável francês e matar a vontade de um suculento Judd mat Gaardebounen, prato tradicional feito à base de carne de porco defumada, batatas e feijão-verde.

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